CC BY 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60(01): s00441800923
DOI: 10.1055/s-0044-1800923
Artigo Original

Morfologia do fêmur distal em uma população brasileira: Desafiando o uso universal de 3° de rotação externa

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1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil
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Suporte Financeiro Os autores declaram que não receberam suporte financeiro de agências dos setores público, privado ou sem fins lucrativos para a realização deste estudo.

Resumo

Objetivo Avaliar, em uma população brasileira, o ângulo de rotação externa entre o eixo transepicondilar (ETE) e o eixo condilar posterior (ECP), a fim de estipular se o uso universal de 3° de rotação externa do componente femoral é apropriado neste grupo de pacientes na artroplastia total do joelho (ATJ).

Métodos O ângulo de rotação externa foi medido em 167 imagens de ressonância magnéticas utilizando-se 4 métodos diferentes para o ECP, de acordo com os pontos de referências posteriores: medida A – proeminências condrais; medida B – proeminências ósseas; medida C – proeminências ósseas lateral e condral medial; e medida D – proeminências condral lateral e óssea medial. As medidas obtidas foram comparadas estatisticamente com os valores tradicionais de rotação externa de 3° empregados na ATJ.

Resultados As médias do ângulo de rotação externa para as medidas A,B,C,D foram de 5,44° ± 2,39°, 4,94° ± 2,10°, 8,56° ± 2° e 2,33° ± 2°, respectivamente. Todos os métodos de medição resultaram em diferenças significativas em relação ao valor universal de 3° (p > 0,0001). Diferenças estatísticas foram encontradas em todas as comparações intergrupos entre os métodos de medição (p > 0,0001), exceto na comparação entre as medidas A e B (p = 0,1614).

Conclusão Utilizando um ponto de referência condral ou ósseo para o ECP, o ETE na população brasileira estudada apresentou aproximadamente 5° de rotação externa. A rotação tradicional do componente femoral de 3° em relação ao ECP pode ser insuficiente na população brasileira, sobretudo no joelho valgo. Assim, enfatizamos a importância de uma abordagem individualizada para alcançar o alinhamento rotacional ideal dos componentes na ATJ.

Trabalho desenvolvido no Hospital São Paulo, ambulatório do Grupo de Joelho, Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.




Publication History

Received: 28 April 2024

Accepted: 30 August 2024

Article published online:
12 March 2025

© 2025. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

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Bibliographical Record
Enzo Mameri, Isabelle Kaptzky Ballarini, Maria Beatriz Pinheiro Leonel, Marcio de Castro Ferreira, Marcus Vinicius Malheiros Luzo, Marcelo Seiji Kubota. Morfologia do fêmur distal em uma população brasileira: Desafiando o uso universal de 3° de rotação externa. Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60: s00441800923.
DOI: 10.1055/s-0044-1800923
 
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