Organização
Assistência
Como a existência de inúmeras unidades de emergência no estado com neurocirurgião de plantão atende a demanda pelo cuidado do traumatismo cranioencefálico (TCE) e raquimedular (TRM), o foco de atenção assistencial da instituição é a neurocirurgia craniana não traumática. Outros hospitais da rede pública são responsáveis pelo manejo da cirurgia de coluna em grande escala, como o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes (HEAPN).
O caráter do hospital é principalmente eletivo, exceto ao atendimento às hemorragias subaracnóideas. Os pacientes chegam à unidade somente através da regulação estadual, seja por atendimento ambulatorial ou por transferência direta de qualquer unidade, já com diagnóstico cirúrgico estabelecido. A neurocirurgia tem uma equipe principal responsável pelas cirurgias eletivas, um plantonista diário para intercorrências e uma equipe de ambulatório para screening cirúrgico, avaliação pós-operatória e seguimento clínico das lesões não-cirúrgicas. Ao todo, a equipe cirúrgica é constituída de 21 neurocirurgiões.
Outros ambulatórios temáticos complementam o screening e seguimento dos pacientes de forma mais compreensiva e especializada, incluindo as salas de epilepsia, distúrbios do movimento, neuroendocrinologia, neurooncologia, neurocirurgia pediátrica, e neurovascular.
A constituição de um robusto departamento de neuroendocrinologia permitiu a referência de pacientes em larga escala e troca de experiências com outras duas instituições de grande renome no cuidado das patologias selares, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia. Além do screening ambulatorial e preparo pré-operatório específico para cada patologia, os pacientes com adenomas hipofisários, craniofaringiomas e demais patologias selares têm acompanhamento pós-operatório imediato na neuroUTI e seguimento com a mesma equipe.
Ensino e Pesquisa
O IECPN passou a sediar a pós-graduação de 5 anos em Neurocirurgia sob tutela da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e direção do Prof. Dr. Paulo Niemeyer Filho, cujos alunos fazem sua rotação em manejo do TCE, TRM e cirurgia de coluna no HEAPN. No momento contamos com 15 pós-graduandos, dos quais nove iniciaram treinamento ainda na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. Há sessões matinais diárias após o round nas UTIs, em neurovascular, neuroendocrinologia, neuro-oncologia, neurocirurgia pediátrica e cirurgia de epilepsia, além do clube de revista.
Da mesma forma, a neuroUTI oferece um programa de pós-graduação em Neurointensivismo de 1 ano de duração, além de cursos regulares de doppler transcraniano e eletroencefalografia à beira do leito. A neurorradiologia também oferece o quarto ano de residência a radiologistas gerais, e a fisioterapia também possui pós-graduação específica sobre manejo pré- e pós-operatório do paciente neurocirúrgico.
O alto volume de atendimento e procedimentos no IECPN tem permitido a cada departamento liderar estudos científicos básicos e clínicos, principalmente nas patologias mais manejadas na unidade - adenomas hipofisários, gliomas, meningiomas, hemorragia subaracnóidea, cavernomas e cirurgia de epilepsia.
Os principais dados epidemiológicos estão sendo mantidos de forma prospectiva na plataforma de dados REDCap (Research Eletronic Data Capture, Universidade Vanderbilt, Nashville, Tennessee, EUA), a fim de facilitar a posterior coleta e análise de dados. Um médico epidemiologista faz parte do quadro da unidade unicamente para orientação e seguimento de diversos estudos em cada departamento. E finalmente, uma enfermeira de pesquisa em neurocirurgia completa o pilar acadêmico da unidade e tem função estratégica em quatro pontos: (1) auxiliar médicos na coleta de dados em diferentes estudos, (2) alimentar o banco de dados geral da unidade, (3) fazer contato com pacientes, e (4) auxiliar na organização de reuniões dos grupos de pesquisa.
Resultados Iniciais
Foram atendidos 19.717 pacientes de junho de 2013 a julho de 2015 (26 meses) nos diferentes ambulatórios – a [Tabela 1] discrimina os atendimentos por setor. O volume global de atendimentos mensais aumentou 18% de 2014 (média mensal de 843,17) para 2015 (995,29).
