Subscribe to RSS
![](/products/assets/desktop/img/oa-logo.png)
DOI: 10.1055/s-0044-1781127
AVALIAÇÃO DA CONTINÊNCIA NAS FÍSTULAS ANORRETAIS: RESULTADOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS
jbacchihora@gmail.com
Introdução As avaliações pré e pós-operatórias da continência anal são essenciais para a classificação, a conduta e a avaliação dos resultados, e têm peculiaridades em pacientes com fístulas anorretais. A doença pode comprometer a continência, por quadros infecciosos ou tratamentos cirúrgicos prévios, e a principal causa de incontinência em homens jovens são as fístulas e abscessos anais tratados por fistulotomia.
Objetivo Avaliar a continência anal pré e pós-operatória, além da alteração da continência, em 89 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico com intenção curativa para fístulas anorretais não relacionadas a doença de Crohn e neoplasia maligna.
Materiais e Métodos Estudo retrospectivo, com dados pré e pós-operatórios decorrentes de anamnese com aplicação da escala da Cleveland Clinic. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética Hospitalar e registrado na Plataforma Brasil.
Resultados Incontinência pré-operatória foi encontrada em 14 de 89 pacientes (16%), sendo classificada como leve em 10 casos, moderada em 3, e grave em 1 caso. A incontinência anal pós-operatória foi observada em 19 pacientes (21%), sendo classificada como leve na maioria dos casos (17/19). Destes, houve 13 casos novos e 4 preexistentes. Dois pacientes com incontinência moderada no pós-operatório já eram previamente incontinentes. Em 14% (13/89) dos pacientes, houve piora da continência, todos com quadro leve: em 11, apenas para gases; em 2, eventualmente também para fezes. Houve melhora em 11 dos 89 pacientes (12%). Uma paciente com incontinência grave passou a moderada. Há vários fatores de confusão na avaliação da continência pós-operatória. Deformidades cicatriciais, como o ânus em buraco de fechadura, podem ocorrer após qualquer procedimento, levando a situações de soiling e ânus úmido, que comprometem a percepção do paciente ou levam ao uso de proteção. Muitos pacientes experimentam sintomas decorrentes das fístulas, que mimetizam incontinência anal e melhoram depois do tratamento, o que pode mascarar um decréscimo da função esfincteriana ou simular uma melhora, pela confusão entre os sintomas de incontinência anal e de fístula. Além disso, há sempre um risco de piora com qualquer operação.
Conclusão Os pacientes com fístulas anorretais têm risco aumentado de incontinência anal e podem piorar com o tratamento. A avaliação clínica pré e pós-operatória da continência, apesar de complexa, é fundamental e deve ser rotineira.
Publication History
Article published online:
27 February 2024
© 2024. Sociedade Brasileira de Coloproctologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil