CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2022; 57(05): 747-765
DOI: 10.1055/s-0042-1745802
Artigo Original
Joelho

Preferências e práticas de ortopedistas brasileiros por técnicas de tromboprofilaxia na artroplastia total do joelho: Levantamento entre membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ)

Article in several languages: português | English
1   Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil
2   Hospital Maradei, Clínica dos Acidentados, Belém, PA, Brasil
,
1   Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil
,
1   Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Pará, Belém, PA, Brasil
,
3   Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, Goiânia, GO, Brasil
,
4   Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Passo Fundo, RS, Brasil
,
5   Instituto de Ortopedia e Traumatologia, Hospital das Clínicas HCFMUSP, Faculdade de Medicina, Universidade de Sao Paulo, São Paulo, SP, Brasil
› Author Affiliations
 

Resumo

Objetivo Descrever as preferências e práticas atuais de uma amostra de cirurgiões de joelho do Brasil quanto à forma de tromboprofilaxia na artroplastia total do joelho (ATJ).

Método Na presente pesquisa realizada pela internet, cirurgiões associados à Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) foram convidados a responder voluntariamente a um questionário anônimo incluindo o tempo de experiência cirúrgica pessoal, percepções sobre as melhores opções de tromboprofilaxia e as reais práticas no ambiente onde trabalham.

Resultados Entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021, 243 participantes responderam ao questionário completo. Exceto por 3 (1,2%) participantes, todos declararam praticar tromboprofilaxia, a maioria (76%) combinando as formas farmacológica e mecânica. A droga mais prescrita é a enoxaparina (87%), com modificação para rivaroxabana (65%) após a alta. O momento de início da tromboprofilaxia variou conforme o tempo de formação do cirurgião de joelho (p ≤ 0,03) e as preferências e práticas variaram conforme a região do país (p < 0,05) e o sistema de saúde no qual trabalham os cirurgiões (público ou privado; p = 0,024). A opção por tromboprofilaxia mecânica também dependeu do tempo de formação do cirurgião.

Conclusão As preferências e práticas de tromboprofilaxia na ATJ são diversas nas regiões do Brasil e sistemas de saúde (público ou privado). Dada a inexistência de uma diretriz clínica nacional, a maior parte dos ortopedistas segue ou a diretriz de seu próprio hospital ou nenhuma. O método de profilaxia mecânica e a pouca utilização do ácido acetilsalicílico são os pontos que mais destoam das diretrizes e práticas internacionais.


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Introdução

O tromboembolismo venoso (TEV), incluindo a trombose venosa profunda (TVP) e a embolia pulmonar (EP), é uma complicação potencialmente fatal que pode ocorrer após a artroplastia do joelho. Há duas formas de prevenção: a farmacológica e a mecânica. O que se almeja é um método eficaz, ou seja, que evite o desfecho fatal, e ao mesmo tempo seguro (que não cause sangramento maior).[1] [2] Apesar da grande importância do tema no cotidiano do ortopedista, ainda não há um consenso sobre qual é a melhor forma de tromboprofilaxia na artroplastia total do joelho, nem no âmbito nacional, nem no internacional.[1] [2] [3] [4]

O objetivo da presente pesquisa é descrever as preferências e práticas atuais de uma amostra de ortopedistas cirurgiões de joelho do Brasil quanto à forma de tromboprofilaxia na artroplastia total do joelho (ATJ).


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Materiais e Métodos

A presente pesquisa foi iniciada após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Pará e registro na Plataforma Brasil, além da aprovação pela Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ).

O presente estudo, conduzido on-line para coletar as percepções e práticas de cirurgiões de joelho atuando no Brasil, está reportado de acordo com o roteiro para redação de pesquisas via internet conhecido como Checklist for Reporting Results of Internet E-Surveys (CHERRIES, na sigla em inglês).[5]

O questionário (Apêndice 1, material suplementar disponível apenas on-line), aberto, foi enviado a todos os membros da SBCJ, inicialmente por e-mail em 18 de dezembro de 2020 (Apêndice 2, material suplementar disponível apenas on-line), quando havia 1.612 ortopedistas titulares. A partir de 27 de dezembro de 2020, também foi divulgada uma mensagem pelo aplicativo WhatsApp a todos os grupos das regionais da SBCJ (Apêndice 3, material suplementar disponível apenas on-line) convidando-os a participar voluntariamente da pesquisa. Nenhuma recompensa foi oferecida pela participação.

As respostas foram recebidas até 26 de janeiro de 2021. Como forma de evitar a duplicidade de preenchimento pelo mesmo participante, seu e-mail era solicitado; a identificação do entrevistado, não. Nos casos em que o mesmo participante (mesmo e-mail) enviou mais de uma resposta, foi considerada apenas a última e descartada qualquer outra. Tanto o e-mail quanto a mensagem de WhatsApp direcionavam ao site da plataforma Google Formulários onde as respostas eram automaticamente armazenadas, com acesso restrito aos pesquisadores por meio de senha. Para responder à pesquisa, todos os participantes precisavam ler e concordar com o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) disponível em um link no texto inicial (Apêndice 4, material suplementar disponível apenas on-line).

O questionário foi composto por 51 perguntas distribuídas por 4 seções: a inicial com informações gerais sobre o participante, a segunda sobre sua rotina perioperatória na ATJ, a terceira sobre suas preferências e práticas quanto à tromboprofilaxia (farmacológica e/ou mecânica) e, por fim, uma destinada a comentários opcionais. Os métodos de tromboprofilaxia listados no questionário se basearam em revisão de literatura, diretrizes internacionais e na experiência clínica conjunta dos autores.

Em fase piloto, o questionário on-line foi testado com 6 ortopedistas, com tempo médio de 4 minutos para seu preenchimento. Algumas perguntas foram reformuladas para evitar ambiguidades e melhorar a usabilidade/funcionalidade.

Das 51 perguntas, 35 eram de múltipla escolha (das quais 2 permitiam mais de uma escolha) e 15, discursivas. Como algumas perguntas só surgiam condicionadas a algumas respostas (branching logic), o número de questões totais feitas ao participante poderia variar entre 17 e 51. Não houve randomização na ordem das perguntas. Para manter a linha de raciocínio, foi adotada sempre a mesma sequência. Ao longo do preenchimento, o participante poderia voltar e rever suas respostas, até o momento do envio final. Com exceção do campo “Comentários Finais”, todas as demais perguntas eram de resposta obrigatória. A plataforma só capturava os dados dos questionários respondidos na íntegra. Assim, não houve coleta de questionário incompleto.

Na análise estatística, as condutas e preferências dos cirurgiões foram descritas segundo as características de interesse com uso de frequências absolutas e relativas e foram verificadas associações com testes da razão de verossimilhanças de Kirkwood e Sterne. Os dados foram tabulados no software Microsoft Excel 2003 (Microsoft Corp., Redmond, WA, EUA) e analisados com o software IBM SPSS Statistics for Windows versão 20.0 (IBM Corp., Armonk, NY, EUA). Os testes foram realizados considerando um nível de significância de 5%.


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Resultados

Foram recebidas 311 respostas, das quais 65 duplicadas foram excluídas, assim como a de um participante que afirmou não realizar ATJ de rotina. Desta forma, foram analisadas as respostas de 245 participantes. Este número corresponde a uma taxa de resposta de 15,19% do total de membros da SBCJ durante o período do estudo – embora a titularidade não tenha sido checada.

