CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1672738
E-Poster – Neurointensivism
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Vasoespasmo cerebral sintomático em pós-operatório de schwannoma vestibular: uma rara e subdiagnosticada complicação

Roberto Cisne de Paula
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Luiz Antônio Lavradas Junior
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Daniel Dutra Cavalcanti
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
,
Paulo Niemeyer-Filho
1   Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer
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Publikationsverlauf

Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)

 
 

    Introdução: O vasoespasmo cerebral é uma complicação conhecida após eventos neurológicos cerebrais causados pela hemorragia subaracnóidea aneurismática. Em 1960, Krayenbuhl foi o primeiro a relatar a ocorrência de vasoespasmo cerebral após a ressecção tumoral. O vasoespasmo cerebral que se segue a exérese tumoral é um evento incomum, porém podendo apresentar graves repercussões, principalmente se não diagnosticada em tempo hábil.

    Relato de caso: A.G.S.C, feminina, 15 anos, histórico materno de neurofibromatose tipo II, com quadro iniciado há 4 meses caracterizado por distúrbio de marcha, hipoacusia bilateral e zumbido a direita. Sua Ressonância magnética (RM) de crânio evidenciava lesões expansivas extra-axiais com realce intenso e heterogêneo pelo contraste, à direita e esquerda, alargando os condutos auditivos internos e estendendo-se as cisternas dos ângulos pontocerebelares onde determinavam efeito compressivo sobre o tronco cerebral, sugestivos de schwannomas vestibulares. Foi submetida à ressecção microcirúrgica via craniotomia retrossigmoide à direita, em posição de park-bench. Tomografia computadorizada (TC) de controle, realizada no segundo dia de pós-operatório (PO), evidenciava hemorragia subaracnoide extensa ocupando as cisternas de base. No sétimo dia de PO evoluiu com hemiplegia súbita a direita e sua TC crânio não evidenciou novas alterações. Doppler transcraniano (DTC) com velocidades em artérias cerebrais medias à direita de 136 cm/s / IP 0,82 e à esquerda de 114 cm/s / IP 0,79, respectivamente. DTC com 6 horas de evolução mostrava piora importante com artéria cerebral media (ACM) à direita de 160 cm/s e Lindegaard 2,9 e ACM à esquerda de 202 cm/s e Lindegaard 5,05. Angiografia cerebral demosntrou vasoespasmo difuso em ACM bilateral e artéria cerebral anterior a esquerda, sendo submetida à angioplastia química e mecânica, obtendo-se bom resultado angiografico. Evoluiu com melhora do nível de consciência e regressão parcial do déficit neurológico.

    Discussão: O vasoespasmo cerebral sintomático no pós-operatório de cirurgia de tumor de base de crânio é um evento raro, subdiagnosticado e de elevada morbimortalidade. Deve ser sempre considerado como diagnóstico diferencial em pacientes com declínio neurológico e evidência radiológica de hemorragia subaracnoide no pós-operatório. O prognóstico está diretamente relacionado ao diagnóstico e tratamento precoces. Angioplastia química e mecânica são alternativas eficazes no tratamento.


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    Die Autoren geben an, dass kein Interessenkonflikt besteht.