Resumo
Objetivo O objetivo do presente estudo foi avaliar a prática atual em termos de momento de
realização da cirurgia em pacientes com lesão medular aguda (LMA) entre cirurgiões
de coluna de países ibero-americanos.
Métodos Estudo transversal descritivo com base em um questionário enviado por correio eletrônico
para todos os membros da Sociedad Ibero Latinoamericana de Columna (SILACO, na sigla
em espanhol) e sociedades associadas.
Resultados Um total de 162 cirurgiões responderam a perguntas relacionadas ao momento da cirurgia.
Sessenta e oito (42,0%) consideraram que a LMA com lesão neurológica completa deve
ser tratada em até 12 horas, 54 (33,3%) realizariam a descompressão precoce em até
24 horas e 40 (24,7%) fariam este procedimento nas primeiras 48 horas. Em relação
à LMA com lesão neurológica incompleta, 115 (71,0%) operariam nas primeiras 12 horas.
Houve diferença significativa na proporção de cirurgiões que fariam o tratamento cirúrgico
da LMA em ≤ 24 horas quanto ao tipo de lesão (lesão completa [122] versus lesão incompleta [155]; p<0.01). Em pacientes com síndrome medular central sem evidência radiológica de instabilidade,
152 cirurgiões (93,8%) realizariam a descompressão cirúrgica: 1 (0,6%) nas primeiras
12 horas, 63 (38,9%) em 24 horas, 4 (2,5%) em 48 horas, 66 (40,7%) no internamento
inicial e 18 (11,1%) após a estabilização neurológica.
Conclusão Todos os cirurgiões participantes favoreceram a descompressão precoce; a grande maioria
realizaria a cirurgia nas primeiras 24 horas. A descompressão é feita antes em casos
de lesões incompletas do que em lesões completas. Nos casos de síndrome medular central
sem evidência radiológica de instabilidade, há uma tendência à descompressão cirúrgica
precoce, mas o momento de intervenção ainda é extremamente variável. Estudos futuros
são necessários para identificar o momento ideal para descompressão neste subconjunto
de pacientes com LMA.
Palavras-chave
descompressão cirúrgica - traumatismos da medula espinal - inquéritos e questionários