A [Tabela 1] mostra o perfil dos participantes e seu grau de preocupação com complicações na ATJ. A [Tabela 2] mostra suas preferências e práticas de tromboprofilaxia. À exceção de 3 entrevistados (1,2%), todos os demais utilizam alguma forma de tromboprofilaxia. A combinação de farmacológica e mecânica é a preferência de 76% deles. A droga mais prescrita após a cirurgia é a enoxaparina (87%). Todos os que prescrevem tromboprofilaxia na internação mantêm alguma forma para uso domiciliar. Dos que utilizam enoxaparina durante a internação, apenas 30% a mantêm após a alta; os outros 70% mudam para outra droga de administração oral. Destas, a mais prescrita é a rivaroxabana (65%), cujo momento de início de administração mais frequente é 24 horas após a última dose de enoxaparina (86% das vezes). Dentre os ortopedistas que utilizam outra droga que não a enoxaparina durante a internação, a maioria (94%) não muda a medicação após a alta hospitalar.

Tabela 1

Variável

Descrição

Tempo de término do R4 em cirurgia do joelho

Até 10 anos

58 (23,6%)

11 a 20 anos

81 (32,9%)

21 a 30 anos

65 (26,4%)

> 30 anos

42 (17,1%)

Região do Brasil

Norte

27 (11%)

Nordeste

44 (17,9%)

Sudeste

134 (54,5%)

Sul

24 (9,8%)

Centro-Oeste

17 (6,9%)

Você realiza suas artroplastias do joelho predominantemente em quais pacientes?

Convênios/Particulares

168 (68,3%)

SUS

33 (13,4%)

Volume semelhante SUS/Privado

45 (18,3%)

Volume de artroplastias/mês

0 a 4

143 (58,1%)

5 a 8

73 (29,7%)

9 ou mais

30 (12,2%)

Você atua predominantemente como cirurgião principal ou auxiliar?

Principal

226 (91,9%)

Auxiliar

20 (8,1%)

Qual seu grau de preocupação em relação às seguintes possíveis complicações na artroplastia total do joelho? [Tromboembolismo]

Sem preocupação

2 (0,8%)

Levemente preocupado(a)

20 (8,1%)

Mais ou menos

25 (10,2%)

Preocupado(a)

94 (38,2%)

Muito preocupado

105 (42,7%)

Qual seu grau de preocupação em relação às seguintes possíveis complicações na artroplastia total do joelho? [Infecção]

Sem preocupação

3 (1,2%)

Levemente preocupado(a)

12 (4,9%)

Mais ou menos

7 (2,8%)

Preocupado(a)

50 (20,3%)

Muito preocupado

174 (70,7%)

Qual seu grau de preocupação em relação às seguintes possíveis complicações na artroplastia total do joelho? [Sangramento menor]

Sem preocupação

52 (21,1%)

Levemente preocupado(a)

70 (28,5%)

Mais ou menos

47 (19,1%)

Preocupado(a)

65 (26,4%)

Muito preocupado

12 (4,9%)

Qual seu grau de preocupação em relação às seguintes possíveis complicações na artroplastia total do joelho? [Sangramento maior]

Sem preocupação

14 (5,7%)

Levemente preocupado(a)

38 (15,4%)

Mais ou menos

43 (17,5%)

Preocupado(a)

85 (34,6%)

Muito preocupado

66 (26,8%)

Qual tipo de anestesia sua equipe utiliza com maior frequência na artroplastia total de joelho?

Geral

1 (0,4%)

Peridural

1 (0,4%)

Peridural com cateter

4 (1,6%)

Raquidiana

98 (39,8%)

Raquidiana + bloqueio periférico guiado por ultrassonografia

136 (55,3%)

Raquidiana + peridural

6 (2,4%)

Você acredita que o uso do torniquete pode aumentar a incidência de efeitos tromboembólicos na artroplastia total do joelho?

Não

117 (47,6%)

Sim

129 (52,4%)

Num paciente que não apresente complicações, por quanto tempo você o mantém internado após uma artroplastia primária do joelho?

1 dia

18 (7,3%)

2 dias

138 (56,1%)

3 dias

81 (32,9%)

> 3 dias

9 (3,7%)

Com quanto tempo você orienta o início da deambulação no pós-operatório?

Nas primeiras 24 horas

93 (37,8%)

Entre 24 e 48 horas

137 (55,7%)

Entre 48 e 72 horas

13 (5,3%)

Após 72 horas

3 (1,2%)

Na maior parte das suas artroplastias, você utiliza torniquete?

Não

45 (18,3%)

Sim

201 (81,7%)

Se você costuma utilizar torniquete, por qual período o utiliza?

Antes da incisão da pele até o completo fechamento da cirurgia

79 (39,3%)

Antes da incisão da pele até o final da cimentação da prótese

121 (60,2%)

Apenas durante a cimentação

1 (0,5%)

Tabela 2

Variável

Descrição

Na rotina do seu serviço, você emprega algum tipo de tromboprofilaxia na artroplastia total do joelho?

Não

3 (1,2%)

Sim

243 (98,8%)

Qual(is) tipo(s) de tromboprofilaxia você utiliza na artroplastia total do joelho?

Apenas farmacológica

57 (23,5%)

Apenas mecânica

1 (0,4%)

Farmacológica + mecânica

185 (76,1%)

Em que momento você inicia a tromboprofilaxia farmacológica?

Antes da cirurgia

15 (6,2%)

Após a cirurgia

227 (93,8%)

Após a cirurgia, qual droga você utiliza?

Ácido acetilsalicílico

5 (2,1%)

Apixabana

3 (1,2%)

Dabigatrana

4 (1,7%)

Enoxaparina

211 (87,2%)

Rivaroxabana

18 (7,4%)

Outra droga

1 (0,4%)

Quantas horas após a cirurgia é administrada a primeira dose?

Até 2 horas

16 (6,6%)

3 a 6 horas

86 (35,5%)

7 a 11 horas

34 (14%)

12 horas

86 (35,5%)

≥ 24 horas

20 (8,3%)

Com qual intervalo de administração você prescreve esta droga durante a internação?

12/12 horas

8 (3,3%)

1 vez ao dia

234 (96,7%)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga durante a internação?

1 dia

3 (1,2%)

2 dias

29 (12%)

3 dias

10 (4,1%)

Apenas enquanto não consegue andar. Uma vez iniciada a deambulação, suspendo a droga

2 (0,8%)

Durante todo o período de internação

198 (81,8%)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

189 (78,1%)

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

27 (11,2%)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

26 (10,7%)

Você prescreve tromboprofilaxia farmacológica após a alta hospitalar?

Sim

242 (100%)

Você prescreve a mesma droga utilizada durante a internação para o paciente utilizar em casa, após a alta hospitalar?

Não

153 (63,2%)

Sim

89 (36,8%)

Qual nova droga você prescreve para uso domiciliar?

Ácido acetilsalicílico

18 (11,8%)

Apixabana

30 (19,6%)

Dabigatrana

6 (3,9%)

Rivaroxabana

99 (64,7%)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga em casa?

1 semana

4 (1,7%)

10 dias

68 (28,1%)

2 semanas

83 (34,3%)

3 semanas

40 (16,5%)

4 semanas

44 (18,2%)

> 4 semanas

3 (1,2%)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

203 (83,9%)

Sim, mas a via de administração da droga é um obstáculo para o seu uso domiciliar

10 (4,1%)

Sim, mas o custo seria impeditivo à média dos meus pacientes

29 (12%)

Você prescreve tromboprofilaxia mecânica na artroplastia total do joelho?

Não

72 (29,8%)

Sim

170 (70,2%)

Qual tipo de profilaxia mecânica você utiliza?*

Meias de compressão graduada

140 (81,9%)

Dispositivo de movimento passivo contínuo (CPM)

25 (14,6%)

Dispositivo de compressão pneumática fixo

39 (22,8%)

Dispositivo de compressão pneumática portátil

8 (4,7%)

Como você utiliza o dispositivo?

Apenas no membro inferior operado

20 (11,7%)

Em ambos os membros inferiores

151 (88,3%)

Você inicia a tromboprofilaxia mecânica em que momento?

