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DOI: 10.1055/s-0043-1775890
Tradução e adaptação transcultural do questionário SOSG-OQ 2.0 para o português brasileiro[*]
Article in several languages: português | English- Resumo
- Introdução
- Materiais e Métodos
- Resultados
- Retroversão e Obtenção de versão final
- Discussão
- Conclusão
- Referências
Resumo
Objetivo: Realizar a adaptação transcultural e a tradução para o português brasileiro da versão 2.0 do Questionário de Desfechos do Spine Oncology Study Group (Spine Oncology Study Group – Outcomes Questionnaire 2.0, SOSG-OQ 2.0, em inglês) para viabilizar sua aplicação em pacientes brasileiros e permitir a utilização deste questionário que está em voga na literatura científica por pesquisadores brasileiros.
Materiais e Métodos: Trata-se de uma pesquisa básica, não randomizada, não comparativa. As etapas de tradução foram realizadas conforme propostas por Reichenheime e Moraes, principalmente as sessões de equivalência semântica e equivalência de mensuração, e também foram seguidas as recomendações de Coster e Mancini, principalmente na etapa de tradução. As etapas foram as seguintes: primeira – tradução do questionário para o português brasileiro; segunda – retroversão; terceira – comparação semântica; e quarta – validação final do constructo.
Resultados: As traduções do SOSG-OQ 2.0 feitas por três tradutores apresentaram grande similaridade na maioria das questões. Todos os títulos e subtítulos de perguntas foram mantidos pelos tradutores, assim como as ordens interna e externa das perguntas. A retroversão da tradução conciliada foi realizada por dois tradutores juramentados, com fluência nativa na língua inglesa. Ambas as retroversões foram bastante similares, as divergências foram sanadas por consenso entre o autor principal e os tradutores juramentados, e a versão traduzida foi considerada a versão final.
Conclusão: Neste estudo, apresenta-se uma versão traduzida do SOSG-OQ 2.0 que tem validade semântica com a versão original publicada em inglês, o que permite a sua aplicação na população brasileira, e acrescenta mais uma ferramenta para que os cirurgiões de coluna possam acompanhar de forma melhor este complexo grupo de pacientes.
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Palavras-chave
coluna vertebral/cirurgia - pesquisas e questionários - metástase neoplásica - qualidade de vida - traduçõesIntrodução
No Brasil, desde o ano 2000, o câncer é a segunda maior causa de mortalidade, atrás apenas das doenças cardíacas.[1] Além disso, os tumores metastáticos da coluna vertebral têm alta prevalência se comparada à dos tumores primários da coluna vertebral.[2] [3] A doença metastática da coluna vertebral é responsável pelo aumento da morbidade relacionada à patologia primária, e tem impacto direto na qualidade de vida do paciente.[2] [4] [5]
Não é incomum que os pacientes acometidos pela doença metastática apresentem disfunções que envolvem vários sistemas do organismo humano, e eles podem ser submetidos a diversos tratamentos, como quimioterapia e/ou radioterapia.[6] A cirurgia da coluna vertebral às vezes requer procedimentos para preservar ou recuperar a função neurológica, manuter a estabilidade segmentar vertebral e controlar de dor.[6] [7] [8]
Atualmente há múltiplas ferramentas disponíveis para se estudar os desfechos clínicos de pacientes com tumor metastático da coluna; elas são inespecíficas e, em grande parte, utilizadas para a análise de uma única variável,[9] como as avaliações protocoladas pela escala de Frankel ou pela Escala de Deficiência da American Spinal Injury Association (ASIA), por exemplo, que objetivam quantificar (classificar) o grau de lesão neurológica do paciente.[10] [11] Adicionalmente, existem os questionários de qualidade de vida preenchidos pelos pacientes, que buscam quantificar como o paciente avalia sua qualidade de vida/estado de saúde, e permitem a identificação do impacto de um procedimento ou patologia.[12] [13] Os questionários mais utilizados na prática da cirurgia da coluna vertebral são o Índice de Incapacidade de Oswestry[14] e o Índice de Incapacidade Cervical,[15] que foram desenvolvidos especificamente para quantificar o impacto da patologia, nas regiões da coluna lombar e da coluna cervical, respectivamente, sobre a qualidade de vida percebida pleos próprios pacientes. Ademais, existem questionários mais amplos, como o de Cinco Dimensões do EuroQoL (EuroQoL Five Dimensions, EQ-5D) ou a Pesquisa de Formulário Curto de 36 Itens (36-Item Short Form Survey, SF-36), cujo objetivo é quantificar a qualidade de vida dos pacientes de maneira mais abrangente, sem se ater a uma patologia ou região específicas, o que permite a comparação de pacientes com diferentes históricos de doença ou tratamento em uma mesma escala.[16] [17] Por fim, existem também as escalas de impacto na qualidade de vida, que são avaliadas pelos médicos e/ou cirurgião responsável pelo caso, como a escala do Eastern Cooperative Oncology Group (ECOG), que visa classificar o impacto do tumor nas atividades do paciente, sendo o valor 0 igual à qualidade de vida normal, e 5, equivalente à morte.[18]
Apesar de validados e úteis para o acompanhamento e avaliação de pacientes com tumores metastáticos, nenhum desses questionários se centra especificamente em pacientes com tumor de coluna vertebral, o que faz com que a literatura apresente divergências sobre qual seria a melhor combinação de questionários para realizar o acompanhamento de pacientes com tumores metastáticos da coluna. Street et al.,[9] por exemplo, recomendam o uso da escala do ECOG e do SF-36, ao passo que Choi et al.[19] recomendam a utilização do EQ-5D.