Tabela 1
Ambulatório
|
2013
|
2014
|
2015
|
Total
|
Neurocirurgia em adultos
|
474
|
2.269
|
1.549
|
4.292
|
Epilepsia pediátrica
|
340
|
1.421
|
899
|
2.660
|
Epilepsia adulto
|
312
|
1.386
|
916
|
2.614
|
Neuroendocrinologia
|
288
|
1.065
|
775
|
2.128
|
Clinica médica
|
231
|
486
|
346
|
1.063
|
Neurovascular
|
82
|
584
|
390
|
1.056
|
Neurocirurgia pediátrica
|
98
|
514
|
403
|
1.015
|
Anestesiologia
|
258
|
450
|
305
|
1.013
|
Neuro-oncologia
|
0
|
392
|
469
|
861
|
Movimentos involuntários
|
131
|
307
|
183
|
621
|
Psiquiatria
|
76
|
299
|
199
|
574
|
Psicologia
|
61
|
247
|
196
|
504
|
Neuropsicologia
|
113
|
210
|
94
|
417
|
Nutricionista
|
43
|
194
|
61
|
298
|
Pediatria
|
43
|
87
|
46
|
176
|
Genética
|
26
|
78
|
69
|
173
|
Metabolismo
|
27
|
59
|
42
|
128
|
Fonoaudiologia
|
29
|
70
|
25
|
124
|
Total
|
2.632
|
10.118
|
6.967
|
19.717
|
Ao todo, 2.272 pacientes foram operados no IECPN de agosto de 2013 a julho de 2015 (24 meses), sendo 229 por intervenção endovascular. Considerando-se os 2.043 procedimentos realizados no centro cirúrgico, a média mensal foi de 87,52 ± 12,70 (60-115) cirurgias por mês (excluindo o primeiro mês de funcionamento do centro cirúrgico, quando só uma sala operatória estava aberta). Houve uma progressão evolutiva na média mensal, com 78,75 ± 16,44 (60-94) cirurgias por mês em 2013 e 96,4 ± 13,90 (70-115) em 2015. A média diária de cirurgias durante dias úteis nesse intervalo foi de 4,0 (1-8).
A [Fig. 2] mostra a divisão de procedimentos por grande área. Há um predomínio claro no manejo das lesões neoplásicas, com 48.6% do total. A neurocirurgia vascular representou a segunda grande área em movimento cirúrgico, com 20,4%, enquanto a somatória dos procedimentos para manejo da hidrocefalia representou a terceira posição (13,1%). Descreveremos a seguir o volume específico das principais lesões abordadas no IECPN por grande área.
Fig. 2 Nos primeiros 24 meses de funcionamento, 2.272 procedimentos foram executados no IECPN; 229, por via endovascular. Houve um claro predomínio da cirurgia dos tumores do sistema nervoso central e crânio. Na categoria “Outros” foram incluídas craniectomias descompressivas, cranioplastias, cirurgias de hematomas intracranianos, abscessos e empiemas, malformações de Chiari, e revisões de feridas.
Cirurgia dos Tumores do Sistema Nervoso Central e Crânio
A média mensal de cirurgias de tumores foi de 36,0 ± 6,7 (22-46), excluindo-se o primeiro mês de funcionamento. Usando a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 2007, os gliomas constituíram o principal grupo de tumores manejados no IECPN, com 29,0% do total ([Tabela 2]). O glioblastoma multiforme isoladamente respondeu por 59,9% dos 227 tumores astrocíticos, 43,2% do total de gliomas e 12,5% do total de tumores nessa série.