Desde antes da cirurgia

11 (6,4%)

Durante a cirurgia

18 (10,5%)

Imediatamente após o término da cirurgia

105 (61,4%)

Algumas horas após o final da cirurgia

37 (21,6%)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

121 (70,8%)

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

17 (9,9%)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

13 (7,6%)

Sim, mas não há disponibilidade do dispositivo na minha cidade

3 (1,8%)

Sim, mas seu custo é impeditivo aos meus pacientes

17 (9,9%)

Você estratifica seu método de tromboprofilaxia na artroplastia de joelho ou utiliza o mesmo esquema de rotina para todos os pacientes?

Estratifico

82 (33,7%)

Mesmo método para todos

161 (66,3%)

Você segue alguma diretriz para a escolha do método de tromboprofilaxia?

Não

88 (36,2%)

Sim. A da AAOS 2011 (American Academy of Orthopaedic Surgeons)

38 (15,6%)

Sim. A do ACCP 2012 (American College of Chest Physicians)

10 (4,1%)

Sim. A diretriz do próprio hospital onde trabalho

102 (42%)

Sim. A do National Institute for Health and Care Excellence 2019 (NICE)

5 (2,1%)

A [Tabela 3] associa as preferências e práticas do entrevistado com o tempo de término da sua subespecialização em joelho. Observa-se associação estatisticamente significativa entre o tempo de formação do cirurgião de joelho com algumas práticas. Aqueles com tempo de formação há menos de 10 anos optam por iniciar a primeira dose da profilaxia farmacológica com maior frequência a partir de 12 horas de pós-operatório (p = 0,030), utilizam menos os aparelhos de movimento passivo contínuo (CPM, na sigla em inglês) (p = 0,023) e os dispositivos de compressão pneumática portátil (p = 0,014), além de estratificarem com menor frequência o método de tromboprofilaxia conforme o paciente, isto é, costumam utilizar o mesmo método para todos os pacientes (p < 0,001). Já os ortopedistas com entre 21 e 30 anos de formação optam mais pelas meias de compressão graduada (p = 0,022) e menos pelo dispositivo de compressão pneumática fixo (p = 0,030).

Tabela 3

Variável

Término do R4

valor-p

Até 10 anos

11 a 20 anos

21 a 30 anos

> 30 anos

Qual(is) tipo(s) de tromboprofilaxia você utiliza na artroplastia total do joelho?

Apenas farmacológica

10 (17,5)

24 (29,6)

16 (25)

7 (17,1)

0,292

Apenas mecânica

0 (0)

0 (0)

0 (0)

1 (2,4)

Farmacológica + mecânica

47 (82,5)

57 (70,4)

48 (75)

33 (80,5)

Em que momento você inicia a tromboprofilaxia farmacológica?

Antes da cirurgia

1 (1,8)

8 (9,9)

5 (7,8)

1 (2,5)

0,125

Após a cirurgia

56 (98,2)

73 (90,1)

59 (92,2)

39 (97,5)

Após a cirurgia, qual droga você utiliza?

Ácido acetilsalicílico

0 (0)

0 (0)

3 (4,7)

2 (5)

0,058

Apixabana

0 (0)

3 (3,7)

0 (0)

0 (0)

Dabigatrana

0 (0)

1 (1,2)

1 (1,6)

2 (5)

Enoxaparina

54 (94,7)

72 (88,9)

54 (84,4)

31 (77,5)

Rivaroxabana

3 (5,3)

5 (6,2)

6 (9,4)

4 (10)

Outra droga

0 (0)

0 (0)

0 (0)

1 (2,5)

Quantas horas após a cirurgia é administrada a primeira dose?

Até 2 horas

2 (3,5)

3 (3,7)

5 (7,8)

6 (15)

0,030

3 a 6 horas

12 (21,1)

29 (35,8)

30 (46,9)

15 (37,5)

7 a 11 horas

6 (10,5)

14 (17,3)

8 (12,5)

6 (15)

12 horas

28 (49,1)

30 (37)

18 (28,1)

10 (25)

≥ 24 horas

9 (15,8)

5 (6,2)

3 (4,7)

3 (7,5)

Com qual intervalo de administração você prescreve esta droga durante a internação?

12/12 horas

2 (3,5)

2 (2,5)

0 (0)

4 (10)

0,042

1 vez ao dia

55 (96,5)

79 (97,5)

64 (100)

36 (90)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga durante a internação?

1 dia

0 (0)

1 (1,2)

2 (3,1)

0 (0)

0,002

2 dias

1 (1,8)

11 (13,6)

10 (15,6)

7 (17,5)

3 dias

2 (3,5)

0 (0)

5 (7,8)

3 (7,5)

Apenas enquanto não consegue andar. Uma vez iniciada a deambulação, suspendo a droga

0 (0)

0 (0)

2 (3,1)

0 (0)

Durante todo o período de internação

54 (94,7)

69 (85,2)

45 (70,3)

30 (75)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

41 (71,9)

59 (72,8)

55 (85,9)

34 (85)

0,104

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

8 (14)

13 (16)

2 (3,1)

4 (10)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

8 (14)

9 (11,1)

7 (10,9)

2 (5)

Você prescreve a mesma droga utilizada durante a internação para o paciente utilizar em casa, após a alta hospitalar?

Não

40 (70,2)

55 (67,9)

39 (60,9)

19 (47,5)

0,101

Sim

17 (29,8)

26 (32,1)

25 (39,1)

21 (52,5)

Qual nova droga você prescreve para uso domiciliar?

Ácido acetilsalicílico

1 (2,5)

8 (14,5)

6 (15,4)

3 (15,8)

0,560

Apixabana

10 (25)

10 (18,2)

8 (20,5)

2 (10,5)

Dabigatrana

1 (2,5)

2 (3,6)

2 (5,1)

1 (5,3)

Rivaroxabana

28 (70)

35 (63,6)

23 (59)

13 (68,4)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga em casa?

1 semana

0 (0)

2 (2,5)

1 (1,6)

1 (2,5)

0,253

10 dias

10 (17,5)

28 (34,6)

22 (34,4)

8 (20)

2 semanas

21 (36,8)

27 (33,3)

17 (26,6)

18 (45)

3 semanas

9 (15,8)

12 (14,8)

10 (15,6)

9 (22,5)

4 semanas

16 (28,1)

11 (13,6)

13 (20,3)

4 (10)

> 4 semanas

1 (1,8)

1 (1,2)

1 (1,6)

0 (0)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

42 (73,7)

68 (84)

58 (90,6)

35 (87,5)

0,061

Sim, mas a via de administração da droga é um obstáculo para o seu uso domiciliar

1 (1,8)

5 (6,2)

2 (3,1)

2 (5)

Sim, mas o custo seria impeditivo à média dos meus pacientes

14 (24,6)

8 (9,9)

4 (6,3)

3 (7,5)

Você prescreve tromboprofilaxia mecânica na artroplastia total do joelho?

Não

14 (24,6)

31 (38,3)

18 (28,1)

9 (22,5)

0,204

Sim

43 (75,4)

50 (61,7)

46 (71,9)

31 (77,5)

Meias de compressão graduada

Não

6 (14)

13 (26)

3 (6,5)

9 (28,1)

0,022

Sim

37 (86)

37 (74)

43 (93,5)

23 (71,9)

Dispositivo de movimento passivo contínuo (CPM)

Não

42 (97,7)

41 (82)

38 (82,6)

25 (78,1)

0,023

Sim

1 (2,3)

9 (18)

8 (17,4)

7 (21,9)

Dispositivo de compressão pneumática fixo

Não

33 (76,7)

35 (70)

42 (91,3)

22 (68,8)

0,030

Sim

10 (23,3)

15 (30)

4 (8,7)

10 (31,3)

Dispositivo de compressão pneumática portátil

Não

43 (100)

49 (98)

44 (95,7)

27 (84,4)

0,014

Sim

0 (0)

1 (2)

2 (4,3)

5 (15,6)

Como você utiliza o dispositivo?