Em decorrência da ausência de questionários que objetivam a avaliação específica para do tumor metastático da coluna vertebral, o Spine Oncologic Study Group (SOSG) desenvolveu um questionário de desfechos (SOSG – Outcomes Questionnaire, SOG-OQ) para análise de qualidade de vida dos pacientes portadores dessa patologia.[20] Ademais, um estudo[21] demonstrou que o SOSG-OQ é superior à versão de 3 níveis do EQ-5D (3-Level Version, EQ-5D-3L) em pacientes com metástase, linfoma ou mieloma. Além disso, o SOSG-OQ se mostrou mais eficaz do que o Sistema de Informações de Medidas de Desfecho Relatadas pelos Pacientes (Patient-Reported Outcomes Measurement Information System, PROMIS)[22] para analisar a qualidade de vida de pacientes com metástase de coluna, apesar de o PROMIS se apresentar mais eficaz na avaliação de função física e dor, segundo o estudo de Paulino Pereira et al.[23]
Apesar de pensado para abranger especificamente pacientes com metástases na coluna, o SOSG-OQ ainda tinha algumas inconsistências internas que faziam com que os itens de alguns de seus subdomínios não apresentassem correlação muito eficaz.[21] [24]
Deste modo, em 2018, Veersteg et al.[24] realizaram um estudo psicométrico sobre o SOSG-OQ, no qual foi desenvolvida uma versão atualizada do questionário. Para solucionar as discrepâncias da primeira versão, os autores dividiram a questão 8 do formulário original (sobre a função do intestino e da bexiga), em 2 questões distintas, para facilitar o preenchimento, tendo em vista que, muitas vezes, apenas um dos órgãos, o intestino ou a bexiga, apresentam disfunção. Ademais, as questões 7 (sobre auxílio para caminhar) e 20 (sobre sair da casa) foram transferidas para o domínio de função física, e a questão 16 foi movida para o domínio de dor, ao passo que a questão 15 (sobre o nível de energia) foi excluída, por não apresentar associação com nenhum domínio e não render informação significativa o suficiente para o resultado.[24] Por fim, a segunda versão do questionário, o constructo SOSG-OQ 2.0, foi comparada com a Escala Numérica de Avaliação (Numeric Rating Scale, NRS) da dor e com SF-36 em pacientes com metástase da coluna vertebral, e demonstrou-se forte correlação entre os questionários.[24]
Deste modo, o objetivo deste trabalho foi realizar a adaptação transcultural e a tradução para o português brasileiro do SOSG-OQ 2.0, para viabilizar a aplicação do questionário em pacientes brasileiros.
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Materiais e Métodos
Pesquisa básica, não randomizada, não comparativa.
Processo de tradução e adaptação transcultural
O processo de tradução e adaptação transcultural de um instrumento envolve múltiplas etapas para garantir que o constructo traduzido seja não só válido e equivalente como também faça sentido para o público-alvo.[25] O processo se inicia com a realização múltiplas traduções do questionário original, que são então sintetizadas para que se obtenha uma versão traduzida conciliada. Após o consenso na tradução, um grupo de tradutores (com fluência nativa na língua original) faz retroversões (RVs) do documento, que são sintetizadas para se obter a RV final. Então, a RV é comparada à versão original por um comitê de especialistas, que irá verificar se há discrepâncias entre as duas; caso haja poucas ou nenhuma discrepância, o constructo pode ser testado na população-alvo para avaliações psicométricas e de validade.[25] [26]
As etapas de tradução foram realizadas conforme proposto por Reichenheime e Moraes,[26] principalmente as sessões de equivalência semântica e equivalência de mensuração, e também seguiram as recomendações feitas por Coster e Mancini,[27] principalmente na etapa de tradução ([Fig. 1]).
