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DOI: 10.1055/s-0038-1673034
Ultrassom do diâmetro da bainha do nervo óptico para diagnóstico de hipertensão intracraniana em paciente vítima de traumatismo cranioencefálico
Publication History
Publication Date:
06 September 2018 (online)
Introdução: A Hipertensão intracraniana (HIC) é uma condição clínica frequente no trauma de crânio (TCE) e precisa ser diagnosticada precocemente para rápida intervenção. Diversos dispositivos para monitoração da pressão intracraniana (PIC) foram desenvolvidos, no entanto os métodos invasivos estão sujeitos a complicações como hemorragias, infecção e mesmo mal funcionamento, limitando a confiabilidade do valor obtido.
Método: Dentre os métodos não invasivos, o ultrassom da bainha do nervo óptico (UBNO) tem se destacado pela possibilidade de monitoração não invasiva, com o benefício de ter custo benefício efetivo e disponível a beira leito. Paciente masculino, 28 anos, vitima de atropelamento por automóvel na calçada da sua residência. ECGLa 15 pontos, pupilas isocóricas e fotorreativas, estável hemodinamicamente. Tomografia de crânio inicial revelou fratura com disjunção da sutura coronária bilateral, além de hematoma epidural em vertex craniano frontal (volume de 32 mL e espessura 15 mm). Angiotomografia fase venosa evidenciando imagem avascular com compressão do seio sagital superior no seu terço anterior, adelgaçado nessa porção, pérvio e sem extravasamento de contraste. Paciente mantinha-se assintomático e recusava a possibilidade de cirurgia. Optado pela monitoração com ultrassonografia da bainha do nervo óptico e Doppler transcraniano.
Resultados: O UBNO mostrou cristalino alinhado ao nervo óptico medido 3 mm posterior à retina. Nesse local foi aferido o diâmetro bainha nervo óptico em 3 medidas revelando valor menor que 5,7 mm bilateralmente. Doppler transcraniano revelou índice de pulsatilidade normal, sugerindo pressão intracraniana dentro dos limites da normalidade. Paciente evoluiu bem, recebendo alta no 5° dia pós trauma com seguimento ambulatorial. O HED de vértex constitui até 8% dos HED, com mortalidade de 18–50%.
Conclusão: A conduta cirúrgica não deve ser tomada em todos os casos, uma vez que a taxa de melhora espontânea é alta. A conduta cirúrgica deve ser tomada baseada no efeito compressivo sobre o cérebro, desvio do seio sagital superior, volume do HED e sintomatologia. O diagnóstico precoce da HIC permite o tratamento adequado e um desfecho favorável. O UBNO mostrou-se como uma ferramenta essencial na condução deste paciente.
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