CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2022; 57(05): 807-814
DOI: 10.1055/s-0042-1744499
Artigo Original
Oncologia Pediátrica

Necrose avascular pós-cirurgia de Dunn modificada no tratamento do escorregamento da epífise proximal do fêmur*

Article in several languages: português | English
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital do Trabalhador, Curitiba, PR, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital do Trabalhador, Curitiba, PR, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital do Trabalhador, Curitiba, PR, Brasil
,
1   Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital do Trabalhador, Curitiba, PR, Brasil
› Author Affiliations
Suporte Financeiro Não houve suporte financeiro de fontes pùblicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.
 

Resumo

Objetivo Analisar a incidência da necrose avascular da epífise no tratamento do escorregamento da epífise proximal do fêmur pela técnica de Dunn modificada, correlacionando-a com outras variáveis. Como objetivo secundário, descrevemos outras complicações encontradas.

Métodos Estudo retrospectivo com 20 pacientes tratados entre 2009 e 2019, com seguimento de 2 a 12 anos, tratados pela mesma equipe cirúrgica. A análise incluiu características gerais, tempo entre apresentação e procedimento cirúrgico, classificação, presença de perfusão sanguínea intraoperatória da epífise, avaliação das complicações e seus respectivos tratamentos.

Resultados Todos os casos eram graves, 65% crônicos agudizados e 55% dos escorregamentos eram instáveis. Nossa taxa de complicações foi de 45%, sendo 5 casos de necrose avascular, 2 de infecção profunda, uma falha do material e uma instabilidade articular. Pacientes operados com maior tempo após a internação e os sem perfusão intraoperatória da epífise tiveram maior risco de necrose na análise estatística. Considerando o tempo do estudo, tivemos 4 casos de necrose nos primeiros 5 anos e 1 caso nos últimos 5 anos.

Conclusão Nosso estudo demonstrou que a necrose foi a complicação mais comum e que o atraso para a realização da cirurgia e a ausência de perfusão da epífise no intraoperatório podem predispor à necrose avascular. Embora não estatisticamente significante, a instabilidade coxofemoral foi observada na forma de apresentação crônica e a fixação cirúrgica com fios rosqueados se mostrou menos eficaz que a fixação com parafuso canulado.

Este procedimento deve ser reservado para casos graves nos quais outras técnicas não sejam possíveis e realizado por equipe experiente, treinada e capacitada.


#

Introdução

O escorregamento da epífise proximal do fêmur (EEPF) é uma doença relativamente comum que acomete o quadril dos adolescentes,[1] apresentando uma incidência de 11/100.000 habitantes.[2] Seu tratamento permanece controverso, variando desde a tradicional fixação in situ para os casos leves a moderados e, para casos graves, as osteotomias, que podem ser realizadas na região intertrocantérica, na base do colo ou na região subcapital. A necrose avascular (NAV) da epífise, advinda principalmente das osteotomias intracapsulares, é a principal e mais temida complicação destes procedimentos. Alguns outros métodos foram descritos mais recentemente para os escorregamentos graves, tais como a técnica proposta por Parsch et al.,[3] que consiste na redução gentil cruenta monitorada pela palpação com a ponta do dedo indicador através de um pequeno acesso ântero-lateral (Watson Jones) com a drenagem do hematoma articular e a osteotomia subcapital para o realinhamento da epífise femoral através da luxação controlada do quadril (Dunn modificado).[4] [5]

A fixação in situ tem como objetivo estabilizar a epífise femoral proximal provocando fechamento fisário e com isto impedir a progressão da doença. Por outro lado, os procedimentos que visam a redução incruenta ou cruenta da epífise proporcionam a correção pelo alinhamento da deformidade e podem minimizar a progressão do quadril para a artrose coxofemoral.

O procedimento cirúrgico de Dunn modificado, descrito em Berna em 1998,[6] [7] tem como principal benefício a restauração da anatomia do fêmur proximal através de uma abordagem cirúrgica com a luxação, dita controlada, do quadril, ressecando na maioria das vezes o ligamento redondo. Nesta abordagem, cria-se um flap do retináculo do colo, com o intuito de preservar a vascularização da epífise femoral para que a osteotomia corretiva do colo femoral seja realizada com segurança.

Esta cirurgia proporciona uma excelente correção do deslizamento; contudo, é um procedimento complexo, necessitando, portanto, de maior experiência e treinamento adequado, sendo que complicações podem ser esperadas.[8]

Dentre as complicações descritas mais frequentemente estão:a NAV da epífise femoral, instabilidade do quadril, infecção, falha (quebra) do material de osteossíntese e a pseudartrose do trocânter maior.[9] [10]

O objetivo primário do nosso estudo foi analisar a incidência da NAV no tratamento da EEPF pela técnica de Dunn modificada, correlacionando esta complicação com outras variáveis. Como objetivo secundário descrevemos outras complicações encontradas em nossa amostra.


#

Materiais e Métodos

Esse estudo foi aprovado pelo comitê de ética e pesquisa sob o número CAAE:44899021.6.0000.5225.