Passo 1: tradução do questionário SOSG-OQ 2.0 para o português brasileiro, feita individualmente por 3 pesquisadores brasileiros. As três traduções foram comparadas para se elaborar uma versão unificada por consenso entre os pesquisadores, chamada de tradução conciliada. Durante a etapa de tradução, pediu-se aos revisores que, caso julgassem necessário, realizassem alterações em elementos das perguntas que não fossem muito familiares para a população brasileira.
Passo 2: a tradução conciliada foi enviada para dois revisores, especialistas em letras certificados com proficiência na língua inglesa. A conciliação destes questionários foi chamada de RV conciliada.
Passo 3 e 4: Por fim, um outro tradutor (chamado de tradutor final), que não esteve envolvido em nenhuma das traduções e RVs, comparou a RV conciliada e a versão original para dar seu parecer sobre a similaridade dos questionários em aspectos denotativos e conotativos, e podia avaliar as questões como inalteradas, pouco alteradas, ou muito alteradas.
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SOSG-OQ 2.0
Elaborado em 2018 como uma adaptação do original, o SOSG-OQ 2.0, tem o intuito de melhorar a validade interna de seus domínios e a sua correlação com outros constructos já validados.[24] Os valores de confiabilidade do questionário nas avaliações de tese-reteste variaram de 0,58 a 0,92 entre os domínios, e o instrumento apresentou excelente correlação com o SF-36. O constructo é composto por 27 questões, 20 pré-operatórias e 7 pós-operatórias, e as pré-operatórias estão divididas em 5 domínios: função física (6 questões); função neurológica (4 questões); dor (5 questões); funções mentais (2 questões); e funções sociais (3 questões). Todas as questões têm 5 itens com pontuação de 1 a 5 e, para se obter a pontuação total do SOSG-OQ, é preciso inverter a pontuação dos itens, ou seja, 1 = 5, 2 = 4, e assim por diante. Quanto maior a pontuação, pior a qualidade de vida do paciente. Para as sete questões pós-operatórias, a pontuação do questionário se dá por uma porcentagem dos pontos máximos possíveis (regra de três).[21]
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Resultados
As traduções do SOSG-OQ feitas pelos três tradutores apresentaram grande similaridade na maioria das questões. Todos os títulos e subtítulos de perguntas foram mantidos, assim como as ordens interna e externa das perguntas.
Quanto à tradução das perguntas propriamente ditas, houve pouca discrepância entre os revisores, e só houve divergências significativas com relação a duas perguntas ([Tabela 1]). Ademais, houve discordâncias também na elaboração da tradução das alternativas ([Tabela 2]). Sanadas as divergências, a tradução conciliada foi elaborada.
Original |
Alternativa 1 |
Alternativa 2 |
Conciliação |
---|---|---|---|
Do you require assistance from others to travel outside of the home? |
Você precisa de ajuda de outras pessoas para sair de casa? |
Você necessita de auxílio dos outros para trabalhos fora do ambiente domiciliar? |
Você precisa de ajuda de outras pessoas para sair de casa? |
When I feel pain, it is awful, and I feel it overwhelms me. |
Quando eu sinto dor, é horrível e sinto que isso me oprime. |
Quando eu sinto dor, é uma dor horrível e insuportável. |
Quando eu sinto dor, é uma dor horrível e insuportável. |
Original |
Alternativa 1 |
Alternativa 2 |
Conciliação |
---|---|---|---|
Somewhat |
Pouco |
Mais ou menos |
Mais ou menos |
A little bit |
Muito pouco |
Um pouco |
Um pouco |
Sometimes |
Às vezes |
Algumas vezes |
Algumas vezes |
Often |
Frequentemente |
Geralmente |
Frequentemente |
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Retroversão e Obtenção de versão final
As RVs foram feitas por dois tradutores juramentados com fluência nativa na língua inglesa. Ambas foram bastante similares, e as divergências foram sanadas por consenso entre o autor principal e os tradutores juramentados ([Tabela 3]).
