Resumo
As luxações atlanto-occipitais com fraturas de tipo II do processo odontoide são raras, com relato de sete casos a cada 784 lesões da coluna cervical superior. Sua incidência é inferior a 0,3% e estas lesões estão relacionadas a uma alta taxa de morbidade e mortalidade. As fraturas de C2 mais comuns são no processo odontoide, representando 7% dos casos. Essas fraturas são classificadas por Anderson e D'Alonso de acordo com seu nível e o maior índice de pseudoartrose foi observado na zona II. Até 85% dessas lesões são causadas por acidentes automobilísticos. Não há consenso quanto ao tratamento ideal dos casos agudos. Realizamos anamnese completa e exame físico em nossa instituição. Fizemos uma revisão sistemática de relatos de casos com as palavras-chave “malunion of odontoid process + chronic atlantoaxial subluxation ” (má consolidação do processo odontoide + subluxação atlantoaxial crônica) em quatro bases de dados diferentes e uma análise comparativa dos casos encontrados. Não observamos casos idênticos ao do nosso relato. Nove relatos de casos semelhantes foram publicados; as principais diferenças foram a pseudoartrose do processo odontoide, as alterações neurológicas em pacientes sintomáticos e o consequente tratamento cirúrgico.
É raro observar um paciente com fratura do processo odontoide de tipo II, consolidação viciosa e subluxação atlantoaxial anterior estável sem alterações neurológicas. Decidimos pela conduta expectante com acompanhamento anual.
Palavras-chave articulação atlantoaxial - fraturas da coluna vertebral - fraturas ósseas - processo odontoide