Trata-se de um estudo retrospectivo realizado entre 2009 e 2019 em um hospital terciário, no qual foram revisados os prontuários de pacientes submetidos ao tratamento do EPPF pela técnica de Dunn modificada.

Os critérios de exclusão aplicados foram: pacientes com prontuário incompleto e aqueles com seguimento inferior a 2 anos.

Os dados epidemiológicos avaliados foram: o sexo, a idade no momento da doença e o lado acometido. O deslizamento foi classificado de acordo com a gravidade (leve, moderado ou grave) como proposto por Southwick,[11] de acordo com o tempo de apresentação (crônica, crônica agudizada e aguda) segundo Fahey e O'Brien[12] e ainda pela estabilidade como proposto por Loder et al.,[13] divididas em estável ou instável. Foi avaliado também o tempo entre o diagnóstico (admissão) no serviço, a realização do procedimento cirúrgico, bem como a perfusão intraoperatória da epífise femoral, esta realizada através da perfuração na epífise femoral com um fio de Kirschner de 1,5 mm.

Os pacientes que evoluíram para NAV foram comparados com aqueles sem necrose para tentar identificar os fatores que influenciaram sua ocorrência. Os dados usados para tal foram a idade da apresentação, separando em pacientes menores e maiores de 12 anos, sexo, lateralidade, tempo até a cirurgia (divididos em menos ou mais de 2 dias), característica da doença pelas classificações já citadas e a presença ou não de perfusão intraoperatória.

Outras complicações avaliadas foram: infecção superficial e profunda, falha do material de síntese, instabilidade (luxação do quadril) e pseudartrose do trocânter maior. Descrevemos também quais procedimentos posteriores foram realizados para tratar tais complicações.

Os resultados obtidos no estudo foram descritos por médias, desvios padrões, medianas, variáveis quantitativas ou variáveis categóricas. Para a comparação dos grupos definidos pela presença de necrose (sim ou não), em relação à idade, foi usado o teste t de Student para amostras independentes. Esta análise para tempo entre diagnóstico e a cirurgia foi feita usando-se o teste não-paramétrico de Mann-Whitney. Para a avaliação da associação entre variáveis categóricas e a probabilidade de ocorrência de necrose foi usado o teste exato de Fisher. Valores de p < 0,05 indicaram significância estatística. Os dados foram analisados com o programa computacional Stata/SE v.14.1. (StataCorp LLC, College Station, TX, USA).


#

Resultados

Nossa amostra constituiu-se de 20 pacientes com EEPF grave tratados pela mesma equipe cirúrgica com o procedimento de Dunn modificado no período de 2009 a 2019. Todos os pacientes tiveram acompanhamento pós-operatório variando de 2 a 12 anos. Tivemos 11 pacientes do sexo masculino, com uma idade média de 12,45 anos (8–14 anos). Doze procedimentos foram realizados no lado esquerdo, sendo que em 12 pacientes foi realizada a fixação in situ do lado contralateral, por apresentação bilateral ou por fixação profilática, mas em nenhum paciente tivemos o procedimento proposto realizado bilateralmente. Os pacientes foram operados com uma média de 3 dias de apresentação da doença (1–12 dias) ([Tabela 1] e [Figuras 1], [2], [3] e [4]).

