Resumo
Objetivo Analisar a relação da presença e da gravidade da lesão do manguito rotador (MR) com a obesidade e o tempo de exposição à obesidade. De forma secundária, avaliar a relação e a prevalência de fatores demográficos e metabólicos em indivíduos obesos com lesão do MR.
Métodos Trata-se de um estudo transversal, com 235 pacientes obesos (índice de massa corporal [IMC] ≥ 30 kg/m2). Dados demográficos (idade e gênero), metabólicos (hipertensão, diabetes mellitus, perfil lipídico, e tempo de exposição à obesidade), exame físico (peso, estatura, circunferência abdominal, e testes clínicos), e exame ultrassonográfico musculoesquelético foram utilizados para a análise dos resultados.
Resultados Não foi evidenciada associação da lesão do MR com IMC (p = 0,82), tempo de exposição à obesidade (p = 0,29), ou circunferência abdominal (p = 0,52). No subgrupo com lesão, a idade (p < 0,001), a presença de diabetes melito (p = 0,013), a hipertensão (p < 0,001), o nível de lipoproteína de alta densidade (high-density lipoprotein, HDL, em inglês) (p = 0,026), e o tempo de exposição à obesidade (p < 0,001) foram significativamente maiores em comparação ao subgrupo sem lesão do MR. Na busca por demais parâmetros associados de forma independente para lesão do MR, foram observadas associações com idade (p = 0,0003) e hipertensão (p =0,004).
Conclusão Não evidenciamos associação da obesidade e do tempo de exposição a ela com a ocorrência e a gravidade da lesão do MR. Porém, indivíduos com lesão apresentaram maior tempo de exposição à obesidade e prevalência de disfunções metabólicas do que indivíduos sem lesão. Além disso, nossos achados sugerem uma associação entre hipertensão arterial sistêmica (HAS) e idade avançada com a lesão do MR.
Palavras-chave
manguito rotador - obesidade - índice de massa corporal - diabetes - hipertensão arterial - ultrassonografia