CC BY-NC-ND 4.0 · Arquivos Brasileiros de Neurocirurgia: Brazilian Neurosurgery 2018; 37(S 01): S1-S332
DOI: 10.1055/s-0038-1673027
E-Poster – Trauma
Thieme Revinter Publicações Ltda Rio de Janeiro, Brazil

Fratura-avulsão de côndilo occipital unilateral com luxação do côndilo contralateral e evolução clínica favorável

Alice Letícia Pereira da Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Ródio Luís Brandão Câmara
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Luana Lopes de Medeiros
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Arthur Henrique de Macedo Godeiro
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Renata Nunes Velloso
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Damácio Soares Paiva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Einstein Dantas de Aguiar Filho
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Felipe Augusto Santos de Queiroz Chaves
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Guido Silva Garcia Freire
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
,
Yan Junqueira e Silva
1   Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Publikationsverlauf

Publikationsdatum:
06. September 2018 (online)

 
 

    Apresentação do caso: Sexo masculino, 21 anos, agricultor. Politraumatizado em acidente automobilístico com colisão motocicleta-carro. Exame físico: Fratura exposta MID, em uso de colar cervical, ECGl 15, isocórico, disártrico, tetraplégico. Evolução: Durante internação apresentou recuperação do quadro de tetraplegia, embora a perna direita tenha sido amputada em decorrência do trauma, houve remissão dos déficits no MSE e MIE. Permaneceu, contudo, com déficit compatível com radiculoplexopatia C5 direita. TC crânio e coluna cervical: Hemorragia subaracnoide traumática e hemorragias puntiformes sugestivas de LAD e comprometimento medular cervical alto. Luxação de côndilo occipital esquerdo. Fratura e avulsão do côndilo occipital direito, sugerindo instabilidade e ruptura do ligamento alar. Conduta: Tratamento conservador com colar cervical tipo Filadélfia, programação de artrodese de coluna cervical para estabilizar a lesão a depender da evolução. Seguimento: Mantido colar cervical. Sinais de consolidação óssea mantendo boa evolução clínica.

    Discussão: Pela classificação das fraturas do côndilo occipital proposta por Anderson e Montesano (1988) o paciente apresentou o tipo III, por apresentar avulsão de fragmento do côndilo. A avulsão pode ocorrer durante rotação, inclinação lateral ou por mecanismo combinado. O tratamento preconizado é a imobilização cervical externa por 6 a 8 semanas. Contudo, este tipo de fratura é considerado instável por muitos especialistas e Maserati e colaboradores recomendam fusão occipitocervical se houver desalinhamento craniocervical.

    Considerações finais: A peculiaridade do presente caso reside na frequência muito incomum das fraturas do côndilo occipital em pacientes com traumatismo (apenas 0,4%). Além disso, o paciente apresentou também um quadro de tetraplegia pós-traumática que evoluiu satisfatoriamente. Considerando a luxação do côndilo occipital direito associada à fratura e avulsão do côndilo occipital esquerdo, tal evolução favorável é também surpreendente, visto que houve ainda um deslocamento atlantoaxial associado à fratura. Todavia, a evolução pode ter sido favorável pelo fato de que no lado da fratura-avulsão, o fragmento condilar tenha de certa forma impactado a junção craniocervical, impossibilitando um deslocamento adicional do côndilo contralateral luxado, e assim tenha fomentado, junto com a imobilização cervical externa, uma “artrodese in situ” benéfica ao paciente.


    #

    Die Autoren geben an, dass kein Interessenkonflikt besteht.