Apenas no membro inferior operado

5 (11,6)

6 (12)

5 (10,9)

4 (12,5)

0,997

Em ambos os membros inferiores

38 (88,4)

44 (88)

41 (89,1)

28 (87,5)

Você inicia a tromboprofilaxia mecânica em que momento?

Desde antes da cirurgia

3 (7)

4 (8)

3 (6,5)

1 (3,1)

0,647

Durante a cirurgia

4 (9,3)

7 (14)

3 (6,5)

4 (12,5)

Imediatamente após o término da cirurgia

28 (65,1)

24 (48)

31 (67,4)

22 (68,8)

Algumas horas após o final da cirurgia

8 (18,6)

15 (30)

9 (19,6)

5 (15,6)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

26 (60,5)

30 (60)

35 (76,1)

30 (93,8)

0,070

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

6 (14)

7 (14)

3 (6,5)

1 (3,1)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

3 (7)

5 (10)

4 (8,7)

1 (3,1)

Sim, mas não há disponibilidade do dispositivo na minha cidade

1 (2,3)

1 (2)

1 (2,2)

0 (0)

Sim, mas seu custo é impeditivo aos meus pacientes

7 (16,3)

7 (14)

3 (6,5)

0 (0)

Você estratifica seu método de tromboprofilaxia na artroplastia de joelho ou utiliza o mesmo esquema de rotina para todos os pacientes?

Estratifico

6 (10,5)

33 (40,7)

27 (42,2)

16 (39)

< 0,001

Mesmo método para todos

51 (89,5)

48 (59,3)

37 (57,8)

25 (61)

Você segue alguma diretriz para a escolha do método de tromboprofilaxia?

Não

21 (36,8)

33 (40,7)

25 (39,1)

9 (22)

0,538

Sim. A da AAOS 2011 (American Academy of Orthopaedic Surgeons)

10 (17,5)

12 (14,8)

7 (10,9)

9 (22)

Sim. A do ACCP 2012 (American College of Chest Physicians)

1 (1,8)

3 (3,7)

3 (4,7)

3 (7,3)

Sim. A diretriz do próprio hospital onde trabalho

24 (42,1)

30 (37)

28 (43,8)

20 (48,8)

Sim. A do National Institute for Health and Care Excellence 2019 (NICE)

1 (1,8)

3 (3,7)

1 (1,6)

0 (0)

A [Tabela 4] mostra que algumas práticas e preferências dos ortopedistas têm associação com a região do país na qual atuam (p < 0,05). Nas regiões Sul e Centro-Oeste, os cirurgiões trocam com mais frequência a droga após a alta hospitalar e a droga de uso domiciliar escolhida também varia conforme a região do Brasil. O uso de profilaxia mecânica é maior na região Sul, sendo que a compressão pneumática fixa se sobressai nesta região em comparação principalmente com as regiões Norte e Nordeste. O início da tromboprofilaxia mecânica na região Norte, principalmente, se mostra mais precoce.

Tabela 4

Variável

Região do Brasil

valor-p

Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Qual (is) tipo(s) de tromboprofilaxia você utiliza na artroplastia total do joelho?

Apenas farmacológica

8 (29,6)

10 (22,7)

35 (26,7)

2 (8,3)

2 (11,8)

0,440

Apenas mecânica

0 (0)

0 (0)

1 (0,8)

0 (0)

0 (0)

Farmacológica + mecânica

19 (70,4)

34 (77,3)

95 (72,5)

22 (91,7)

15 (88,2)

Em que momento você inicia a tromboprofilaxia farmacológica?

Antes da cirurgia

4 (14,8)

3 (6,8)

7 (5,4)

1 (4,2)

0 (0)

0,278

Após a cirurgia

23 (85,2)

41 (93,2)

123 (94,6)

23 (95,8)

17 (100)

Após a cirurgia, qual droga você utiliza?

Ácido acetilsalicílico

0 (0)

0 (0)

4 (3,1)

1 (4,2)

0 (0)

0,192

Apixabana

0 (0)

0 (0)

3 (2,3)

0 (0)

0 (0)

Dabigatrana

2 (7,4)

0 (0)

2 (1,5)

0 (0)

0 (0)

Enoxaparina

25 (92,6)

42 (95,5)

107 (82,3)

20 (83,3)

17 (100)

Rivaroxabana

0 (0)

2 (4,5)

13 (10)

3 (12,5)

0 (0)

Outra droga

0 (0)

0 (0)

1 (0,8)

0 (0)

0 (0)

Quantas horas após a cirurgia é administrada a primeira dose?

Até 2 horas

1 (3,7)

2 (4,5)

6 (4,6)

5 (20,8)

2 (11,8)

0,006

3 a 6 horas

10 (37)

22 (50)

33 (25,4)

10 (41,7)

11 (64,7)

7 a 11 horas

2 (7,4)

7 (15,9)

20 (15,4)

4 (16,7)

1 (5,9)

12 horas

11 (40,7)

12 (27,3)

57 (43,8)

4 (16,7)

2 (11,8)

≥ 24 horas

3 (11,1)

1 (2,3)

14 (10,8)

1 (4,2)

1 (5,9)

Com qual intervalo de administração você prescreve esta droga durante a internação?

12/12 horas

0 (0)

0 (0)

7 (5,4)

1 (4,2)

0 (0)

0,114

1 vez ao dia

27 (100)

44 (100)

123 (94,6)

23 (95,8)

17 (100)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga durante a internação?

1 dia

1 (3,7)

0 (0)

2 (1,5)

0 (0)

0 (0)

0,898

2 dias

3 (11,1)

5 (11,4)

16 (12,3)

3 (12,5)

2 (11,8)

3 dias

0 (0)

1 (2,3)

7 (5,4)

1 (4,2)

1 (5,9)

Apenas enquanto não consegue andar. Uma vez iniciada a deambulação, suspendo a droga

1 (3,7)

0 (0)

1 (0,8)

0 (0)

0 (0)

Durante todo o período de internação

22 (81,5)

38 (86,4)

104 (80)

20 (83,3)

14 (82,4)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

15 (55,6)

35 (79,5)

104 (80)

22 (91,7)

13 (76,5)

0,078

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

5 (18,5)

5 (11,4)

15 (11,5)

0 (0)

2 (11,8)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

7 (25,9)

4 (9,1)

11 (8,5)

2 (8,3)

2 (11,8)

Você prescreve a mesma droga utilizada durante a internação para o paciente utilizar em casa, após a alta hospitalar?

Não

14 (51,9)

22 (50)

84 (64,6)

20 (83,3)

13 (76,5)

0,028

Sim

13 (48,1)

22 (50)

46 (35,4)

4 (16,7)

4 (23,5)

Qual nova droga você prescreve para uso domiciliar?

Ácido acetilsalicílico

1 (7,1)

0 (0)

12 (14,3)

3 (15)

2 (15,4)

0,007

Apixabana

3 (21,4)

3 (13,6)

18 (21,4)

0 (0)

6 (46,2)

Dabigatrana

1 (7,1)

3 (13,6)

1 (1,2)

1 (5)

0 (0)

Rivaroxabana

9 (64,3)

16 (72,7)

53 (63,1)

16 (80)

5 (38,5)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga em casa?