Tabela 2
Gliomas
|
Total
|
Tumores astrocíticos
|
227
|
Glioblastoma multiforme
|
136
|
Astrocitoma pilocítico
|
36
|
Astrocitoma grau II
|
24
|
Astrocitoma grau III
|
21
|
Gliossarcoma
|
9
|
Astrocitoma subependimário
|
1
|
Tumores oligodendrogliais
|
42
|
Oligodendroglioma II
|
21
|
Oligodendroglioma III
|
21
|
Tumores neuronais e glioneuronais mistos
|
31
|
Glioneuronal maligno
|
13
|
Ganglioglioma I
|
12
|
Ganglioglioma III
|
4
|
Glioneuronal Papilar
|
1
|
Ganglioglioma II
|
1
|
Tumores ependimários
|
15
|
Ependimoma grau III
|
12
|
Ependimoma grau II
|
3
|
Total
|
315
|
Os adenomas hipofisários representaram 23,1% dos tumores operados; a [Tabela 3] mostra a distribuição de tais lesões. Já os 249 tumores meníngeos constituíram 22,9% do total de neoplasias – a [Tabela 4] revela a distribuição, enquanto a [Fig. 3] estratifica os meningiomas por localização. Dos 236 meningiomas, 85,6% eram OMS I, 10,6% eram atípicos (OMS II) e 3,8% eram anaplásicos (OMS III).
Fig. 3 Distribuição por topografia dos 236 meningiomas operados nos primeiros 2 anos do IECPN. Os meningiomas de convexidade foram os mais prevalentes na unidade, representando quase 30% do total. Os meningiomas de base de crânio somaram 55,1% do total.
Tabela 3
Adenomas
|
Total
|
Não funcionantes
|
135
|
Secretores de GH
|
60
|
Secretores de ACTH
|
38
|
Prolactinomas
|
13
|
Tireotropinomas
|
5
|
Total
|
251
|
Tabela 4
Tumores meníngeos
|
Total
|
Meningiomas
|
236
|
Hemangioblastoma
|
6
|
Hemangioma
|
2
|
Hemangiopericitoma
|
2
|
Osteoma
|
1
|
Tumor fibroso solitário
|
2
|
Total
|
249
|
Setenta e seis metástases cerebrais foram operadas, constituindo 7,0% do total de neoplasias. Metástases de foco pulmonar foram as mais incidentes (43,4%), seguidas pelas sem foco primário definido (19,7%) e pelas de mama (14,5%). Os tumores de nervos cranianos e periféricos representaram a quinta posição dentre as neoplasias, com 75 schwannomas e um neurofibroma intradural da raiz de C1. Daqueles, 69 eram vestibulares (90,8%); dois, trigeminais; dois, do hipoglosso; um, dos nervos do forame jugular; e um, do facial. Os demais diagnósticos histopatológicos serão detalhados em outro artigo.
Neurocirurgia Vascular
No total, 464 procedimentos microcirúrgicos e endovasculares foram realizados. O tratamento de aneurismas intracranianos representou 80,6% dos procedimentos vasculares. Foram 203 microcirurgias e 171 embolizações para tratamento de Aneurismas. Hemorragia subaracnóidea ocorreu em 50,5% dos pacientes. Exatamente 50% dos pacientes submetidos à clipagem tinham aneurismas de artéria cerebral média (ACM), enquanto 27,3% tinham aneurismas de artéria comunicante posterior, e 18,7%, aneurismas de artéria comunicante anterior. Dentre os aneurismas embolizados, a distribuição foi menos díspar, sendo a maior parte de artéria comunicante anterior (19,1%).
Vinte e uma malformações cavernosas foram operadas naquele intervalo de tempo. Doze delas eram supratentoriais (cinco frontais, duas no caudado, duas temporais, uma no giro do cíngulo, uma na coroa radiada, e uma parietal); sete, no tronco cerebral; e duas, cerebelares.
Nove malformações arteriovenosas foram abordadas, sete delas com tratamento híbrido – embolização associada à microcirurgia. Três eram frontais, três occipitais, duas parietais, e uma cerebelar. Quanto à classificação de Spetzler-Martin, quatro eram grau III; quatro, grau II; e uma, grau I.[7]
Seis bypasses cerebrais foram confeccionados, todos extra e intracranianos; cinco, da artéria temporal superficial para artéria cerebral média (ramos M3 ou M4); e um, de alto fluxo, da artéria carótida externa para M3, utilizando um enxerto da artéria radial.
