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DOI: 10.1055/s-0044-1781102
CORDOMA SACRAL AVANÇADO COM SUBOCLUSÃO INTESTINAL E INVASÃO RETAL: RELATO DE CASO
biancacalsolari@gmail.com
Relatamos o caso de uma paciente do sexo feminino, de 59 anos, com quadro de dor na região perineal e constipação em 2015, que foi submetida a colonoscopia, tomografia computadorizada (TC) e biópsia, que confirmaram o diagnóstico de cordoma sacral. Em discussão multidisciplinar, definiu-se o caráter irressecável da lesão, e a paciente foi submetida a radioterapia em 2017, seguida de imantinbe em 2022 após o surgimento de acometimento linfonodal metastático. Em maio de 2023, houve piora da dor sacral e constipação, e a paciente mantinha apenas evacuações líquidas. Ao exame proctológico, foi evidenciada compressão extrínseca de reto médio, que não permitia a progressão digital, além de úlcera sacral com drenagem de secreção purulenta. A paciente apresentava leucocitose com desvio à esquerda e aumento de provas inflamatórias. Em uma TC, observou-se tumor sacral com invasão de musculatura paravertebral, glúteos e reto, com modificação da sua anatomia, copróstase difusa em todo o cólon, linfonodomegalias retroperitoneais e inguinais, além de imagens hepáticas e pulmonares sugestivas de acometimento secundário. Devido à impossibilidade de ressecção e ao seu caráter suboclusivo e infeccioso, optou-se por transversostomia em alça para o desvio do trânsito intestinal, procedimento realizado sem intercorrências. A paciente recebeu alta após a melhora dos parâmetros inflamatórios, com o uso de antibioticoterapia e controle da dor com o uso de opioides e antidepressivos tricíclicos. O cordoma é uma neoplasia maligna rara que se origina de remanescentes da notocorda; acomete o esqueleto axial, e, em 50% dos casos, localiza-se na região sacrococcígea. Ocorre principalmente entre a quinta e a sétima décadas de vida, e ocasiona dor local por compressão ou invasão de órgãos adjacentes, constipação e desconforto retal, as principais queixas no caso aqui relatado. O tumor se apresenta como uma massa de crescimento lento, mas localmente agressiva. O tratamento costuma ser desafiador, devido à sua baixa resposta à quimio e radioterapia. A ressecção cirúrgica é o tratamento padrão, muitas vezes prejudicada pelo acometimento de estruturas adjacentes. O controle da dor também é um importante aspecto no seguimento desses pacientes, conforme observado neste caso. Relatamos um caso de cordoma sacral avançado e sua evolução atípica, com invasão do reto e suboclusão intestinal, além de metástases, e as medidas realizadas para o controle das complicações causadas.
Publication History
Article published online:
27 February 2024
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