1 semana

3 (11,1)

0 (0)

1 (0,8)

0 (0)

0 (0)

0,173

10 dias

8 (29,6)

17 (38,6)

30 (23,1)

7 (29,2)

6 (35,3)

2 semanas

7 (25,9)

10 (22,7)

55 (42,3)

7 (29,2)

4 (23,5)

3 semanas

4 (14,8)

8 (18,2)

20 (15,4)

3 (12,5)

5 (29,4)

4 semanas

4 (14,8)

9 (20,5)

22 (16,9)

7 (29,2)

2 (11,8)

> 4 semanas

1 (3,7)

0 (0)

2 (1,5)

0 (0)

0 (0)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

20 (74,1)

37 (84,1)

109 (83,8)

22 (91,7)

15 (88,2)

0,099

Sim, mas a via de administração da droga é um obstáculo a seu uso domiciliar

0 (0)

2 (4,5)

5 (3,8)

1 (4,2)

2 (11,8)

Sim, mas o custo seria impeditivo à média dos meus pacientes

7 (25,9)

5 (11,4)

16 (12,3)

1 (4,2)

0 (0)

Você prescreve tromboprofilaxia mecânica na artroplastia total do joelho?

Não

11 (40,7)

11 (25)

44 (33,8)

2 (8,3)

4 (23,5)

0,042

Sim

16 (59,3)

33 (75)

86 (66,2)

22 (91,7)

13 (76,5)

Meias de compressão graduada

Não

4 (25)

7 (21,2)

13 (14,9)

6 (27,3)

1 (7,7)

0,467

Sim

12 (75)

26 (78,8)

74 (85,1)

16 (72,7)

12 (92,3)

Dispositivo de movimento passivo contínuo (CPM)

Não

10 (62,5)

24 (72,7)

80 (92)

21 (95,5)

11 (84,6)

0,006

Sim

6 (37,5)

9 (27,3)

7 (8)

1 (4,5)

2 (15,4)

Dispositivo de compressão pneumática fixo

Não

16 (100)

30 (90,9)

62 (71,3)

14 (63,6)

10 (76,9)

0,003

Sim

0 (0)

3 (9,1)

25 (28,7)

8 (36,4)

3 (23,1)

Dispositivo de compressão pneumática portátil

Não

14 (87,5)

32 (97)

84 (96,6)

20 (90,9)

13 (100)

0,394

Sim

2 (12,5)

1 (3)

3 (3,4)

2 (9,1)

0 (0)

Como você utiliza o dispositivo?

Apenas no membro inferior operado

4 (25)

6 (18,2)

7 (8)

2 (9,1)

1 (7,7)

0,292

Em ambos os membros inferiores

12 (75)

27 (81,8)

80 (92)

20 (90,9)

12 (92,3)

Você inicia a tromboprofilaxia mecânica em que momento?

Desde antes da cirurgia

3 (18,8)

0 (0)

6 (6,9)

2 (9,1)

0 (0)

0,013

Durante a cirurgia

2 (12,5)

2 (6,1)

14 (16,1)

0 (0)

0 (0)

Imediatamente após o término da cirurgia

8 (50)

20 (60,6)

49 (56,3)

16 (72,7)

12 (92,3)

Algumas horas após o final da cirurgia

3 (18,8)

11 (33,3)

18 (20,7)

4 (18,2)

1 (7,7)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

9 (56,3)

25 (75,8)

61 (70,1)

17 (77,3)

9 (69,2)

0,412

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

2 (12,5)

4 (12,1)

9 (10,3)

1 (4,5)

1 (7,7)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

2 (12,5)

1 (3)

4 (4,6)

4 (18,2)

2 (15,4)

Sim, mas não há disponibilidade do dispositivo na minha cidade

0 (0)

1 (3)

2 (2,3)

0 (0)

0 (0)

Sim, mas seu custo é impeditivo aos meus pacientes

3 (18,8)

2 (6,1)

11 (12,6)

0 (0)

1 (7,7)

Você estratifica seu método de tromboprofilaxia na artroplastia de joelho ou utiliza o mesmo esquema de rotina para todos os pacientes?

Estratifico

4 (14,8)

14 (31,8)

47 (35,9)

10 (41,7)

7 (41,2)

0,173

Mesmo método para todos

23 (85,2)

30 (68,2)

84 (64,1)

14 (58,3)

10 (58,8)

Você segue alguma diretriz para a escolha do método de tromboprofilaxia?

Não

11 (40,7)

17 (38,6)

43 (32,8)

8 (33,3)

9 (52,9)

0,397

Sim. A da AAOS 2011 (American Academy of Orthopaedic Surgeons)

6 (22,2)

9 (20,5)

18 (13,7)

2 (8,3)

3 (17,6)

Sim. A do ACCP 2012 (American College of Chest Physicians)

0 (0)

1 (2,3)

6 (4,6)

2 (8,3)

1 (5,9)

Sim. A diretriz do próprio hospital onde trabalho

10 (37)

17 (38,6)

59 (45)

12 (50)

4 (23,5)

Sim. A do National Institute for Health and Care Excellence 2019 (NICE)

0 (0)

0 (0)

5 (3,8)

0 (0)

0 (0)

Nenhuma das preferências e práticas apresentou associação estatisticamente significativa com o volume de procedimentos realizados pelos cirurgiões (p > 0,05; [Tabela 5]).

Tabela 5

Variável

Volume de artroplastias/mês

valor-p

0 a 4

5 a 8

9 ou mais

Qual (is) tipo(s) de tromboprofilaxia você utiliza na artroplastia total do joelho?

Apenas farmacológica

32 (22,9)

17 (23,3)

8 (26,7)

0,863

Apenas mecânica

1 (0,7)

0 (0)

0 (0)

Farmacológica + mecânica

107 (76,4)

56 (76,7)

22 (73,3)

Em que momento você inicia a tromboprofilaxia farmacológica?

Antes da cirurgia

9 (6,5)

3 (4,1)

3 (10)

0,530

Após a cirurgia

130 (93,5)

70 (95,9)

27 (90)

Após a cirurgia, qual droga você utiliza?

Ácido acetilsalicílico

2 (1,4)

2 (2,7)

1 (3,3)

0,783

Apixabana

1 (0,7)

2 (2,7)

0 (0)

Dabigatrana

2 (1,4)

1 (1,4)

1 (3,3)

Enoxaparina

123 (88,5)

63 (86,3)

25 (83,3)

Rivaroxabana

11 (7,9)

4 (5,5)

3 (10)

Outra droga

0 (0)

1 (1,4)

0 (0)

Quantas horas após a cirurgia é administrada a primeira dose?

Até 2 horas

10 (7,2)

4 (5,5)

2 (6,7)

0,119

3 a 6 horas

39 (28,1)

32 (43,8)

15 (50)

7 a 11 horas

17 (12,2)

12 (16,4)

5 (16,7)

12 horas

59 (42,4)

21 (28,8)

6 (20)

24h ou após

14 (10,1)

4 (5,5)

2 (6,7)

Com qual intervalo de administração você prescreve esta droga durante a internação?

12/12 horas

4 (2,9)

3 (4,1)

1 (3,3)

0,896

1 vez ao dia

135 (97,1)

70 (95,9)

29 (96,7)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga durante a internação?

1 dia

1 (0,7)

1 (1,4)

1 (3,3)

0,623

2 dias

15 (10,8)

10 (13,7)

4 (13,3)

3 dias

5 (3,6)

5 (6,8)

0 (0)

Apenas enquanto não consegue andar. Uma vez iniciada a deambulação, suspendo a droga

1 (0,7)

1 (1,4)

0 (0)

Durante todo o período de internação

117 (84,2)

56 (76,7)

25 (83,3)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

104 (74,8)

61 (83,6)

24 (80)

0,286

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

15 (10,8)

8 (11)

4 (13,3)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

20 (14,4)

4 (5,5)

2 (6,7)

Você prescreve a mesma droga utilizada durante a internação para o paciente utilizar em casa, após a alta hospitalar?

Não

94 (67,6)

43 (58,9)

16 (53,3)

0,225

Sim

45 (32,4)

30 (41,1)

14 (46,7)

Qual nova droga você prescreve para uso domiciliar?