Retroversão 1 |
Retroversão 2 |
Consenso |
---|---|---|
A little |
little |
A little |
%palavra%Constantly |
Constantly %palavra% |
%palavra%Constantly |
Moderate outdoor activities |
Moderate activity outside of the home |
Moderate outdoor activities |
Ademais, nenhuma das questões ou alternativas apresentou-se como “muito alterada” em comparação com a versão original do questionário, de modo que a tradução conciliada foi considerada como a versão final do questionário ([Tabela 4]).
I- Função Física |
1. Qual é o seu nível de atividade? |
Sem limitação nas atividades – Atividade moderada ao ar livre – Mobilidade mínima em residência – Restrito a deslocamento da cadeira para a cama – Acamado |
2. Qual é a sua capacidade de trabalhar e/ou estudar? |
Ilimitada – 4-8 horas por dia – 2-4 horas por dia – Menos de 2 horas por dia – Nenhuma |
3. A sua coluna limita a sua habilidade de cuidar de si mesmo? |
Não me atrapalha – Um pouco – Mais ou menos – Moderadamente - Bastante |
4. Você precisa de assistência de outros para sair de casa? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
5- Você precisa de assistência para caminhar? |
Nenhuma – Bengala – Um andador ou duas bengalas – Auxílio de outras pessoas – Não posso caminhar |
6. Você sai de casa para eventos sociais/socializar? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
IIA- Função neurológica dos membros inferiores |
7. Você sente fraqueza nas pernas?Nunca – Leve, ocasionalmente – Leve, constantemente – Moderada, constantemente – Severa, constantemente |
IIB- Função neurológica dos braços |
8. Você sente fraqueza nos braços? |
Nunca – Leve, ocasionalmente – Leve, constantemente – Moderada, constantemente – Severa, constantemente |
IIC- Função neurológica intestinal |
9. Você sente dificuldade de controlar seu intestino (exceto em casos de diarreias) |
Nunca – Leve, ocasionalmente – Leve, constantemente – Moderada, constantemente – Severa, constantemente |
IID- Função neurológica da bexiga |
10. Você sente dificuldade de controlar sua vontade de urinar? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Faço uso de sonda |
III- Dor |
11. Em geral, quanto de dor nas costas você tem? |
Nenhuma – Muito fraca – Fraca – Moderada – Severa |
12. Quando você está na sua posição mais confortável, você continua a sentir dores? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
13. Em geral, a dor nas costas limita sua mobilidade (sentar-se, andar, levantar-se…)? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
14. Quão confiante você se sente em controlar a sua dor? |
Não confio – Confio pouco – Confio moderadamente – Confio muito – Confio completamente |
15. Quando eu sinto dor, é uma dor horrível e insuportável. |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
IV- Saúde mental |
16. Você se sente deprimido? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
17. Você sente ansiedade em relação ao seu estado de saúde? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
V- Função social |
18. Sua doença na coluna influencia na sua habilidade de concentração em conversas, leituras e ver televisão? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
19. Você acha que sua doença na coluna atrapalha suas relações interpessoais? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
20. Você se sente confortável em conhecer novas pessoas? |
Nunca – Raramente – Algumas vezes – Frequentemente – Muito frequentemente |
Questões pós-operatórias |
21. Você está satisfeito com os resultados da sua cirurgia de remoção de tumor? |
Muito satisfeito – Satisfeito – Nem satisfeito nem insatisfeito – Pouco insatisfeito – Muito insatisfeito |
22. Se você pudesse escolher, faria o mesmo tratamento novamente? |
Definitivamente sim – Provavelmente sim – Não sei dizer – Provavelmente não – Definitivamente não |
23. Como sua cirurgia modificou sua função física e capacidade de realizar atividades do dia a dia? |
Melhorou muito – Melhorou – Não mudou – Piorou um pouco – Piorou muito |
24. Como sua cirurgia da coluna afetou sua medula e/ou raízes nervosas? |
Melhorou muito – Melhorou – Não mudou – Piorou um pouco – Piorou muito |
25. Como sua cirurgia afetou a sua dor na coluna? |
Melhorou muito – Melhorou – Não mudou – Piorou um pouco – Piorou muito |
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Discussão
Os tumores metastáticos da coluna vertebral podem gerar manifestações clínicas diversas e impactar consideravelmente a qualidade de vida dos pacientes, que não se restringem somente ao segmento da coluna acometido, devido à sua característica sistêmica.[4] [28] [29] Além disso, os questionários existentes para estudo dos desfechos clínicos de pacientes com tumor metastático da coluna vertebral eram inespecíficos e não envolviam todas as variáveis.[9] [20] Deste modo, o SOSG-OQ 2.0 foi elaborado para tentar quantificar o impacto dessa doença na qualidade de vida dos pacientes.[24] No entanto, até agora, nenhuma versão do questionário em português brasileiro havia sido publicada.