Neurocirurgia Funcional
Embora tenha representado 5,9% (n = 133) do movimento cirúrgico, o tratamento em massa dos distúrbios do movimento se tornou um dos grandes diferenciais do instituto. O manejo cirúrgico da doença de Parkinson prevaleceu, representando 51,9% do atendimento cirúrgico; o da neuralgia do trigêmeo, 24,1%; o da distonia, 10,5%; do espasmo facial, 4,5%; do tremor essencial, 3,0%; e da neuralgia do glossofaríngeo, 2,3%.
Neurocirurgia Pediátrica
Por contar com apenas seis leitos, o movimento neurocirúrgico pediátrico foi significativamente menor. Ao todo, 264 procedimentos foram feitos em crianças e adolescentes. Verificamos que 122 (46,2%) deles foram ressecções tumorais; 41 (15,5%), procedimentos para manejo da hidrocefalia; vinte (7,6%), procedimentos cerebrovasculares (nove aneurismas, quatro MAV, dois cavernomas de tronco, dois cavernomas supratentoriais, um bypass de baixo fluxo para doença de Moya-Moya, uma fístula arteriovenosa dural e uma malformação de Galeno); nove, craniossinostoses; sete, medulas ancoradas; um, malformação de Chiari; e um, encefalocele; entre outros.
Cirurgia de Epilepsia
O tratamento cirúrgico da epilepsia do lobo temporal respondeu pela maior parte das cirurgias deste grupo, com 36,2% dos 58 procedimentos. Doze foram amigdaloipocampectomias seletivas, e nove incluíram lobectomia anterior. O implante de estimulador do nervo vago correspondeu a 20,7% do total; calosotomias, 12,1%; e hemiesferectomias, 5,2%. Houve ainda implante de eletrodo cerebral profundo em um caso.
Discussão
As últimas décadas viram a superconcentração de seletas especialidades em unidades próprias, de forma a proporcionar tratamento integral em um único ambiente ou instituição, além de promover ensino e pesquisa de excelência, gerando epidemiologia nacional fidedigna. Como principais exemplos, os Institutos Nacionais de Cardiologia (INC), do Câncer (Inca) e de Traumatologia e Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro, e os Institutos do Câncer (Icesp) e do Coração (InCor) em São Paulo auxiliaram a promover estas especialidades através do atendimento em massa, formação de especialistas e geração de políticas públicas específicas.[8]
[9]
A fragmentação de departamentos de neurocirurgia em vários estados brasileiros dentro e fora das universidades, em um contexto de restrição de investimentos no âmbito do Sistema Único de Saúde, contradiz a tendência mundial de concentração de procedimentos de alta complexidade em centros de alto volume.[1]
[2]
[3]
[4]
[5]
[6]
[8]
[9] Há extensa evidência na literatura de que morbidade e mortalidade são menores quando pacientes são tratados em centros específicos de referência com alto volume, por médicos superespecializados.[4]
[6] Ainda em 2002, Birkmeyer et al.[10] mostraram significativa redução de mortalidade operatória em procedimentos complexos abdominais e cardiovasculares quando manejados em instituições de grande volume versus baixo volume nos EUA. Uma década mais tarde, analisando resultados de 3,2 milhões de pacientes submetidos a cirurgias oncológicas ou cardiovasculares, Finks et al.[11] ratificam que o manejo em centros de alto volume reduz mortalidade cirúrgica em diversas patologias. Mas estes autores também reforçam a necessidade de iniciativas de cirurgia segura, melhora constante na qualidade, medidas de resultados e prognóstico constante (todas mais facilmente executadas em uma unidade especializada). Nos resultados a curto prazo, morbidade e mortalidade são comprovadamente menores na cirurgia transfenoidal para lesões selares em hospitais de alto volume, com menores taxas de hospitalização e até tendência a menor custo.4 Impactos semelhantes foram revelados no manejo microcirúrgico da neuralgia do trigêmeo e na derivação ventriculoperitoneal em crianças em centros com alto volume de tratamento.[12]
[13]