Tabela 1

Ano

Sexo

Idade

Lateralidade

Dias até a cirurgia

Gravidade

Classificação de Loder

Classificação de Fahey O'Brien

Complicação

NAV

Infecção

Quebra do material

Luxação

2009

Feminino

12

esquerdo

2

grave

instável

aguda

NÃO

não

não

não

não

2010

Feminino

13

direito

2

grave

estável

crônica agudizada

SIM

não

sim

não

não

2010

Masculino

11

esquerdo

3

grave

instável

aguda

SIM

sim

não

não

não

2010

Masculino

14

esquerdo

5

grave

estável

crônica

SIM

não

não

não

sim

2011

Masculino

14

esquerdo

12

grave

estável

crônica

SIM

sim

não

não

não

2012

Feminino

11

esquerdo

3

grave

instável

aguda

SIM

sim

não

não

não

2012

Feminino

11

esquerdo

1

grave

instável

aguda

NÃO

não

não

não

não

2012

Feminino

11

direito

1

grave

estável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2013

Masculino

14

esquerdo

2

grave

estável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2014

Feminino

12

direito

10

grave

instável

crônica agudizada

SIM

sim

não

não

não

2015

Masculino

13

direito

3

grave

estável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2015

Masculino

14

esquerdo

2

grave

estável

crônica agudizada

SIM

não

não

sim

não

2015

Feminino

11

direito

2

grave

instável

aguda

NÃO

não

não

não

não

2016

Masculino

14

direito

3

grave

estável

crônica agudizada

SIM

sim

não

não

não

2016

Feminino

13

direito

2

grave

estável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2016

Masculino

14

direito

4

grave

estável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2017

Masculino

13

esquerdo

3

grave

estável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2018

Masculino

14

esquerdo

1

grave

instável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2018

Masculino

12

esquerdo

1

grave

instável

crônica agudizada

NÃO

não

não

não

não

2019

Feminino

8

esquerdo

1

grave

instável

crônica agudizada

SIM

não

sim

não

não

Zoom Image
Fig. 1 Radiografia em anteroposterior de um paciente com escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável.
Zoom Image
Fig. 2 Radiografia em anteroposterior do pós-operatório imediato de escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável, tratada pela técnica de Dunn modificada.
Zoom Image
Fig. 3 Radiografia em anteroposterior do paciente com 8 anos de pós-operatório de escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável no lado esquerdo, tratada pela técnica de Dunn modificada e fixação in situ do lado contralateral.
Zoom Image
Fig. 4 Radiografia em lauestein do paciente com 8 anos de pós-operatório de escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável no lado esquerdo, tratada pela técnica de Dunn modificada e fixação in situ do lado contralateral.

Pela classificação temporal de Fahey O'Brien, a maior parte dos casos—65% (13/20)— era do tipo crônica agudizada, seguido das agudas—25% (5/20), e 10% crônicas (2/20). Segundo a classificação proposta por Loder, 55% foram considerados instáveis (11/20), e o restante, 45, instáveis (9/20). Todos os casos eram de EEPF grave pela classificação de Southwick.

Encontramos 45% (9/20) de complicações, sendo 5 (25%) casos de necrose avascular, 2 (10%) casos de infecção profunda, 1 (5%) caso de luxação da articulação do quadril e 1 (5%) caso de falha do material de síntese ([Tabela 2]).

Tabela 2

Complicação

N

Presença

Frequência*

NAV

20

Não

Sim

15 (75%)

5 (25%)

Infecção

20

Não

Sim

18 (90%)

2 (10%)

Quebra do material

20

Não

Sim

19 (95%)

1 (5%)

Luxação

20

Não

Sim

19 (95%)

1 (5%)

Na avaliação dos fatores relacionados à ocorrência da necrose avascular, não houve diferença relacionada à idade, ao sexo e ao lado acometido. Também não houve diferença significativa relacionada ao tempo de apresentação e à estabilidade do deslizamento. Estatisticamente, os pacientes operados até o segundo dia de internação (p < 0,008) e aqueles com perfusão intraoperatória (p < 0,032) da epífise apresentaram menor risco de evolução para necrose. No que se refere ao tempo de apresentação, pela classificação de Fahey O'Brien, nenhum apresentou risco estatisticamente significativo de evolução para necrose, tendo sido comparadas as apresentações estáveis (crônicas) com as instáveis (crônica agudizada e aguda) e as duas apresentações instáveis entre si.

Os procedimentos posteriores para os cinco casos de NAV foram: duas osteotomias de suporte pélvico, uma retirada de material de síntese e observação clínica, uma retirada de material com osteocondroplastia do colo e uma osteotomia valgizante associada à osteocondroplastia ([Tabela 3] e [Figuras 5], [6] e [7]).

Tabela 3

Variável

Grupo

N

Necrose n (%)

P*

Faixa etária(anos)

11 ou 12

13 ou 14

9

11

3 (33,3%)

2 (18,2%)

0,617

Sexo

Feminino

Masculino

9

11

2 (22,2%)

3 (27,3%)

1

Admissão até a cirurgia (dias)

≤ 2

> 2

11

9

0 (0%)

5 (55,6%)

0,0008

Lado acometido

Esquerdo

Direito

12

8

3 (25%)

2(25%)

1

Classificação de Loder

Instável

Estável

9

11

3 (33,3%)

2 (18,2%)

0,617

Classificação de Fahey O'Brien

Aguda

Crônica agudizada

Crônica

5

13

2

2 (40%)

2 (15,4%)

1 (50%)

Tempo apresentação

Aguda/crônica agudizada

Crônica

18

2

4 (22,2%)

1 (50%)

0,447

Tempo apresentação

Aguda

Crônica agudizada

5

13

2 (40%)

2 (15,4%)

0,533

Perfusão da epífise intraoperatória

Não

Sim

4

16

3 (75%)

2 (12,5%)

0,032

Zoom Image
Fig. 5 Radiografia no pré operatório de escorregamento da epífise proximal do fêmur aguda instável a esquerda.
Zoom Image
Fig. 6 Radiografia no pós-operatório imediato de escorregamento da epífise proximal do fêmur aguda instável a esquerda, tratada pela técnica de Dunn modificada e fixação profilática a direita.
Zoom Image
Fig. 7 Radiografia em anteroposterior do paciente com 8 anos de pós-operatório de retirada do material de síntese e osteocondroplastia pela técnica da luxação controlada do quadril para tratar necrose avascular pós cirurgia de Dunn modificada.

Considerando o tempo do estudo 2009 a 2019, 4 das 5 necroses ocorreram nos primeiros 5 anos do uso da técnica, sendo estes também os primeiros 10 pacientes operados, e apenas 1 necrose nos 5 anos mais recentes compreendendo os últimos 10 pacientes operados ([Tabela 4]).