No presente estudo, realizou-se a tradução para o português brasileiro e a adaptação transcultural do SOSG-OQ 2.0. Apesar de ter havido algumas discrepâncias entre as traduções iniciais, principalmente com relação aos advérbios de intensidade (muito, bastante, pouco etc.) a obtenção de consenso entre os tradutores foi simples. Do mesmo modo, quanto à adaptação transcultural, quase nenhuma alteração foi necessária (como trocar uso de hashis por uso de talheres, por exemplo), tendo em vista que o questionário original foi elaborado em conjunto por pesquisadores americanos e europeus, cujos hábitos, de maneira mais generalizada, são bem similares aos dos brasileiros. De maneira similar, em trabalho realizado pelo Brazilian Spine Study Group em conjunto com outros cirurgiões brasileiros, traduziu-se o Índice de Fragilidade (Frailty Index),[30] e, apesar da ocorrência discrepâncias entre alguns itens, poucas adaptações culturais foram necessárias.[31]
O SOSG-OQ é composto por 27 questões, sendo 20 baseadas nos sintomas e impactos da doença na qualidade de vida, e sete questões sobre como o paciente se sente em relação ao procedimento cirúrgico.[20] [21] Em estudos de avaliação psicométrica e de consistência,[21] [24] o SOSG-OQ se mostrou fortemente correlacionado com a pontuação de qualidade de vida obtida no EQ-5D e no SF-36, e os seus subgrupos apresentaram forte consistência interna.
Devido ao possível benefício de melhorar o acompanhamento e a avaliação do impacto das neoplasias na coluna fornecido pelo SOSG-OQ, diversos autores passaram a traduzi-lo para suas línguas nativas. Luksanapruksa et al.[32] realizaram a tradução e adaptação transcultural para o tailandês, e demonstraram que os domínios da versão traduzida mantiveram uma alta consistência interna (alpha de Cronbach > 0.7), e que o questionário manteve forte correlação com as pontuações obtidas na versão de 5 níveis do EQ-5D (EQ-5D-5L). Da mesma forma, Brodano et al.,[33] demostraram a validade da versão italiana tanto em relação aos domínios internos quanto à sua correlação com os subdomínios do SF-36, além da alta consistência entre os itens do questionário.
Yin et al.[34] demonstraram que a versão chinesa simplificada demonstrou forte correlação tanto com o EQ-5D-5L quanto com o SF-36, além de apresentar excelente consistência interna entre seus subgrupos e bom resultado intraobservador. Por fim, um grupo de pesquisadores[35] demonstrou recentemente que os domínios de função física, de interferência da dor e de depressão PROMIS tinham forte correlação com as pontuações obtidas no SOSG-OQ.
Em relação ao impacto do SOSG-OQ na tomada de decisões, um estudo de 2020,[36] sobre os benefícios da possibilidade de previsão de pontuações em instrumentos de avaliação de qualidade de vida relativa à saúde (QVRS) no pós-operatório de cirurgias de neoplasias da coluna, apontou que os 2 questionários cuja capacidade de previsão de valores pós-operatórios poderiam trazer mais benefícios seriam o EQ-5D e o SOSG-OQ. Além disso, em artigo publicado em 2021,[37] foi proposta uma maneira de se fazer uma versão resumida do SOSG-OQ, especialmente centrada na obtenção das unidades utilitárias, o que permitiria a sua utilização em análises de decisões, como a de converter essas unidades utilitárias em anos de vida ajustados pela qualidade (AVAQ).
Este estudo apresenta limitações, sendo a principal a não validação da versão para o português brasileiro do instrumento, devido às dificuldades de se obter dados suficientes para realizá-la. No entanto, servirá como base para a realização de uma validação em um momento futuro, pois acreditamos que estudos de validação da versão em português brasileiro do SOSG-OQ são necessários para a consistência interna de seus constructos e a sua correlação com questionários já estabelecidos, como o EQ-5D.
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Conclusão
Este estudo apresenta uma versão traduzida para o português brasileiro do SOSG-OQ que apresenta validade semântica com a versão original em inglês, o que permite a sua aplicação na população brasileira, e acrescenta mais uma ferramenta para que os cirurgiões de coluna possam acompanhar este complexo grupo de pacientes.
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* Trabalho realizado no Instituto de Patologia da Coluna, São Paulo, SP, Brasil.
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Received: 26 December 2022
Accepted: 27 February 2023
Article published online:
21 March 2024
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