Palavras-chave osteonecrose - cabeça do úmero - seguimentos
Introdução
A osteonecrose da cabeça do úmero é uma afecção rara, mas uma causa significante de
dor na articulação do ombro que, em muitos casos, responde mal ao tratamento não cirúrgico.[1 ]
[2 ]
[3 ] Ela corresponde a aproximadamente 5% do diagnóstico pré-operatório de todas as artroplastias
de ombro realizadas.[4 ]
Quando opta-se pelo tratamento cirúrgico da osteonecrose, dependendo do grau de acometimento
da superfície articular, a indicação mais comum é artroplastia.[2 ]
[5 ]
[6 ] A decisão quanto à escolha entre a artroplastia parcial e a total é, em geral, baseada
no estado da cartilagem da cavidade glenoidal durante o ato operatório. Neer classificou
a doença em 4 estágios: no estágio 3 de Neer, há colapso do osso subcondral de uma
área da cabeça do úmero. A cartilagem nessa região apresenta-se irregular e pode soltar-se.
Neste estágio é preconizado o uso da artroplastia parcial do ombro. Já no estágio
4, onde há envolvimento também da superfície articular da cavidade glenoidal, geralmente
é indicada a artroplastia total. No entanto, se houver uma lesão dos tendões do manguito
rotador, uma artrose concêntrica e/ou se o cirurgião julgar que o estoque ósseo da
cavidade glenoidal é muito ruim, existe sempre a opção de realizar uma artroplastia
parcial[6 ] ([Fig. 1 ]).
Fig. 1 Aspecto radiográfico das diferentes fases da osteonecrose da cabeça do úmero, segundo
a classificação de Neer.[6 ]
A literatura mostra que o uso da artroplastia parcial para o tratamento cirúrgico
da osteonecrose é eficaz para o alívio da dor, para aumento da mobilidade do ombro
e do grau de satisfação dos pacientes, mesmo quando comparada aos resultados da artroplastia
total.[2 ]
[4 ]
[6 ]
[7 ]
Pollock et al.,[8 ] em 1996, em um estudo de avaliação clínica, obteve bons resultados com o uso da
artroplastia parcial nas artroses concêntricas (quando a cabeça umeral permanece centralizada
com a cavidade glenoidal), assim como na artroplastia total nas artroses excêntricas
(onde existe uma incongruência da cabeça do úmero que leva a um desgaste desigual
da glenóide e eventualmente a cabeça do úmero subluxa posterior). ([Fig. 2 ]) Em 2001, nosso grupo avaliou 21 pacientes com osteonecrose da cabeça do úmero que
foram submetidos a artroplastias (totais e parciais), realizadas no serviço, com seguimento
médio de 37 meses. Concluiu-se nesse estudo que a artroplastia, total ou parcial,
é um bom procedimento para o alívio da dor e recuperação da função articular desses
pacientes.[9 ]
Fig. 2 Osteonecrose da cabeça do úmero tipo concêntrica (a ) e excêntrica (b ), segundo Pollock et al.[8 ]
No entanto, poucos estudos compararam os resultados a longo prazo das artroplastias
totais com as hemiartroplastias nos casos de osteonecrose. Gadea et al.,[10 ] em 2012, mostraram uma taxa de “sobrevivência” da artroplastia de 94% considerando
um seguimento de 10 anos. Os autores concluíram que a artroplastia parcial do ombro
é uma indicação confiável na osteonecrose da cabeça do úmero, independente da etiologia.
Entretanto, no mesmo estudo, os autores chamam atenção para o fato de que apesar dos
resultados funcionais semelhantes, observou-se que a taxa de “sobrevivência” da prótese
total foi maior.[10 ]
O desenvolvimento de erosão da cavidade glenoidal é uma complicação conhecida da artroplastia
parcial do ombro, sendo a principal causa de evolução desfavorável a médio e longo
prazo, resultando em dor, perda progressiva da amplitude de movimentos, diminuição
da função do ombro e, conseqüentemente, aumento dos índices de insatisfação do paciente.[4 ]
[11 ]
[12 ]
[13 ]
[14 ] Herschel et al.[11 ] mostraram que a cavidade glenoidal desenvolveu algum grau de erosão visível ao exame
radiográfico em 89% dos pacientes operados após um seguimento médio de 51 meses.