Tabela 4

Ano

Dias até a cirurgia

Perfusão intraoperatória

Tratamento proposto

2010

3

sem perfusão

Suporte pélvico

2011

12

sem perfusão

Osteotomia valgizante + osteocondroplastia

2012

3

presente

Retirada de material + osteocondroplastia

2014

10

sem perfusão

Suporte pélvico

2016

3

presente

Retirada de material


#

Discussão

O tratamento do EEPF permanece um desafio para os cirurgiões ortopédicos. A cirurgia de Dunn modificada ganhou popularidade como uma forma de tratamento nos casos moderados e graves. Este procedimento proporciona a correção da deformidade no local onde ela ocorre, prevenindo futura degeneração articular do quadril. Sabe-se, entretanto, que o procedimento é tecnicamente complexo requerendo uma curva de aprendizado longa por parte do cirurgião e equipe, sendo que complicações são relativamente comuns.

Dunn, em 1964,[14] descreveu a técnica de osteotomia subcapital realizada por uma abordagem cirúrgica posterior e apresentou uma taxa de apenas 4% de NAV. Em estudos posteriores, essa taxa não foi reprodutível, com relatos chegando a 54% de NAV,[15] [16] sendo que esses casos foram relacionados ao estiramento dos vasos retinaculares posteriores.[7]

A partir dos estudos de Gautier et al.[17] sobre vascularização do fêmur proximal e da descrição de Ganz et al.[18] da luxação cirúrgica controlada do quadril, o grupo de Berna apresentou os resultados do procedimento de Dunn, dito modificado, pois realizava esta via de abordagem para a realização da osteotomia subcapital com uma taxa surpreendente de 0% de NAV.[6] [19] Mais tarde, Lerch et al.,[20] do mesmo grupo de Berna, em 2019 analisaram os resultados a longo prazo de 40 casos de EEPF graves submetidos ao procedimento de Dunn modificado, com 2% de incidência de osteoartrose, 5% de NAV e 7% de falha de material.

A incidência de NAV descrita na literatura nos pacientes com EEFP crônica, quando não se realiza a redução do escorregamento, é próxima de 0%. Nos pacientes com escorregamentos agudos instáveis, essa incidência varia de 10 a 60%, independente do tratamento realizado.[21] [22] No estudo inicial de Zierbath et al.,[23] realizado em duas instituições e referente aos resultados da técnica de Dunn modificada, não foi encontrada necrose avascular, porém outras séries demonstraram variação dessa incidência de 5 a 47%.[8] [9] [21] [22] [24]

Em nossa amostra, foi observada uma incidência de NAV após procedimento de Dunn modificado de 25%, sendo este resultado condizente com a literatura publicada. Quando analisamos nossos casos de NAV da epífise, um paciente foi classificado inicialmente como crônico estável, um crônico agudizado estável, um crônico agudizado instável e dois agudos instáveis. Contudo, devido ao número baixo da amostra, não foi possível estabelecer uma correlação estatisticamente significativa entre tempo de apresentação, estabilidade (Loder) e NAV.

Dos 5 casos que evoluíram para NAV, 3 foram operados com 3 dias de internação e os outros com 10 e 13 dias, fato esse que se mostrou relevante estatisticamente na evolução para necrose, não sendo observada a mesma incidência nos pacientes operados no primeiro dia. Isto, atualmente, orienta a nossa conduta de realizar, se possível, o procedimento nas primeiras 24 horas. Esse dado é compatível com os trabalhos de Persinger et al.[25] e de Herrera-Soto et al.[26]

Outro dado que se mostrou estatisticamente significante foi a perfusão intraoperatória da epífise femoral. Dos cinco pacientes com NAV, três não apresentavam perfusão quando testados. Esta correlação não foi observada na série de Upasani et al;[9] entretanto, Novais et al.[27] e Aprato et al.[28] confirmaram a correlação.

Masquijo et al.[8] e Upasani et al.,[9] correlacionaram as complicações com a curva de aprendizado e a experiência do cirurgião. Em nossa série, tivemos 4 NAV nos primeiros 10 casos, operados nos primeiros 5 anos, e um paciente com NAV nos pacientes operados nos últimos 5 anos, dados estes que corroboram com estes trabalhos citados previamente.

Dois pacientes de nossa amostra evoluíram com infecção do sítio cirúrgico, ambos foram tratados com desbridamento cirúrgico e antibioticoterapia e apresentaram resolução adequada do quadro. Em nenhum deles foi observada NAV associada. Elmarhany et al.[29] tiveram 3% de infecção profunda que também não alterou o resultado final do procedimento.

Tivemos um paciente (5%) com falha do material de síntese (fios rosqueados entortaram), tendo sido realizada a troca dos fios rosqueados por dois parafusos canulados com boa evolução. Desde esta falha, nossa preferência é a fixação da epífise com 2 parafusos canulados de 7.0 mm. Na literatura, encontramos taxa de 7% desta complicação no artigo de Zierbath et al.[30] (3 casos em 40 acompanhados), ou até mais significativas, como a descrita por Sankar et al.,[21] de 15%.

