CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2022; 57(03): 480-487
DOI: 10.1055/s-0041-1729589
Artigo Original

Correlação entre posicionamento do implante das artroplastias parciais de recobrimento do ombro e os resultados funcionais

Article in several languages: português | English
Gilberto Daniel Luz
1   Centro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
Amanda S. Cavalcanti
2   Divisão de Pesquisa, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
Júlio Ferreira
1   Centro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
Eduardo Godoy
1   Centro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
Marcus Vinicius Galvão Amaral
1   Centro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
1   Centro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo, Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
› Author Affiliations

Resumo

Objetivo O objetivo do presente estudo é correlacionar os resultados funcionais de uma série de casos de artroplastias parciais de recobrimento do ombro com o posicionamento do implante.

Métodos Um total de 25 pacientes foram avaliados em relação à amplitude de movimentos, à avaliação funcional pelo escore de Universidade da Califórnia Los Angeles (UCLA) e por análise radiográfica. Os dados pré- e pós-operatórios foram comparados. Adicionalmente, os pacientes foram agrupados quanto ao ângulo cérvico-diafisário (ACD) avaliado na radiografia em anteroposterior e quanto ao ângulo de retroversão (ARV) avaliado na radiografia em posição axilar. Foi considerado como posicionamento ideal (padrão anatômico) um ACD entre 130° e 140° e um ARV entre 20° e 40°. Os dados foram analisados pelo teste pareado de Wilcoxon, pela análise de variância (ANOVA, na sigla em inglês) seguida pelo pós-teste de Kruskal-Wallis ou pelo teste de Mann-Whitney, quando apropriado.

Resultados O seguimento médio foi de 48,3 meses (12 a 67 meses). A avaliação funcional pós-operatória (31,5) foi melhor do que a pré-operatória (15,5) (p < 0,001). Seis pacientes apresentaram posicionamento anatômico do implante, enquanto 19 pacientes foram considerados “fora do padrão.” Sete pacientes apresentaram um ACD < 130°, quatorze apresentaram um ACD entre 130° e 140°, e quatro apresentaram um ACD >140°. Quinze pacientes apresentaram um ARV ≤ 20°, e 10 entre 20° e 40°. Utilizando esses critérios para agrupar os pacientes, a comparação dos parâmetros da avaliação clínico-funcional pós-operatória não foi estatisticamente diferente (p > 0,05).

Conclusão A artroplastia parcial de recobrimento do ombro oferece significativa recuperação funcional pós-operatória em pacientes com doenças degenerativas articulares. Entretanto, o posicionamento do implante avaliado pelos ACD e ARV não se correlaciona com o resultado clínico-funcional, sendo, portanto, uma medida imprecisa de sucesso da cirurgia.

Nível de Evidência IV, Série de Casos.

Suporte Financeiro

Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.


Trabalho desenvolvido no Centro de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (CCOC), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil.




Publication History

Received: 29 July 2020

Accepted: 08 January 2021

Article published online:
11 March 2022

© 2022. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

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