Ácido acetilsalicílico

10 (10,6)

7 (16,3)

1 (6,3)

0,333

Apixabana

20 (21,3)

9 (20,9)

1 (6,3)

Dabigatrana

2 (2,1)

2 (4,7)

2 (12,5)

Rivaroxabana

62 (66)

25 (58,1)

12 (75)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga em casa?

1 semana

2 (1,4)

2 (2,7)

0 (0)

0,094

10 dias

36 (25,9)

22 (30,1)

10 (33,3)

2 semanas

40 (28,8)

31 (42,5)

12 (40)

3 semanas

30 (21,6)

8 (11)

2 (6,7)

4 semanas

30 (21,6)

8 (11)

6 (20)

> 4 semanas

1 (0,7)

2 (2,7)

0 (0)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

114 (82)

63 (86,3)

26 (86,7)

0,648

Sim, mas a via de administração da droga é um obstáculo para o seu uso domiciliar

5 (3,6)

3 (4,1)

2 (6,7)

Sim, mas o custo seria impeditivo à média dos meus pacientes

20 (14,4)

7 (9,6)

2 (6,7)

Você prescreve tromboprofilaxia mecânica na artroplastia total do joelho?

Não

41 (29,5)

19 (26)

12 (40)

0,381

Sim

98 (70,5)

54 (74)

18 (60)

Meias de compressão graduada

Não

18 (18,2)

9 (16,7)

4 (22,2)

0,873

Sim

81 (81,8)

45 (83,3)

14 (77,8)

Dispositivo de movimento passivo contínuo (CPM)

Não

84 (84,8)

46 (85,2)

16 (88,9)

0,898

Sim

15 (15,2)

8 (14,8)

2 (11,1)

Dispositivo de compressão pneumática fixo

Não

74 (74,7)

45 (83,3)

13 (72,2)

0,404

Sim

25 (25,3)

9 (16,7)

5 (27,8)

Dispositivo de compressão pneumática portátil

Não

97 (98)

50 (92,6)

16 (88,9)

0,137

Sim

2 (2)

4 (7,4)

2 (11,1)

Como você utiliza o dispositivo?

Apenas no membro inferior operado

12 (12,1)

5 (9,3)

3 (16,7)

0,692

Em ambos os membros inferiores

87 (87,9)

49 (90,7)

15 (83,3)

Você inicia a tromboprofilaxia mecânica em que momento?

Desde antes da cirurgia

8 (8,1)

3 (5,6)

0 (0)

0,705

Durante a cirurgia

9 (9,1)

7 (13)

2 (11,1)

Imediatamente após o término da cirurgia

59 (59,6)

34 (63)

12 (66,7)

Algumas horas após o final da cirurgia

23 (23,2)

10 (18,5)

4 (22,2)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

69 (69,7)

36 (66,7)

16 (88,9)

0,528

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

8 (8,1)

8 (14,8)

1 (5,6)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

9 (9,1)

4 (7,4)

0 (0)

Sim, mas não há disponibilidade do dispositivo na minha cidade

2 (2)

1 (1,9)

0 (0)

Sim, mas seu custo é impeditivo aos meus pacientes

11 (11,1)

5 (9,3)

1 (5,6)

Você estratifica seu método de tromboprofilaxia na artroplastia de joelho ou utiliza o mesmo esquema de rotina para todos os pacientes?

Estratifico

44 (31,4)

29 (39,7)

9 (30)

0,434

Mesmo método para todos

96 (68,6)

44 (60,3)

21 (70)

Você segue alguma diretriz para a escolha do método de tromboprofilaxia?

Não

53 (37,9)

27 (37)

8 (26,7)

0,401

Sim. A da AAOS 2011 (American Academy of Orthopaedic Surgeons)

17 (12,1)

15 (20,5)

6 (20)

Sim. A do ACCP 2012 (American College of Chest Physicians)

4 (2,9)

3 (4,1)

3 (10)

Sim. A diretriz do próprio hospital onde trabalho

62 (44,3)

27 (37)

13 (43,3)

Sim. A do National Institute for Health and Care Excellence 2019 (NICE)

4 (2,9)

1 (1,4)

0 (0)

A [Tabela 6] mostra que a utilização de CPM pelos cirurgiões que atuam predominantemente no sistema público de saúde (SUS) é estatisticamente menor que a dos que atuam em outros serviços, como o privado (p = 0,024). Aqueles também optariam por modelos diferentes de tromboprofilaxia caso pudessem (p = 0,008).

Tabela 6

Variável

Você realiza suas artroplastias do joelho predominantemente em quais pacientes?

valor-p

Convênios

Particulares

SUS

Volume igual SUS/Privado

Qual(is) tipo(s) de tromboprofilaxia você utiliza na artroplastia total do joelho?

Apenas farmacológica

37 (22,3)

10 (30,3)

10 (22,7)

0,793

Apenas mecânica

1 (0,6)

0 (0)

0 (0)

Farmacológica + mecânica

128 (77,1)

23 (69,7)

34 (77,3)

Em que momento você inicia a tromboprofilaxia farmacológica?

Antes da cirurgia

9 (5,5)

1 (3)

5 (11,4)

0,286

Após a cirurgia

156 (94,5)

32 (97)

39 (88,6)

Após a cirurgia, qual droga você utiliza?

Ácido acetilsalicílico

1 (0,6)

1 (3)

3 (6,8)

0,072

Apixabana

1 (0,6)

0 (0)

2 (4,5)

Dabigatrana

1 (0,6)

1 (3)

2 (4,5)

Enoxaparina

150 (90,9)

28 (84,8)

33 (75)

Rivaroxabana

12 (7,3)

3 (9,1)

3 (6,8)

Outra droga

0 (0)

0 (0)

1 (2,3)

Quantas horas após a cirurgia é administrada a primeira dose?

Até 2 horas

12 (7,3)

1 (3)

3 (6,8)

0,104

3 a 6 horas

62 (37,6)

11 (33,3)

13 (29,5)

7 a 11 horas

23 (13,9)

1 (3)

10 (22,7)

12 horas

53 (32,1)

16 (48,5)

17 (38,6)

≥ 24 horas

15 (9,1)

4 (12,1)

1 (2,3)

Com qual intervalo de administração você prescreve esta droga durante a internação?

12/12 horas

3 (1,8)

2 (6,1)

3 (6,8)

0,192

1 vez ao dia

162 (98,2)

31 (93,9)

41 (93,2)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga durante a internação?

1 dia

3 (1,8)

0 (0)

0 (0)

0,041

2 dias

14 (8,5)

7 (21,2)

8 (18,2)

3 dias

9 (5,5)

0 (0)

1 (2,3)

Apenas enquanto não consegue andar. Uma vez iniciada a deambulação, suspendo a droga

0 (0)

1 (3)

1 (2,3)

Durante todo o período de internação

139 (84,2)

25 (75,8)

34 (77,3)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

130 (78,8)

24 (72,7)

35 (79,5)

0,778

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

17 (10,3)

6 (18,2)

4 (9,1)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

18 (10,9)

3 (9,1)

5 (11,4)

Você prescreve a mesma droga utilizada durante a internação para o paciente utilizar em casa, após a alta hospitalar?

Não

112 (67,9)

18 (54,5)

23 (52,3)

0,090

Sim

53 (32,1)

15 (45,5)

21 (47,7)

Qual nova droga você prescreve para uso domiciliar?

Ácido acetilsalicílico

13 (11,6)

0 (0)

5 (21,7)

0,109

Apixabana

21 (18,8)

4 (22,2)

5 (21,7)

Dabigatrana

6 (5,4)

0 (0)

0 (0)

Rivaroxabana

72 (64,3)

14 (77,8)

13 (56,5)

Por quanto tempo o paciente deve utilizar esta droga em casa?