Em uma revisão multicêntrica, Upasani e o grupo internacional de estudo da EEFP[10] descreveram uma taxa de 4% de instabilidade coxofemoral após procedimento de Dunn modificado; todos os casos eram de EEPF grave, crônica ou crônica agudizada. Destes casos de instabilidade, 47% necessitaram de nova cirurgia e 82% evoluíram com NAV, resultado semelhante ao estudo de Upasani et al.[9] em 2014, com 5% de instabilidade. Em nossa série, tivemos um paciente (5%) com luxação da articulação coxofemoral no pós-operatório imediato da EEFP (crônica grave), sendo este tratado com redução e imobilização com aparelho gessado pélvico-podálico, com resolução da instabilidade e sem NAV. A partir desta intercorrência, nos escorregamentos crônicos graves, quando o acetábulo está adaptado à deformidade da epífise femoral, preferimos a osteotomia flexora intertrocantérica associada à osteocondroplastia através da luxação cirúrgica controlada do quadril.

O procedimento de Dunn modificado é um procedimento complexo; entretanto, sua grande vantagem é restaurar a anatomia do quadril, proporcionando a preservação da função e prevenindo também o aparecimento da osteoartrose. Por outro lado, sua curva de aprendizado é longa e requer treinamento adequado para minimizar a ocorrência de complicações.

Atualmente, em nosso serviço, indicamos esse procedimento apenas para casos graves, crônico agudizados e para os instáveis, quando a técnica de Parsch et al.[3] não é mais aplicável, ou seja, casos acima de 48 horas de ocorrência do deslizamento.

Como limitações do nosso estudo, ressaltamos que este procedimento é utilizado em situações específicas de EEPF grave, necessitando de treinamento e experiência da equipe cirúrgica. Isto pode, em parte, explicar nossa amostra relativamente pequena de 20 casos em um período de 10 anos. Por outro lado, estudos randomizados duplo cegos comparados com outras opções cirúrgicas são necessários para melhor aferir a incidência de complicações correlacionando com fatores predisponentes.


#

Conclusão

Nosso estudo demonstrou que, no procedimento de Dunn modificado, a necrose foi a complicação mais comum, apresentando uma íntima relação com o atraso na realização da cirurgia e a presença da perfusão da epífise no intraoperatório, sendo que estes fatores podem predispor o aparecimento da NAV. Embora sem desfechos estatisticamente significantes, a instabilidade coxofemoral foi observada na forma de apresentação crônica e a fixação cirúrgica da epífise com fios rosqueados se mostrou menos eficaz do que a fixação com parafuso canulado.

Este procedimento deve ser reservado para casos graves, nos quais outras técnicas não sejam possíveis, e realizado por equipe experiente, treinada e capacitada.


#
#

Conflito de Interesses

Os autores declaram não ter conflito de interesses.

* Trabalho desenvolvido no Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital do Trabalhador, Curitiba, PR, Brasil.


