Resumo
Objetivo O tratamento das fraturas da tíbia complicadas por síndrome compartimental afeta
o tratamento e o resultado funcional dos pacientes devido às complicações associadas
à fasciotomia. O objetivo deste estudo é diferenciar a síndrome compartimental iminente/incompleta
(SCI) da síndrome compartimental aguda (SCA) estabelecida nas fraturas tibiais, para
avaliar o resultado da fixação do aparelho de Ilizarov nos pacientes fraturados e
com SCI, que não foram submetidos à fasciotomia.
Métodos Após o estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão, 19 pacientes foram incluídos
no estudo de janeiro de 2007 a dezembro de 2017. Todos eram do sexo masculino, com
média de idade de 42,3 ± 11,38 anos. Todos esses pacientes foram tratados com a fixação
do aparelho de Ilizarov, de acordo com o protocolo médico e cirúrgico estabelecido
neste estudo.
Resultados O acompanhamento médio dos nossos 19 pacientes foi de 47 ± 41,5 meses. O tempo médio
de aplicação do fixador circular foi de 3,7 ± 1,7 dias. No total, 3 (16,7%) desses
pacientes não apresentaram consolidação. Não houve complicações nas partes moles ou
neurovasculares no pós-operatório imediato. A consolidação ocorreu finalmente em todos
os pacientes, sem prejuízo da mobilidade e sem sequela de síndrome compartimental.
Conclusão O fixador circular de Ilizarov pode ser utilizado no tratamento dos pacientes com
fraturas tibiais com SCI, e evita a fasciotomia, com suas várias complicações de infecção
e não consolidação. O resultado é um número menor de procedimentos cirúrgicos e uma
reabilitação mais rápida. Os cirurgiões devem diferenciar cuidadosamente a SCA e a
SCI, pois, nesses pacientes, os resultados clínicos e funcionais variam significativamente.
Fasciotomias desnecessárias devem ser evitadas.
Palavras-chave
técnica de Ilizarov - fraturas da tíbia - síndromes compartimentais