Centros de alto volume em neurocirurgia podem estar dentro de universidades (Departamento de Neurocirurgia do Instituto Karolinska, Suécia, e Serviço de Neurocirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), ligados a instituições privadas, mas funcionando em prédios independentes (Barrow Neurological Institute, Phoenix, EUA), ou serem instituições temáticas independentes (Instituto Burdenko, Moscou, Rússia).[14]
[15]
[16] Como exemplo, o Instituto Karolinska já realizava há duas décadas 3 mil neurocirurgias anualmente com quatro salas cirúrgicas, Gamma Knife e hemodinâmica.[15] O Barrow Neurological Institute demonstrou como o alto volume produz melhores resultados em patologias outrora raras em demais centros, como a malformação cavernosa do tronco cerebral, impulsionando equipes de todos os departamentos a produzir conhecimento em genética, biologia molecular e radiologia.[17]
[18]
O IECPN foi concebido em janeiro de 2011 como modelo de resolução rápida, tanto para o paciente neurocirúrgico ambulatorial quanto para o transferido de outro centro, baseado em grande volume de abordagem de patologias neurocirúrgicas cranianas. Inaugurado em junho de 2013, foi nomeado em homenagem a Paulo Niemeyer, um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (1957), introdutor do microscópio cirúrgico na especialidade no Brasil, e autor da descrição da amigdalohipocampectomia (1958).[19]
Ao concentrar especialistas como neuroanestesistas, neuroendocrinologistas, neurointensivistas, neuropatologistas, neuro-oncologistas e neurorradiologistas, além de fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros profundamente especializados em neurocirurgia, atuando em um alto volume repetido de patologias, regido por protocolos próprios, o tratamento mais ágil e integral de cada paciente torna-se possível. A identificação de complicações inerentes a cada doença ou procedimento, e o manejo destes, é significativamente mais rápida. Em paralelo, um ambiente propício para a pesquisa básica e clínica multidisciplinar em neurocirurgia resultará em maior desenvolvimento de conhecimento e literatura nacional específica, dará destaque às patologias mais incidentes para orientar a sociedade, e permitirá o fomento a órgãos públicos com dados para auxílio no desenvolvimento de políticas públicas específicas, em conjunto com outras grandes instituições nacionais.
A microcirurgia de tumores representou 48,6% do movimento cirúrgico naqueles primeiros 24 meses de operação do IEPCN. Os gliomas representaram 29% do total de tumores; adenomas hipofisários, 23,1%; e os tumores meníngeos, 22,9%. A neurocirurgia vascular híbrida representou 20,4% do movimento total, cabendo ressaltar o perfeito equilíbrio entre a microcirurgia e terapia endovascular, seja pelo número de clipagens versus embolizações, seja pelo fato de que de nove MAV rotas operadas, oito foram submetidas a embolização pré-operatória.
O maior desenvolvimento das cirurgias funcional e de epilepsia, no estado do Rio de Janeiro, apesar de estas ocuparem, respectivamente, a quarta e quinta posições em volume operado, talvez represente um dos maiores impactos da instalação do instituto. De 133 pacientes operados pelo grupo de neurocirurgia funcional, trinta receberam estimuladores cerebrais profundos – 53,3% para doença de Parkinson. O grupo multidisciplinar do centro de epilepsia, por sua vez, realizou em média 280 atendimentos mensais para triar 58 pacientes operados nesse intervalo (excetuando-se lesionectomias com resultado neoplásico).
Limitações
A avaliação de demais especialistas externos, principalmente urologistas, hematologistas, cirurgiões vasculares e plásticos, não é sempre pronta como idealmente em um hospital universitário, mas em nenhum caso comprometeu o atendimento multidisciplinar ao paciente. Uma equipe de sobreaviso de cirurgia geral responde prontamente em casos de procedimentos toracoabdominais de urgência.