Resumo
A paralisia obstétrica do plexo braquial é uma lesão bastante comum em neonatos, sendo
causada pela tração do plexo braquial durante o trabalho de parto. A presente revisão
sistemática tem como objetivo explorar o uso de enxertos e transferências de nervo
como procedimentos para melhora da flexão do cotovelo em crianças com paralisia obstétrica.
A presente revisão sistemática seguiu as diretrizes Preferred Reporting Items for
Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA, na sigla em inglês) e foi baseada em
pesquisa nos bancos de dados MEDLINE, EMBASE, LILACS, The Cochrane Central Register
of Controlled Trials, Web of Science, Wholis e SCOPUS. De acordo com os critérios
pré-determinados, os artigos incluídos eram ensaios clínicos, quase-experimentos,
e estudos de coortes sobre enxertos e transferências de nervos em crianças (de até
3 anos de idade) com diagnóstico de paralisia obstétrica. A ferramenta de avaliação
Risk of Bias in Non-Randomized Studies of Interventions foi usada em estudos não randomizados.
Sete estudos utilizaram os dois procedimentos; três deles compararam os procedimentos
de enxerto e transferência de nervo, enquanto os outros quatro os combinaram como
método reconstrutivo em crianças com paralisia obstétrica. Segundo o sistema de classificação
do Medical Research Council, os dois métodos melhoraram a flexão do cotovelo das crianças
de maneira similar. De modo geral, nossos resultados mostraram que o enxerto de nervo
e a transferência de nervo são opções igualmente boas para a reconstrução nervosa
em casos de paralisia obstétrica. Mais estudos sobre as técnicas de reconstrução nervosa
na paralisia obstétrica devem ser realizados, de preferência ensaios clínicos randomizados,
para validação dos resultados dessa revisão sistemática.
Palavras-chave
paralisia do plexo braquial neonatal - transferência de nervo - enxertos alogênicos