  • Referências

  • 1 Lehmann CL, Arons RR, Loder RT, Vitale MG. The epidemiology of slipped capital femoral epiphysis: an update. J Pediatr Orthop 2006; 26 (03) 286-290
  • 2 Aronsson DD, Loder RT, Breur GJ, Weinstein SL. Slipped capital femoral epiphysis: current concepts. J Am Acad Orthop Surg 2006; 14 (12) 666-679
  • 3 Parsch K, Weller S, Parsch D. Open reduction and smooth Kirschner wire fixation for unstable slipped capital femoral epiphysis. J Pediatr Orthop 2009; 29 (01) 1-8
  • 4 Slongo T, Kakaty D, Krause F, Ziebarth K. Treatment of slipped capital femoral epiphysis with a modified Dunn procedure. J Bone Joint Surg Am 2010; 92 (18) 2898-2908
  • 5 Soni JF, Valenza WR, Uliana CS. Surgical treatment of femoroacetabular impingement after slipped capital femoral epiphysis. Curr Opin Pediatr 2018; 30 (01) 93-99
  • 6 Leunig M, Slongo T, Kleinschmidt M, Ganz R. Subcapital correction osteotomy in slipped capital femoral epiphysis by means of surgical hip dislocation. Oper Orthop Traumatol 2007; 19 (04) 389-410
  • 7 Tannast M, Jost LM, Lerch TD, Schmaranzer F, Ziebarth K, Siebenrock KA. The modified Dunn procedure for slipped capital femoral epiphysis: the Bernese experience. J Child Orthop 2017; 11 (02) 138-146
  • 8 Masquijo JJ, Allende V, D'Elia M, Miranda G, Fernández CA. Treatment of Slipped Capital Femoral Epiphysis With the Modified Dunn Procedure: A Multicenter Study. J Pediatr Orthop 2019; 39 (02) 71-75
  • 9 Upasani VV, Matheney TH, Spencer SA, Kim YJ, Millis MB, Kasser JR. Complications after modified Dunn osteotomy for the treatment of adolescent slipped capital femoral epiphysis. J Pediatr Orthop 2014; 34 (07) 661-667
  • 10 Upasani VV, Birke O, Klingele KE, Millis MB. International SCFE Study Group. Iatrogenic Hip Instability Is a Devastating Complication After the Modified Dunn Procedure for Severe Slipped Capital Femoral Epiphysis. Clin Orthop Relat Res 2017; 475 (04) 1229-1235
  • 11 Southwick WO. Osteotomy through the lesser trochanter for slipped capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg Am 1967; 49 (05) 807-835
  • 12 Fahey JJ, O'Brien ET. Acute slipped capital femoral epiphysis: review of the literature and report of ten cases. J Bone Joint Surg Am 1965; 47: 1105-1127
  • 13 Loder RT, Richards BS, Shapiro PS, Reznick LR, Aronson DD. Acute slipped capital femoral epiphysis: the importance of physeal stability. J Bone Joint Surg Am 1993; 75 (08) 1134-1140
  • 14 Dunn DM. The treatment of adolescent slipping of the upper femoral epiphysis. J Bone Joint Surg Br 1964; 46: 621-629
  • 15 Hall JE. The results of treatment of slipped femoral epiphysis. J Bone Joint Surg Br 1957; 39-B (04) 659-673
  • 16 Hiertonn T. Wedge osteotomy in advanced femoral epiphysiolysis. Acta Orthop Scand 1955; 25 (01) 44-62
  • 17 Gautier E, Ganz K, Krügel N, Gill T, Ganz R. Anatomy of the medial femoral circumflex artery and its surgical implications. J Bone Joint Surg Br 2000; 82 (05) 679-683
  • 18 Ganz R, Gill TJ, Gautier E, Ganz K, Krügel N, Berlemann U. Surgical dislocation of the adult hip a technique with full access to the femoral head and acetabulum without the risk of avascular necrosis. J Bone Joint Surg Br 2001; 83 (08) 1119-1124
  • 19 Leunig M, Slongo T, Ganz R. Subcapital realignment in slipped capital femoral epiphysis: surgical hip dislocation and trimming of the stable trochanter to protect the perfusion of the epiphysis. Instr Course Lect 2008; 57: 499-507
  • 20 Lerch TD, Vuilleumier S, Schmaranzer F. et al. Patients with severe slipped capital femoral epiphysis treated by the modified Dunn procedure have low rates of avascular necrosis, good outcomes, and little osteoarthritis at long-term follow-up. Bone Joint J 2019; 101-B (04) 403-414
  • 21 Sankar WN, Vanderhave KL, Matheney T, Herrera-Soto JA, Karlen JW. The modified Dunn procedure for unstable slipped capital femoral epiphysis: a multicenter perspective. J Bone Joint Surg Am 2013; 95 (07) 585-591
  • 22 Zaltz I, Baca G, Clohisy JC. Unstable SCFE: review of treatment modalities and prevalence of osteonecrosis. Clin Orthop Relat Res 2013; 471 (07) 2192-2198
  • 23 Ziebarth K, Zilkens C, Spencer S, Leunig M, Ganz R, Kim YJ. Capital realignment for moderate and severe SCFE using a modified Dunn procedure. Clin Orthop Relat Res 2009; 467 (03) 704-716
  • 24 Huber H, Dora C, Ramseier LE, Buck F, Dierauer S. Adolescent slipped capital femoral epiphysis treated by a modified Dunn osteotomy with surgical hip dislocation. J Bone Joint Surg Br 2011; 93 (06) 833-838
  • 25 Persinger F, Davis II RL, Samora WP, Klingele KE. Treatment of Unstable Slipped Capital Epiphysis Via the Modified Dunn Procedure. J Pediatr Orthop 2018; 38 (01) 3-8
  • 26 Herrera-Soto JA, Duffy MF, Birnbaum MA, Vander Have KL. Increased intracapsular pressures after unstable slipped capital femoral epiphysis. J Pediatr Orthop 2008; 28 (07) 723-728
  • 27 Novais EN, Sink EL, Kestel LA, Carry PM, Abdo JCM, Heare TC. Is Assessment of Femoral Head Perfusion During Modified Dunn for Unstable Slipped Capital Femoral Epiphysis an Accurate Indicator of Osteonecrosis?. Clin Orthop Relat Res 2016; 474 (08) 1837-1844
  • 28 Aprato A, Bonani A, Giachino M, Favuto M, Atzori F, Masse A. Can we predict femoral head vitality during surgical hip dislocation?. J Hip Preserv Surg 2014; 1 (02) 77-81
  • 29 Elmarghany M, Abd El-Ghaffar TM, Seddik M. et al. Surgical hip dislocation in treatment of slipped capital femoral epiphysis. SICOT J 2017; 3: 10
  • 30 Ziebarth K, Steppacher SD, Siebenrock KA. Die modifizierte Dunn-Operation zur Behandlung der schweren Epiphyseolysis capitis femoris. Orthopade 2019; 48 (08) 668-676