O objetivo desse estudo é verificar se houve a manutenção dos resultados funcionais
dos nossos pacientes que foram submetidos a artroplastia parcial devido a osteonecrose
ao longo de 10 anos, se eles tiveram progressão da erosão e se seus resultados clínicos
têm correlação com os aspectos radiográficos encontrados nos exames atuais.
Casuística e Métodos
Entre dezembro de 1988 e fevereiro de 2008, foram realizadas 27 artroplastias parciais
em 27 ombros de 25 pacientes para o tratamento da osteonecrose.
Foram incluídos em nosso estudo todos os pacientes com osteonecrose da cabeça do úmero,
independente da etiologia ou grau de acometimento, que foram submetidos a artroplastia
parcial e que completaram um tempo de seguimento mínimo de 10 anos de pós-operatório.
Os pacientes que não preencheram os critérios acima foram excluídos do estudo.
Dos 27 ombros conseguimos reavaliar 13, com seguimento variando de 10 a 26 anos (média
de 16,8 anos). Doze pacientes (14 ombros, pois 2 possuíam artroplastia parcial bilateral)
foram excluídos: 5 porque não foram localizados e 7 porque faleceram, não completando
um seguimento de 10 anos ([Tabela 1 ]).
Tabela 1
Caso
Idade (a)
Sexo
Dom
Etiologia
Neer (estágio)
Tipo de Prótese
Seguimento (a)
1
59
F
−
Pós-trauma
III
Neer II
27
2
73
F
−
Idiopática
III
Neer II
24
3
74
M
+
Disbarismo
III
Neer II
23
4
57
M
−
Idiopática
III
Eccentra
20
5
92
F
+
Pós-trauma
IV
Neer II
19
6
68
M
+
Pós-trauma
III
Eccentra
18
7
74
M
−
Pós-trauma
III
Neer II
15
8
62
M
+
Pós-trauma
III
Eccentra
13
9
72
M
−
Pós-trauma
III
Eccentra
13
10
79
F
+
Pós-trauma
IV
Neer II
12
11
42
F
+
Anemia falciforme
III
Eccentra
12
12
88
F
+
Idiopática
IV
Neer II
10
13
85
F
+
Pós-trauma
III
Eccentra
10
A idade dos pacientes na última avaliação variou de 42 a 92 anos (média de 71 anos).
Seis (46,15%) pacientes eram do sexo masculino e 7 (53,85%) do sexo feminino. Em 8
(61,54%) situações, o lado dominante foi o acometido.
Com relação à etiologia, tivemos 8 (61%) ombros com necrose pós-traumática, 3 (23%)
ombros com necrose idiopática, 1 ombro (7,7%) devido a anemia falciforme e 1 ombro
(7,7%) devido a disbarismo.
O grau de acometimento da articulação foi avaliado pelo estadiamento de Ficat e Enneking,[15 ] modificado por Neer,[6 ] sendo 10 (77%) casos de necrose no estágio III e 3 (23%) no estágio IV. ([Fig. 1 ]) Todos os casos no estágio IV foram considerados como artrose do tipo concêntrica.[8 ]
Todos os pacientes foram submetidos a artroplastia parcial por via de acesso deltopeitoral.
Todas as artroplastias tiveram a haste umeral cimentada, e os modelos usados foram,
em 7 casos, o modelo Neer II (Memphis, Tennessee, US), e em 6, o modelo Eccentra (São
Paulo, SP, Brasil).
No pós-operatório, o paciente é imobilizado por 6 semanas em tipoia tipo “Velpeau”.
Iniciado fisioterapia com exercícios pendulares e de rotação externa até neutra, passivamente,
desde o 1° dia pós operatório. Os movimentos ativos são introduzidos a partir da 6ª
semana.
Para medirmos o grau de mobilidade da articulação, utilizamos o método da Academia
Americana dos Cirurgiões Ortopedistas (AAOS, na sigla em inglês).[16 ] Para a avaliação funcional dos pacientes, utilizamos o método da University of California,
Los Angeles (UCLA).[17 ]
Todos os pacientes foram submetidos a reavaliação por imagens. Foram realizadas radiografias
do ombro nas posições frente corrigida, axilar, e túnel do supra-espinal. Na radiografia
de frente corrigida, medimos alguns parâmetros baseados no método publicado por por
Ohl et al.[18 ]:
offset glenoumeral lateral: definido como a distância entre a margem lateral do tubérculo maior e a base do processo
coracóide;
espaço articular glenoumeral: definido como a região onde o espaço articular se encontra mais estreito entre a
prótese e a glenoide;
profundidade da cavidade glenoidal : mensurada entre o centro da glenóide e uma linha passando entre o ápice e a margem
inferior da glenoide;
migração proximal do úmero, definida como a distância entre uma linha horizontal passando pela margem inferior
da glenoide e uma linha horizontal passando pelo implante da cabeça umeral;
espaço subacromial, determinado pela distância que separa o limite superior do tubérculo maior e a margem
inferior do acrômio ([Fig. 3 ]).
Fig. 3 Ilustração mostrando os diferentes parâmetros radiográficos utilizados: (a ) offset glenoumeral lateral, (b ) espaço articular, (c ) profundidade da cavidade glenoidal (CG), (d ) migração proximal (Mp), (e ) espaço subacromial.
O grau de erosão da cavidade glenoidal foi avaliada na radiografia do ombro, incidência
de frente corrigida, através do método proposto por Sperling et al.[19 ] e Herschel et al.[11 ] em 2007, sendo graduada em:
Ausente (grau I);
Leve (grau II), erosão no osso subcondral;
Moderada (grau III), medialização do osso subcondral com deformação hemisférica da glenoide;
Grave (grau IV), completa deformação hemisférica da glenoide com perda óssea superior à base do processo
coracoide.
Para a amostra de 13 pacientes, foram inicialmente calculadas as distribuições de
frequência, alguns testes estatísticos descritivos e construídos gráficos de boxplot para ilustração da comparação entre as situações iniciais (PO1a) e de seguimento
(PO10a), bem como para identificação de possíveis observações discrepantes.
Como a amostra foi considerada homogênea, possibilitou o uso do teste t de Student
e o teste não paramétrico de Mann-Whitney.[20 ]
Foi adotado um nível de significância de 5%, sendo rejeitadas as hipóteses com níveis
descritivos (valores-p ) inferiores a este valor. As análises foram realizadas utilizando-se o programa estatístico
Minitab®, v.17 (Minitab LLC., State College, PA, EUA).[20 ]
O protocolo do estudo foi aprovado pelo comitê de ética da instituição.
Resultados
Após avaliação dos 13 pacientes operados, comparamos a amplitude de movimento com
um ano de pós-operatório (PO1a) com a encontrada na avaliação após 10 anos (PO10a).
Os valores estão ilustrados na [Tabela 2 ], que nos mostra que houve ganho em todas as direções do movimento, com aumento médio
de 5° de elevação, 2° de rotação lateral e 2 níveis vertebrais mediais. Os valores
obtidos apresentaram nível de significância de 5%.
Tabela 2
Média
PO 1 a
PO 10 a
Valor-p
Elevação
100°
105°
p > 0,100
Rotação externa
34°
36°
p > 0,100
Rotação interna
L3
L1
p > 0,100
A média de escala da UCLA[17 ] no PO1a foi de 24 (17-30) e no PO10a foi de 24,5 pontos (variou de 14 a 34), mostrando
que o UCLA[17 ] não se modificou após 10 anos de seguimento pós-operatório.
No seguimento dos pacientes PO1a, tivemos 4 bons resultados (30,8%), 6 razoáveis ou
regulared (46,2%), e 3 (23,1%) pacientes com resultado ruim. Se compararmos com os
resultados dos pacientes PO10a, foram encontrados resultados excelentes em 1 caso
(7,7%), bons em 5 (38,5%), razoável ou regular em 3 (23,1%), e ruins em 4 pacientes
(30,8%). Em relação ao grau de satisfação, 4 (30,8%) PO1a pacientes encontravam-se
insatisfeitos com , ao passo que apenas 2 (15,4%) PO10a pacientes encontravam-seinsatisfeitos.
Em relação à avaliação radiográfica do grau de erosão avaliada pelo método proposto
por Sperling et al.[19 ] e Herschel et al.,[11 ] houve aumento médio do desgaste da cavidade glenoidal de um estágio durante o seguimento,
isto é, em média no PO1a, os pacientes tinham uma erosão classificada como estágio
II e agora no PO10a, a erosão encontrada foi classificada como estágio III. A avaliação
completa está na [Tabela 3 ].
Tabela 3
Grau
PO 1 a
n°(%)
PO 10 a
n° (%)
I
01 (08)
−
II
10 (77)
01 (08)
III
01 (08)
09 (69)
IV
01 (08)
03 (23)
Na radiografia de frente corrigido, através do método proposto por Ohl et al.,[18 ] obtivemos os seguintes resultados: diminuição do offset glenoumeral lateral, do espaço articular glenoumeral e do espaço subacromial. Houve
aumento da profundidade da cavidade glenoumeral e da migração proximal da cabeça do
úmero, ilustrados na [Tabela 4 ]. Todos com significância estatística (p > 0,1).
Tabela 4
PO 1 a (mm)
PO 10 a (mm)
PO 1 a–PO 10 a (mm)
Off-set glenoumeral lateral
67,3
63,6
3,7
Espaço articular glenoumeral
2,07
1,15
0,92
Profundida da cavidade glenoidal
4,1
8,53
-4,38
Migração proximal
4,42
6,31
-1,88
Espaço subacromial
8,07
5,38
2,69
Discussão
Com o seguimento mínimo de 10 anos, obtivemos um aumento da mobilidade do ombro em
todas as direções e uma média de UCLA[17 ] de 24,5 (regular), isto é, ganho de meio ponto em relação a avaliação com um ano
de pós-operatório. Ao analisarmos isoladamente o aumento da profundidade da cavidade
glenoidal (de 4,3 mm em média) e a diminuição do espaço articular glenoumeral (média
de 0,9 mm) que foram as alterações radiográficas mais evidentes, observamos que não
houve correlação diretamente proporcional ao resultado do UCLA,[17 ] que manteve-se ao redor de 24.
De acordo com Gadea et al.[10 ] e Smith et al.,[21 ] é reconhecido que a artroplastia parcial pode resultar em erosão da cavidade glenoidal,
sendo esta a principal causa de deterioração clínica e de revisão para artroplastia
total. Em um estudo realizado por Herschel et al.,[11 ] 89% dos pacientes desenvolveram algum grau de erosão da cavidade glenoidal visível
ao exame radiográfico em um tempo médio de seguimento de 31 meses, porém apenas 10%
tiveram indicação de revisão cirúrgica. O mesmo pode-se observar no estudo realizado
por Sperling et al.,[19 ] no qual com 7 anos de tempo médio de acompanhamento, apenas 24% dos pacientes foram
submetidos a uma reoperação, sendo a erosão da cavidade glenoidal a causa mais comum
da cirurgia (90%).
Em nosso estudo, verificamos que todos os pacientes tiveram algum grau de erosão visível
ao exame radiográfico após o seguimento mínimo de 10 anos de pós-operatório. Apesar
da evolução radiográfica encontrada, obtivemos resultados funcionais satisfatórios,
com uma taxa de sobrevida de 84,7% das artroplastias após tempo médio de 16 anos.
Cerciello et al. [22 ] encontraram uma incidência de 72% de erosão da cavidade glenoidal, associado a sintomatologia
em 6 to 72% dos casos, o que apoia os resultados encontrados em nosso trabalho, de
que nem sempre a erosão está associada a sintomas, e quando existem, podem não ser
incapacitantes ([Fig. 4 ]).
Fig. 4 Paciente aos 13 anos pós-cirurgia de artroplastia parcial por osteonecrose pós-trauma.
(a ) no exame radiográfico apresenta diminuição do espaço articular glenoumeral e erosão
da cavidade glenoidal. Paciente com 34 pontos na classificação da Universidade da
Califórnia, Los Angeles (UCLA), com boa mobilidade articular: (b ) elevação, (c ) rotação lateral e (d ) medial.
Quando perguntados sobre satisfação em relação ao resultado cirúrgico, 11 (84,7%)
pacientes encontravam-se satisfeitos com o resultado na última avaliação (PO10a),
apesar do grau de alteração encontrados nos exames radiográficos. Acreditamos que
isso se deva a uma adaptação clínica e funcional dos pacientes ao realizar suas atividades
diárias, e por isso, apesar da deterioração radiográfica, os pacientes não se sentem
mais incapacitados que anteriormente. E como satisfação é um dos parâmetros avaliados
no critério do UCLA,[17 ] isto afeta diretamente seu resultado.
Apenas 2 (15,4%) pacientes manifestaram-se realmente insatisfeitos com seus resultados.
Estes 2 apresentavam ao exame radiográfico no de PO10a uma erosão grave da cavidade
glenoidal classificada como grau IV de Sperling et al.[19 ]
No primeiro caso, a paciente apresentou osteonecrose de causa idiopática, acometendo
o membro dominante. Ela apresentava osteonecrose grau IV e artrose concêntrica na
avaliação pré-operatória. Foi feita uma artroplastia parcial tipo Neer. Aos PO10a,
a paciente apresentava 15 pontos na escala UCLA,[17 ] com amplitude de movimento de 80°, 20°, glúteo com dor e incapacidade funcional.
Foi indicado o procedimento de revisão da hemiartroplastia para artroplastia total.
Atualmente, encontra-se no 5° ano pós-revisão, com dor controlada, e amplitude de
movimento de 80°, 40°, sacro (ganho de 20° de rotação lateral).
Já o outro caso, é a paciente mais jovem da nossa casuística (45 anos), sendo a etiologia
da necrose secundária a anemia falciforme. A paciente possui 12 anos de pós-operatório,
com escore de 14 pontos na escala da UCLA,[17 ] amplitude de movimento de 90°, 0°, L4. Com 1 ano de pós-operatório, a paciente apresentava
um UCLA[17 ] de 24, com 80°, 20°, glúteo. O membro operado é o membro dominante, porém no membro
contra-lateral a paciente também tem osteonecrose da cabeça do úmero, classificada
como grau II, fato que está dificultando muito a realização das atividades de vida
diária. Portanto, apesar da pequena perda de amplitude de movimento durante o seguimento
acreditamos que o acometimento contra-lateral esteja contribuindo para a sua insatisfação
e dificuldade de adaptação. A paciente encontra-se em acompanhamento ambulatorial
no grupo com indicação de tratamento cirúrgico do lado contra-lateral, porém devido
a problemas particulares não quer fazer a cirurgia no momento.
Dos 7 pacientes que apresentaram resultado insatisfatório no PO10a, pudemos observar
que foi utilizada prótese tipo Neer II em 5; no entanto, do ponto de vista estatístico
(p > 5%) não houve diferença quando do uso da prótese Eccentra e Neer II em relação
ao UCLA[17 ] e ao arco de movimento entre os seguimentos de PO1 e PO10 anos.
Conclusão
O estudo nos mostra que houve a manutenção dos resultados funcionais dos nossos pacientes
que foram submetidos a artroplastia parcial devido a osteonecrose da cabeça do úmero
ao longo de 10 anos. Foi observada progressão da erosão da cavidade glenoidal, mas
os resultados clínicos, em 85% dos pacientes, não apresentaram correlação com a deterioração
dos aspectos radiográficos encontrados nos exames atuais.