Resumo
Objetivo Descrever o perfil epidemiológico e clínico dos pacientes com doença de Dupuytren
tratados por fasciectomia seletiva e os fatores associados com a gravidade da doença.
Metodologia Estudo observacional descritivo retrospectivo envolvendo 247 pacientes com doença
de Dupuytren, no período de 2013 a 2019. Foi realizada regressão logística multivariada
para análise dos dados.
Resultados A maioria dos pacientes era do sexo masculino (83,8%), autodeclarados brancos (65,2%),
etilistas (59,6%), e 49% eram tabagistas. A média de idade foi de 66 ± 9 anos, sendo
que 77,2% apresentaram os sintomas da doença após os 51 anos. Aproximadamente 51,9,
29,6, e 17,3%, respectivamente, apresentaram hipertensão arterial, diabetes mellitus
e dislipidemia. O acometimento bilateral das mãos foi observado em 73,3% dos pacientes.
A taxa de complicações intra- e pós-fasciectomia seletiva foi de 0,6 e 24,3%, respectivamente,
sendo que 5,2% dos pacientes necessitaram de reintervenção após 1 ano de acompanhamento.
Após análise multivariada, o sexo masculino foi associado com acometimento bilateral
das mãos (odds ratio [OR] = 2,10; intervalo de confiança [IC] 95%: 1,03–4,31) e com
maior número de raios acometidos (OR = 3,41; IC 95%: 1,66–7,03). A dislipidemia foi
associada com a reintervenção (OR = 5,7; CI 95%: 1,03–31,4) e a bilateralidade com
maior número de complicações (35,7% versus 19,7%).
Conclusão Foi observada uma baixa taxa de reintervenção e complicações operatórias nos pacientes
com doença de Dupuytren tratados por fasciectomia seletiva. O sexo masculino foi associado
com o quadro grave da doença (bilateralidade e mais de dois raios acometidos), e a
dislipidemia com a reintervenção.
Palavras-chave
doença de Dupuytren - fasciectomia - fatores de risco - complicações operatórias -
reintervenção