Subscribe to RSS
![](/products/assets/desktop/img/oa-logo.png)
DOI: 10.1055/s-0044-1781118
CISTO EPIDERMÓIDE PERIANAL: RELATO DE CASO
julianachavesb@gmail.com
Apresentação do Caso Relatamos o caso do paciente CSM, de 29 anos, do sexo masculino, que apresentava massa indolor na região perianal havia mais de 1 ano, que causava incômodo para deambular e sentar, sem drenagem de secreção, sangramento ou outros sintomas. Ele procurou atendimento em múltiplos serviços, sem resolução do caso. Ao exame físico, observou-se tumoração próxima a margem anal, na região posterior direita, de aproximadamente 5 cm, fibroelástica, móvel, indolor e sem orifício de drenagem. Propôs-se cirurgia de ressecção da lesão para o diagnóstico e alívio sintomático. Observou-se a presença de aderências maiores próximo ao esfíncter anal externo, sem comprometê-lo. Após a retirada, não foram observados sangramento expressivo ou lesões de estruturas aparentes. O aspecto final da lesão mostrava a presença de cápsula fibrosa e conteúdo líquido com debris, compatível com um cisto epidérmico.
Discussão Cistos epidermoides são lesões cutâneas benignas, de crescimento lento, mais comumente encontradas na face, pescoço e tronco, devido a sua relação com a exposição ao sol. Originam-se do sequestro de remanescentes epiteliais, oclusão de folículos pilonidais ou implantação traumática de elementos epiteliais na derme. São mais comuns nos homens entre a 3ª e 4ª décadas de vida. Os principais fatores relacionados ao seu desenvolvimento são: exposição à radiação solar, infecção pelo HPV, tabagismo e trauma. Especificamente no períneo, ainda foram descritos elementos como traumas menores, pressão e procedimentos cirúrgicos (principalmente episiotomia e biópsias por agulha). Os cistos epidérmicos geralmente são assintomáticos, sendo notados na região perianal, dependendo do seu tamanho, como uma massa móvel e indolor. Se não houver tratamento definitivo, tendem a evoluir para inflamação/infecção, causando dor local. Ocasionalmente, podem também evoluir para carcinoma. Como diagnóstico diferencial temos lipoma, abscesso perianal, cisto pilonidal, teratoma e câncer de pele ou de canal anal.
Comentários Finais No diagnóstico diferencial, a maior importância clínica é a distinção entre o cisto e o abscesso, pois isso influencia diretamente no sucesso do tratamento. Nos abscessos, somente a drenagem é considerada eficaz no tratamento. Entretanto, no cisto epidérmico, é necessária ressecção completa, incluindo a cápsula, para evitar recidiva. A análise histopatológica é importante para afastar a presença de neoplasia. A recorrência após a excisão total da lesão é baixa, de aproximadamente 3%.
Publication History
Article published online:
27 February 2024
© 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil