Resumo
Historicamente, as cirurgias no esqueleto imaturo eram reservadas às fraturas expostas
ou articulares. Nos últimos anos, a melhora na qualidade e segurança das anestesias,
novos equipamentos de imagem, implantes desenhados especialmente para fraturas pediátricas,
associados à possibilidade de menor tempo de hospitalização e rápido retorno ao convívio
social vêm demonstrando uma nova tendência de avaliar e tratar fraturas na criança.
O objetivo deste artigo de atualização é responder às seguintes questões: (1) estamos
realmente ficando mais cirúrgicos na abordagem das fraturas em crianças? (2) Caso
isto seja verdadeiro, esta conduta cirúrgica está baseada em evidências científicas?
De fato, nas últimas décadas, a literatura médica demonstra artigos que suportam melhor
evolução das fraturas na criança com o tratamento cirúrgico. Nos membros superiores,
isto fica muito evidente na sistematização da redução e fixação percutânea das fraturas
supracondilianas do úmero e das fraturas de ossos do antebraço. Nos membros inferiores,
o mesmo ocorre com fraturas diafisárias do fêmur e tíbia. No entanto, há lacunas na
literatura. Os estudos publicados são geralmente com baixa evidência científica. Assim,
pode-se deduzir que, mesmo sendo a abordagem cirúrgica mais presente, o tratamento
de fraturas pediátricas deve ser sempre individualizado e conduzido de acordo com
o conhecimento e experiência do médico profissional, levando em conta a presença de
recursos tecnológicos disponíveis para o atendimento do pequeno paciente. Deve-se
incluir todas as possibilidades, não cirúrgicas e/ou cirúrgicas, sempre instituindo
ações baseadas na ciência e em concordância com os anseios da família.
Palavras-chave
cartilagem epifisial - fixação interna de fraturas - fraturas da placa de crescimento
- fraturas ósseas - ortopedia - pediatria