CC BY-NC-ND 4.0 · Journal of Coloproctology 2023; 43(S 01): S1-S270
DOI: 10.1055/s-0044-1780939
Modalidade de apresentação: Pôster Eletrônico
Câncer do Cólon/Reto/Ânus

RESSECÇÃO MULTIVISCERAL DE ADENOCARCINOMA DE FLEXURA ESPLÊNICA DO CÓLON: RELATO DE CASO

Luísa Souza Echeverria
1   Serviço de Coloproctologia, Disciplina de Cirurgia do Aparelho Digestivo, Departamento de Cirurgia, Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo, Brasil.
,
Giovanna Savoy Pazin
,
Raquel Franco Leal
,
Michel Gardere Camargo
,
Carlos Augusto Real Martinez
,
João José Fagundes
,
Claudio Saddy Rodrigues Coy
,
Maria de Lourdes Setsuko Ayrizono
› Author Affiliations
 

luisaecheverria97@gmail.com

Apresentação do Caso Relatamos o caso de uma mulher, de 73 anos, que referia constipação intestinal de longa data, com piora havia 1 ano. Havia 30 dias, iniciara quadro de dor abdominal, afilamento de fezes e perda ponderal de 3 kg. Trazia colonoscopia, que demonstrava lesão tumoral infiltrativa, estenosante, em ângulo esplênico do cólon, cuja biópsia revelou adenocarcinoma bem diferenciado. Realizou-se uma tomografia computadorizada de tórax e abdome, que mostrou extensa lesão neoplásica em topografia de flexura esplênica, com invasão da grande curvatura gástrica e sem plano de clivagem com o corpo/cauda de pâncreas; sem metástases à distância. Na laparotomia, houve um achado de tumor localmente avançado de flexura esplênica, com invasão do estômago e, aparentemente, do pâncreas. Realizou-se colectomia esquerda ampliada com linfadenectomia da mesentérica inferior e cólica média, esplenectomia, pancreatectomia corpo-caudal e ressecção parcial do estômago (grande curvatura), rotação lateral do cólon direito e anastomose colorretal término-terminal, mecânica. A paciente evoluiu com fístula pancreática de baixo débito, resolvida com tratamento clínico, e teve alta no 23º dia de pós-operatório. O anatomopatológico revelou adenocarcinoma moderadamente diferenciado de cólon, que perfurava a serosa e infiltrava a muscular própria do estômago; e pâncreas envolto por exsudato inflamatório neutrofílico e rente à neoplasia, mas não infiltrando a mesma. Oberservou-se ausência de invasão angiolinfática e perineural, e presença de metástase em um linfonodo pericólico de 61 dissecados (estadiamento: pT4b, pN1a). A paciente foi submetida a tratamento adjuvante com capecitabina e oxaliplatina por 6 meses, e encontra-se assintomática, sem sinais de recidiva da doença, 14 meses após a cirurgia.

Discussão O adenocarcinoma colorretal é a terceira neoplasia mais frequente no mundo. Os sintomas resultam do crescimento do tumor no lúmen intestinal, e consistem em hematoquezia, dor abdominal e alteração do hábito intestinal. O diagnóstico é feito pela anamnese e o exame físico, sendo confirmado pela colonoscopia com biópsia. Pode se disseminar por via linfática, hematogênica e por contiguidade, sendo a ressecção cirúrgica a única modalidade curativa de tratamento. O tumor deve ser ressecado com margens, linfadenectomia adequada e ressecção em bloco das estruturas adjacentes envolvidas para se evitar recidiva local.

Comentários Finais Relatamos um caso de uma neoplasia localmente avançada, submetida a ressecção multivisceral de órgãos com sucesso e evolução favorável.



Publication History

Article published online:
27 February 2024

© 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil