CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2023; 58(04): e563-e570
DOI: 10.1055/s-0042-1749431
Artigo Original
Traumatologia do esporte

Análise epidemiológica de 245 pacientes com pubalgia atlética[*]

Article in several languages: português | English
1   Ortopedista e Traumatologista, Divisão de Traumatologia e Ortopedia (DITRO), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
1   Ortopedista e Traumatologista, Divisão de Traumatologia e Ortopedia (DITRO), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
2   Estatístico e Membro da Divisão de Ensino e Pesquisa (DIENP), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
1   Ortopedista e Traumatologista, Divisão de Traumatologia e Ortopedia (DITRO), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
3   Educador Físico, Laboratório de Desempenho, Treinamento e Exercício Físico (LADTEF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
,
1   Ortopedista e Traumatologista, Divisão de Traumatologia e Ortopedia (DITRO), Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
› Author Affiliations
Suporte Financeiro Os autores declaram que não receberam apoio financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos para a realização deste estudo.

Resumo

Objetivo Analisar as características clínico-epidemiológicas da pubalgia do atleta, e definir o perfil epidemiológico dos pacientes com queixa de dor na região baixa do abdômen e virilha avaliados em um centro especializado.

Metodologia Realizou-se um estudo retrospectivo de uma série de casos, no qual se avaliou o perfil epidemiológico de 245 pacientes esportistas com pubalgia, registrados em prontuário, entre outubro de 2015 e fevereiro de 2018. A amostra selecionada foi submetida a uma avaliação clínica, e os resultados foram documentados a partir da aplicação de um questionário.

Resultados A amostra estudada foi de 245 pacientes com idades que variavam entre 14 e 75 anos. O futebol e a corrida foram os esportes mais prevalentes, e 58% treinavam ou praticavam esporte 3 ou mais dias por semana. Após a avaliação dos movimentos esportivos específicos, foi observada piora dos sintomas em 24% com a troca de direção; em 23%, nos chutes; em 22%, nos sprints e treinos de velocidade; em 17%, nas corridas longas; e em 14%, nos saltos. Dor durante o ato sexual foi relatado em 13% dos pacientes. A maior parte dos pacientes (80%) relatou que a região inguinal, os adutores e o púbis (linha média) eram os principais sítios da dor. O teste de contração dos adutores contra resistência com joelho em extensão foi positivo em 77,6% dos pacientes avaliados, e o teste de Flexão simultânea do Quadril + Abdômen contra resistência foi positivo em 76.7% dos pacientes.

Conclusão O presente estudo demonstrou o predomínio dessa lesão nos pacientes do sexo masculino praticantes de futebol e de corrida. A dor, na maioria dos casos (80%), estava presente na região inguinal, nos adutores e no púbis. A maioria dos pacientes demorou mais de seis meses para ter o diagnóstico clínico confirmado.

* Trabalho desenvolvido no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), Rio de Janeiro, RJ, Brasil




Publication History

Received: 04 December 2021

Accepted: 05 April 2022

Article published online:
27 June 2022

© 2022. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil

 
  • Referências

  • 1 Peixoto AD, Amarante DCL, Faiad T. Pubalgia em atletas de alto desemprenho: uma revisão de literatura. Rev Intercenc -IMES Catanduva 2019; 1 (02) 33-38
  • 2 Murara PBC. Desempenho muscular e amplitude de movimento de atletas com diagnóstico de pubalgia [dissertação]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina, Universidade de São Paulo; 2020
  • 3 Oliveira AL, Andreoli CV, Ejnisman B, Queiroz RD, Pires OG, Falótico GG. Epidemiological profile of patients diagnosed with athletic pubalgia. Rev Bras Ortop 2016; 51 (06) 692-696
  • 4 Le CB, Zadeh J, Ben-David K. Total extraperitoneal laparoscopic inguinal hernia repair with adductor tenotomy: a 10-year experience in the treatment of athletic pubalgia. Surg Endosc 2021; 35 (06) 2743-2749
  • 5 Brunt M, Barile R. My approach to athletic pubalgia. In: Byrd J, ed. Operative Hip Arthroscopy. New York: Springer; 2013: 55-65
  • 6 Falvey EC, Franklyn-Miller A, McCrory PR. The groin triangle: a patho-anatomical approach to the diagnosis of chronic groin pain in athletes. Br J Sports Med 2009; 43 (03) 213-220
  • 7 Meyers WC, Greenleaf R, Saad A. Anatomic basis for evaluation of abdominal and groin pain in athletes. Oper Tech Sports Med 2005; 1 (13) 55-61
  • 8 Minnich JM, Hanks JB, Muschaweck U, Brunt LM, Diduch DR. Sports hernia: diagnosis and treatment highlighting a minimal repair surgical technique. Am J Sports Med 2011; 39 (06) 1341-1349
  • 9 Irshad K, Feldman LS, Lavoie C, Lacroix VJ, Mulder DS, Brown RA. Operative management of “hockey groin syndrome”: 12 years of experience in National Hockey League players. Surgery 2001; 130 (04) 759-764
  • 10 Ziprin P, Prabhudesai SG, Abrahams S, Chadwick SJ. Transabdominal preperitoneal laparoscopic approach for the treatment of sportsman's hernia. J Laparoendosc Adv Surg Tech A 2008; 18 (05) 669-672
  • 11 Meyers WC, Yoo E, Devon ON. et al. Understanding “Sports Hernia” (Athletic Pubalgia): The Anatomic and Pathophysiologic Basis for Abdominal and Groin Pain in Athletes. Oper Tech Sports Med 2012; 20 (01) 33-45
  • 12 Farber AJ, Wilckens JH. Sports hernia: diagnosis and therapeutic approach. J Am Acad Orthop Surg 2007; 15 (08) 507-514
  • 13 Nam A, Brody F. Management and therapy for sports hernia. J Am Coll Surg 2008; 206 (01) 154-164
  • 14 Meyers WC, McKechnie A, Philippon MJ, Horner MA, Zoga AC, Devon ON. Experience with “sports hernia” spanning two decades. Ann Surg 2008; 248 (04) 656-665
  • 15 Caudill P, Nyland J, Smith C, Yerasimides J, Lach J. Sports hernias: a systematic literature review. Br J Sports Med 2008; 42 (12) 954-964
  • 16 Fricker PA. Management of groin pain in athletes. Br J Sports Med 1997; 31 (02) 97-101