1 semana

3 (1,8)

0 (0)

1 (2,3)

0,482

10 dias

49 (29,7)

8 (24,2)

11 (25)

2 semanas

50 (30,3)

16 (48,5)

17 (38,6)

3 semanas

31 (18,8)

2 (6,1)

7 (15,9)

4 semanas

30 (18,2)

6 (18,2)

8 (18,2)

> 4 semanas

2 (1,2)

1 (3)

0 (0)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

142 (86,1)

24 (72,7)

37 (84,1)

0,319

Sim, mas a via de administração da droga é um obstáculo a seu uso domiciliar

7 (4,2)

1 (3)

2 (4,5)

Sim, mas o custo seria impeditivo à média dos meus pacientes

16 (9,7)

8 (24,2)

5 (11,4)

Você prescreve tromboprofilaxia mecânica na artroplastia total do joelho?

Não

46 (27,9)

12 (36,4)

14 (31,8)

0,596

Sim

119 (72,1)

21 (63,6)

30 (68,2)

Meias de compressão graduada

Não

22 (18,3)

2 (9,5)

7 (23,3)

0,419

Sim

98 (81,7)

19 (90,5)

23 (76,7)

Dispositivo de movimento passivo contínuo (CPM)

Não

99 (82,5)

21 (100)

26 (86,7)

0,024

Sim

21 (17,5)

0 (0)

4 (13,3)

Dispositivo de compressão pneumática fixo

Não

90 (75)

17 (81)

25 (83,3)

0,552

Sim

30 (25)

4 (19)

5 (16,7)

Dispositivo de compressão pneumática portátil

Não

115 (95,8)

20 (95,2)

28 (93,3)

0,857

Sim

5 (4,2)

1 (4,8)

2 (6,7)

Como você utiliza o dispositivo?

Apenas no membro inferior operado

15 (12,5)

3 (14,3)

2 (6,7)

0,590

Em ambos os membros inferiores

105 (87,5)

18 (85,7)

28 (93,3)

Você inicia a tromboprofilaxia mecânica em que momento?

Desde antes da cirurgia

9 (7,5)

2 (9,5)

0 (0)

0,235

Durante a cirurgia

10 (8,3)

3 (14,3)

5 (16,7)

Imediatamente após o término da cirurgia

73 (60,8)

11 (52,4)

21 (70)

Algumas horas após o final da cirurgia

28 (23,3)

5 (23,8)

4 (13,3)

As suas opções acima indicaram a sua prática atual. Você teria preferência por outra prática, caso pudesse usar outros recursos/drogas?

Não. Tenho liberdade de atuar conforme minha preferência

92 (76,7)

10 (47,6)

19 (63,3)

0,008

Sim, mas não estão disponíveis no(s) hospital(is) onde atuo

10 (8,3)

2 (9,5)

5 (16,7)

Sim, mas não estão sendo financiados pelos seguros/convênios médicos

11 (9,2)

1 (4,8)

1 (3,3)

Sim, mas não há disponibilidade do dispositivo na minha cidade

2 (1,7)

1 (4,8)

0 (0)

Sim, mas seu custo é impeditivo aos meus pacientes

5 (4,2)

7 (33,3)

5 (16,7)

Você estratifica seu método de tromboprofilaxia na artroplastia de joelho ou utiliza o mesmo esquema de rotina para todos os pacientes?

Estratifico

60 (36,1)

7 (21,2)

15 (34,1)

0,231

Mesmo método para todos

106 (63,9)

26 (78,8)

29 (65,9)

Você segue alguma diretriz para a escolha do método de tromboprofilaxia?

Não

57 (34,3)

12 (36,4)

19 (43,2)

0,126

Sim. A da AAOS 2011 (American Academy of Orthopaedic Surgeons)

24 (14,5)

6 (18,2)

8 (18,2)

Sim. A do ACCP 2012 (American College of Chest Physicians)

3 (1,8)

3 (9,1)

4 (9,1)

Sim. A diretriz do próprio hospital onde trabalho

78 (47)

12 (36,4)

12 (27,3)

Sim. A do National Institute for Health and Care Excellence 2019 (NICE)

4 (2,4)

0 (0)

1 (2,3)


#

Discussão

No presente levantamento on-line junto a cirurgiões de joelho do Brasil, verificamos que a falta de uma diretriz clínica nacional está gerando uma grande variedade de práticas de tromboprofilaxia que destoam das diretrizes internacionais. As intervenções utilizadas e preferidas pelos ortopedistas e os momentos da sua utilização variam conforme a região do país, o tempo de especialização do cirurgião e o tipo de hospital – quando, na verdade, deveriam se basear em evidências científicas. O presente estudo mostra que este é o momento de construir uma diretriz nacional realista e baseada em evidências que possa ser adotada tanto em hospitais públicos quanto privados.

A prática da tromboprofilaxia continua frequente. Apenas 3 entrevistados (1,2%) afirmam não usar nenhum método, e este percentual é semelhante ao observado em uma pesquisa realizada durante o Congresso Brasileiro de Ortopedia em 2007.[6] Apesar do baixo número de participantes negando a prática, devem-se discutir as possíveis implicações legais da ausência de tromboprofilaxia – não praticar a prevenção quando existem evidências científicas internacionais em relação ao seu benefício. Esta discussão deveria fazer parte da construção de um consenso nacional.

A combinação da profilaxia farmacológica e mecânica é a escolha de 76% da amostra estudada, independentemente de outras variáveis. Assim como em pesquisas anteriores,[6] [7] [8] a principal droga utilizada durante a internação é a enoxaparina, citada por 87% dos entrevistados. A escolha está de acordo com a diretriz do American College of Chest Physicians (ACCP, na sigla em inglês), que recomenda a heparina de baixo peso molecular (HBPM) na tromboprofilaxia das artroplastias.[1] A American Academy of Orthopedic Surgeons (AAOS, na sigla em inglês), no entanto, não aponta preferência para nenhum agente único.[2] O National Institute for Health and Care Excellence (NICE, na sigla em inglês) do Reino Unido, em recomendação atualizada em 2019, preconiza uma das seguintes três opções: ácido acetilsalicílico (AAS) por 14 dias, HBPM por 14 dias combinada com meia antiembolismo, ou rivaroxabana.[9] Portanto, a maioria dos cirurgiões brasileiros que responderam à pesquisa está atuando de acordo com o preconizado pelo NICE.

O momento de início da profilaxia com a HBPM é controverso, tanto entre os entrevistados quanto na literatura.[10] [11] A diretriz do ACCP advoga que a HBPM não deve ser iniciada antes de 12 horas após o fim da cirurgia e nem com menos de 12 horas antes do seu início.[1] Na nossa pesquisa, 94% dos respondentes optam por iniciar a profilaxia farmacológica após a cirurgia, porém o momento exato varia: a maior parte (56%) opta por até 11 horas após a artroplastia, enquanto cerca de 36% o fazem 12 horas depois, e cerca de 8% 24 horas ou depois. O início mais precoce ocorreu sobretudo entre os ortopedistas mais experientes (ou seja, aqueles com entre 21 e 30 anos de conclusão do 4° ano de residência, R4). A escolha pelo início a partir de 12 horas após o fim da cirurgia é estatisticamente maior entre os ortopedistas com até 10 anos de fim do R4, o que demostra maior alinhamento com as diretrizes do ACCP, embora eles não declarem segui-la na mesma proporção.