Endereço para correspondência

Heloisa Zimmermann Faggion
Rua Quintino Bocaiuva, 280, Cabral
Curitiba, Paraná, 80030310
Brasil   

Publication History

Received: 04 August 2021

Accepted: 20 January 2022

Article published online:
06 July 2022

© 2022. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil

  • Referências

  • 1 Lehmann CL, Arons RR, Loder RT, Vitale MG. The epidemiology of slipped capital femoral epiphysis: an update. J Pediatr Orthop 2006; 26 (03) 286-290
  • 2 Aronsson DD, Loder RT, Breur GJ, Weinstein SL. Slipped capital femoral epiphysis: current concepts. J Am Acad Orthop Surg 2006; 14 (12) 666-679
  • 3 Parsch K, Weller S, Parsch D. Open reduction and smooth Kirschner wire fixation for unstable slipped capital femoral epiphysis. J Pediatr Orthop 2009; 29 (01) 1-8
  • 4 Slongo T, Kakaty D, Krause F, Ziebarth K. Treatment of slipped capital femoral epiphysis with a modified Dunn procedure. J Bone Joint Surg Am 2010; 92 (18) 2898-2908
  • 5 Soni JF, Valenza WR, Uliana CS. Surgical treatment of femoroacetabular impingement after slipped capital femoral epiphysis. Curr Opin Pediatr 2018; 30 (01) 93-99
  • 6 Leunig M, Slongo T, Kleinschmidt M, Ganz R. Subcapital correction osteotomy in slipped capital femoral epiphysis by means of surgical hip dislocation. Oper Orthop Traumatol 2007; 19 (04) 389-410
  • 7 Tannast M, Jost LM, Lerch TD, Schmaranzer F, Ziebarth K, Siebenrock KA. The modified Dunn procedure for slipped capital femoral epiphysis: the Bernese experience. J Child Orthop 2017; 11 (02) 138-146
  • 8 Masquijo JJ, Allende V, D'Elia M, Miranda G, Fernández CA. Treatment of Slipped Capital Femoral Epiphysis With the Modified Dunn Procedure: A Multicenter Study. J Pediatr Orthop 2019; 39 (02) 71-75
  • 9 Upasani VV, Matheney TH, Spencer SA, Kim YJ, Millis MB, Kasser JR. Complications after modified Dunn osteotomy for the treatment of adolescent slipped capital femoral epiphysis. J Pediatr Orthop 2014; 34 (07) 661-667
  • 10 Upasani VV, Birke O, Klingele KE, Millis MB. International SCFE Study Group. Iatrogenic Hip Instability Is a Devastating Complication After the Modified Dunn Procedure for Severe Slipped Capital Femoral Epiphysis. Clin Orthop Relat Res 2017; 475 (04) 1229-1235
  • 11 Southwick WO. Osteotomy through the lesser trochanter for slipped capital femoral epiphysis. J Bone Joint Surg Am 1967; 49 (05) 807-835
  • 12 Fahey JJ, O'Brien ET. Acute slipped capital femoral epiphysis: review of the literature and report of ten cases. J Bone Joint Surg Am 1965; 47: 1105-1127
  • 13 Loder RT, Richards BS, Shapiro PS, Reznick LR, Aronson DD. Acute slipped capital femoral epiphysis: the importance of physeal stability. J Bone Joint Surg Am 1993; 75 (08) 1134-1140
  • 14 Dunn DM. The treatment of adolescent slipping of the upper femoral epiphysis. J Bone Joint Surg Br 1964; 46: 621-629
  • 15 Hall JE. The results of treatment of slipped femoral epiphysis. J Bone Joint Surg Br 1957; 39-B (04) 659-673
  • 16 Hiertonn T. Wedge osteotomy in advanced femoral epiphysiolysis. Acta Orthop Scand 1955; 25 (01) 44-62
  • 17 Gautier E, Ganz K, Krügel N, Gill T, Ganz R. Anatomy of the medial femoral circumflex artery and its surgical implications. J Bone Joint Surg Br 2000; 82 (05) 679-683
  • 18 Ganz R, Gill TJ, Gautier E, Ganz K, Krügel N, Berlemann U. Surgical dislocation of the adult hip a technique with full access to the femoral head and acetabulum without the risk of avascular necrosis. J Bone Joint Surg Br 2001; 83 (08) 1119-1124
  • 19 Leunig M, Slongo T, Ganz R. Subcapital realignment in slipped capital femoral epiphysis: surgical hip dislocation and trimming of the stable trochanter to protect the perfusion of the epiphysis. Instr Course Lect 2008; 57: 499-507
  • 20 Lerch TD, Vuilleumier S, Schmaranzer F. et al. Patients with severe slipped capital femoral epiphysis treated by the modified Dunn procedure have low rates of avascular necrosis, good outcomes, and little osteoarthritis at long-term follow-up. Bone Joint J 2019; 101-B (04) 403-414
  • 21 Sankar WN, Vanderhave KL, Matheney T, Herrera-Soto JA, Karlen JW. The modified Dunn procedure for unstable slipped capital femoral epiphysis: a multicenter perspective. J Bone Joint Surg Am 2013; 95 (07) 585-591
  • 22 Zaltz I, Baca G, Clohisy JC. Unstable SCFE: review of treatment modalities and prevalence of osteonecrosis. Clin Orthop Relat Res 2013; 471 (07) 2192-2198
  • 23 Ziebarth K, Zilkens C, Spencer S, Leunig M, Ganz R, Kim YJ. Capital realignment for moderate and severe SCFE using a modified Dunn procedure. Clin Orthop Relat Res 2009; 467 (03) 704-716
  • 24 Huber H, Dora C, Ramseier LE, Buck F, Dierauer S. Adolescent slipped capital femoral epiphysis treated by a modified Dunn osteotomy with surgical hip dislocation. J Bone Joint Surg Br 2011; 93 (06) 833-838
  • 25 Persinger F, Davis II RL, Samora WP, Klingele KE. Treatment of Unstable Slipped Capital Epiphysis Via the Modified Dunn Procedure. J Pediatr Orthop 2018; 38 (01) 3-8
  • 26 Herrera-Soto JA, Duffy MF, Birnbaum MA, Vander Have KL. Increased intracapsular pressures after unstable slipped capital femoral epiphysis. J Pediatr Orthop 2008; 28 (07) 723-728
  • 27 Novais EN, Sink EL, Kestel LA, Carry PM, Abdo JCM, Heare TC. Is Assessment of Femoral Head Perfusion During Modified Dunn for Unstable Slipped Capital Femoral Epiphysis an Accurate Indicator of Osteonecrosis?. Clin Orthop Relat Res 2016; 474 (08) 1837-1844
  • 28 Aprato A, Bonani A, Giachino M, Favuto M, Atzori F, Masse A. Can we predict femoral head vitality during surgical hip dislocation?. J Hip Preserv Surg 2014; 1 (02) 77-81
  • 29 Elmarghany M, Abd El-Ghaffar TM, Seddik M. et al. Surgical hip dislocation in treatment of slipped capital femoral epiphysis. SICOT J 2017; 3: 10
  • 30 Ziebarth K, Steppacher SD, Siebenrock KA. Die modifizierte Dunn-Operation zur Behandlung der schweren Epiphyseolysis capitis femoris. Orthopade 2019; 48 (08) 668-676