Cerca de 60% dos participantes responderam que modificam a medicação para uso domiciliar, sobretudo entre os que optam inicialmente pela enoxaparina. Provavelmente, seu custo e a maior dificuldade da administração via subcutânea podem ser a causa desta troca. Já os que prescrevem uma droga oral na internação tendem a mantê-la também para uso domiciliar. A principal droga prescrita para uso domiciliar é a rivaroxabana, por 54% dos entrevistados. Destes, porém, 85% utilizam enoxaparina durante a internação, o que pode estar relacionado com as diretrizes do hospital onde trabalham, já que 42% referem segui-las. A mesma preferência pela enoxaparina e rivaroxabana foi observada em uma pesquisa australiana em 2019.[8]

A distribuição variada da duração da profilaxia farmacológica na nossa pesquisa espelha a incerteza também presente na literatura. O NICE recomenda duração de 14 dias.[9] O ACCP sugere no mínimo 10 dias, mas recomenda prolongar por 35 dias.[1] Já a diretriz da AAOS afirma que esta duração deve ser individualizada e discutida pelo médico e o paciente.[2] A maior parte dos entrevistados opta pela prescrição de 10 ou 14 dias (28 e 34%, respectivamente) e apenas um terço refere estratificar o regime de acordo com o paciente.

Foi pequena a preferência pelo AAS. Em outros países, contudo, a droga vem sendo cada vez mais utilizada.[8] [12] Por estar associada a um baixo risco de sangramento, facilidade de administração oral, baixo custo, e também atuar como profilaxia da principal causa de morte pós-artroplastia (infarto do miocárdio[13]), era de se esperar que sua adesão fosse bem superior aos 2% observados na nossa pesquisa. Nenhum dos ortopedistas que afirmaram operar predominantemente pacientes do SUS utiliza o AAS. Talvez o receio de eventuais implicações médico-legais, citadas por alguns na seção de comentários finais opcionais, seja o motivo da baixa utilização, muito embora vários estudos embasem o seu uso[14] [15] [16] [17] [18] e ela também seja aceita como profilaxia farmacológica pelas principais diretrizes mundiais.[1] [2] [9]

A mobilidade precoce é a medida mais simples e barata de profilaxia mecânica contra a formação dos trombos.[19] Pesquisas relacionando o tromboembolismo e o momento do início da deambulação pós ATJ revelam uma incidência significativamente menor de complicações tromboembólicas nos pacientes que andam nas primeiras 24 horas em relação aos que iniciam a deambulação no 2° dia.[20] [21] A melhoria das técnicas anestésicas, sobretudo com o advento do bloqueio do canal adutor guiado por ultrassonografia, facilita este início precoce de deambulação.[22] [23] A anestesia raquidiana associada a este bloqueio foi citada por 55% dos entrevistados, mas, ainda assim, apenas 38% dos entrevistados afirmam iniciar a deambulação nas primeiras 24 horas de pós-operatório.

O principal método mecânico utilizado pelos participantes é a meia de compressão graduada (MCG), citada por 82% deles. A literatura, porém, permanece conflitante em relação à sua eficácia.[3] [4] [24] [25]

O ACCP e a AAOS, ao recomendarem a profilaxia mecânica, referem-se exclusivamente aos DCM,[1] [2] sendo que o ACCP recomenda o modelo portátil (que permita deambulação concomitante) e com adesão mínima de 18 horas por dia.[1] Este tipo de dispositivo, contudo, é utilizado por apenas 5% dos nossos entrevistados e, destes, apenas 2 o prescrevem por > 18 horas por dia. Embora seja o principal dispositivo de tromboprofilaxia mecânica recomendado na literatura, a pouca disponibilidade deste modelo portátil no Brasil pode ser um dos motivos da sua baixa utilização. Na Austrália, Mirkazemi et al.[8] relatam 89,9% de utilização deste dispositivo. Outras diretrizes também dão preferência a ele sobre as MCGs.[3] [4] Já o NICE sugere meia antiembolismo, sem especificar qual.[9] A profilaxia mecânica no Brasil é mais prescrita pelos entrevistados da região Sul, local onde mais se utilizam também os dispositivos de compressão, porém os de modelo fixo, que não permitem deambulação simultânea.

O dispositivo de CPM é utilizado por cerca de 15% dos entrevistados, estatisticamente menos entre os ortopedistas mais jovens. Uma metanálise conduzida por He et al.[26] demonstrou, porém, que ele não tem eficácia na tromboprofilaxia na ATJ.

A controvérsia observada na literatura sobre a relação do torniquete com o tromboembolismo na ATJ se reflete na nossa pesquisa. A opinião sobre se seu uso aumenta a ocorrência de TEV está praticamente dividida (52 versus 48%). Porém, mesmo dentre os ortopedistas que o consideram trombogênico, 70% deles o utilizam. Dentre os que não consideram que torniquete aumente os eventos de TEV, 95% o empregam. No geral, 82% utilizam de rotina o torniquete, índice menor do que os 93% observados na Austrália.[8]

Dentre as possíveis complicações pós-ATJ, os entrevistados demonstram mais preocupação com infecção do que com fenômenos tromboembólicos, o mesmo observado por Mirkazemi et al.[8] Talvez pelo fato de a maior parte dos eventos tromboembólicos ocorrer após a alta hospitalar e com incidência muito baixa de TEV fatal, a percepção do risco pelo cirurgião seja menor do que com a infecção.

Nos últimos anos, há uma tendência de individualização da tromboprofilaxia.[8] [27] [28] Na nossa pesquisa, um terço dos participantes relatou tal prática, estatisticamente mais frequente dentre os ortopedistas com mais de 10 anos de R4. Estudos futuros serão necessários para confirmar uma eventual tendência neste mesmo sentido.

Apesar de 70% afirmarem ter liberdade para escolher seu método, mais da metade daqueles atuantes predominantemente no SUS gostaria de usar um método diferente, mas não o fazem sobretudo pelo custo, reflexo da menor disponibilidade financeira neste cenário. Estudo realizado em um hospital público federal de ensino no Brasil mostrou que a adesão dos pacientes à tromboprofilaxia ambulatorial após ATJ e artroplastia total do quadril (ATQ) foi de 73% – contudo, o custo do medicamento não foi investigado no trabalho.[29]

A grande variedade de métodos de tromboprofilaxia observada na presente pesquisa pode ser explicada por 42% dos entrevistados seguirem a diretriz do hospital onde trabalham e 36% não se basearem em nenhuma, como também foi exemplificado no estudo de Carvalho Júnior et al.[30] Tais constatações deveriam também servir como motivação ao desenvolvimento de uma diretriz nacional sobre o tema.

Deve-se enfatizar que, na presente pesquisa, foram recrutados apenas membros da SBCJ. Sabe-se, porém, que a ATJ é realizada também por outros ortopedistas não membros desta sociedade, os quais, uma vez incluídos na pesquisa, poderiam alterar os resultados. Por outro lado, apesar de terem sido convidados apenas membros da SBCJ para participar, não se pode dizer que as práticas e preferências por eles reportadas refletem uma posição oficial da sociedade – trata-se, somente, de práticas e preferências individuais.


#

Conclusões

As preferências e práticas de tromboprofilaxia na ATJ são diversas. No Brasil, apesar de a maioria utilizar a combinação de métodos farmacológicos e mecânicos, a forma de fazê-lo é bastante variada. A maior parte dos cirurgiões de joelho segue ou a diretriz do próprio hospital ou nenhuma. O método de profilaxia mecânica e a pouca utilização do AAS são os pontos que mais destoam das diretrizes e práticas de outros países.


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Conflito de Interesses

Os autores declaram não haver conflito de interesses.

Suporte Financeiro

O presente estudo não recebeu nenhum suporte financeiro de fontes públicas, comerciais ou sem fins lucrativos.


* Trabalho desenvolvido na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará, Campus Belém.


Supplementary Material

Supplementary Material

  • Referências

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Endereço para correspondência

João Alberto Ramos Maradei-Pereira, MD, PhD, Prof.
Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará
Avenida Generalíssimo Deodoro, 01, Umarizal, 66050-160, Belém, PA
Brasil   

Publication History

Received: 14 October 2021

Accepted: 31 January 2022

Article published online:
01 August 2022

© 2022. Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution-NonDerivative-NonCommercial License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit. Contents may not be used for commecial purposes, or adapted, remixed, transformed or built upon. (https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/)

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