Zoom Image
Fig. 1 Radiografia em anteroposterior de um paciente com escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável.
Zoom Image
Fig. 2 Radiografia em anteroposterior do pós-operatório imediato de escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável, tratada pela técnica de Dunn modificada.
Zoom Image
Fig. 3 Radiografia em anteroposterior do paciente com 8 anos de pós-operatório de escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável no lado esquerdo, tratada pela técnica de Dunn modificada e fixação in situ do lado contralateral.
Zoom Image
Fig. 4 Radiografia em lauestein do paciente com 8 anos de pós-operatório de escorregamento da epífise proximal do fêmur crônica agudizada instável no lado esquerdo, tratada pela técnica de Dunn modificada e fixação in situ do lado contralateral.
Zoom Image
Fig. 5 Radiografia no pré operatório de escorregamento da epífise proximal do fêmur aguda instável a esquerda.
Zoom Image
Fig. 6 Radiografia no pós-operatório imediato de escorregamento da epífise proximal do fêmur aguda instável a esquerda, tratada pela técnica de Dunn modificada e fixação profilática a direita.
Zoom Image
Fig. 7 Radiografia em anteroposterior do paciente com 8 anos de pós-operatório de retirada do material de síntese e osteocondroplastia pela técnica da luxação controlada do quadril para tratar necrose avascular pós cirurgia de Dunn modificada.
Zoom Image
Fig. 1 Anteroposterior radiograph of a patient with acute, chronic, unstable slipped capital femoral epiphysis.
Zoom Image
Fig. 2 Immediate postoperative anteroposterior radiograph of a case of acute, chronic, unstable slipped capital femoral epiphysis treated using the modified Dunn technique.
Zoom Image
Fig. 3 Anteroposterior radiograph of a patient 8 years after the operation of a slippage of the proximal femoral epiphysis with an acute unstable condition on the left side, treated by the modified Dunn technique and in situ fixation on the contralateral side.
Zoom Image
Fig. 4 Radiograph in Lauestein of the patient 8 years after the operation of slippage of the proximal femoral epiphysis with acute instability on the left side, treated by the modified Dunn technique and in situ fixation on the contralateral side.
Zoom Image
Fig. 5 Preoperative radiograph of slippage of the proximal femoral epiphysis acutely unstable on the left.
Zoom Image
Fig. 6 Immediate postoperative radiography of acute unstable proximal femoral epiphysis slippage on the left, treated by the modified Dunn technique and prophylactic fixation on the right.
Zoom Image
Fig. 7 Postoperative anteroposterior radiograph of an 8-year-old patient after synthesis material removal and osteochondroplasty using the controlled hip dislocation technique to treat AVN after a modified Dunn surgery.