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DOI: 10.1055/s-0044-1792185
Avaliação do estado nutricional, consumo alimentar e capacidade funcional em pacientes oncológicos
Assessment of nutritional status, food consumption and fuctional capacity in oncologic patientsRESUMO
Objetivo: Avaliar o perfil antropométrico, consumo alimentar e capacidade funcional de pacientes internados em um hospital oncológico no município de Uberlândia, Minas Gerais.
Métodos: Foi realizado estudo transversal com pacientes oncológicos no período de abril a agosto de 2015. Em relação à antropometria, aferiu-se: peso, altura, índice de massa corporal, circunferência de braço e muscular do braço, área muscular do braço corrigida, prega cutânea tricipital e dinamometria. Também foram aplicados a avaliação global subjetiva e inquéritos para avaliação do consumo alimentar, cujas variáveis analisadas foram ingestão energética, macronutrientes, micronutrientes (vitamina C, cálcio, ferro e zinco), colesterol e fibras alimentares.
Resultados: O percentual de desnutrição variou de 48 a 72% entre os indicadores antropométricos avaliados. Observou-se inadequação quanto ao consumo alimentar destes pacientes, sobretudo de cálcio (98%), zinco (78%) e vitamina C (70%). Em modelo de regressão logística, a dinamometria demonstrou que, a cada 1 kgf preservado, há redução de 11% na chance de desenvolvimento de desnutrição, mesmo quando ajus-tado por sexo e consumo alimentar.
Conclusão: Os pacientes oncológicos apresentaram elevada frequência de desnutrição (48 a 72%) e diversas inadequações no consumo alimen-tar. Além disso, a capacidade funcional preservada, avaliada pela força de preensão palmar, foi associada à redução de 11% na desnutrição a cada unidade de 1kgf. O presente estudo sugere que a avaliação nutricional deve ser realizada precocemente, a fim de identificar a necessidade de terapia nutricional, e reduzir o impacto negativo da desnutrição sobre a qualidade de vida do paciente.
ABSTRACT
Objective: Evaluate anthropometric profile, food consumption and functional capacity of hospitalized patients in a cancer hospital of Uberlândia, Minas Gérais.
Methods: This was a cross-sectional study with oncologyc patients, in the period from April to August 2015. In relation to anthropometry was assessed: body mass index, arm circumference, arm muscle circumference, corrected arm muscle area, triceps skinfold and dynamometry. Were applied the assessment global subjective and surveys to evaluate food consumption, whose analyzed variables were, calorie, macronutrients, micronutrients (vitamin C, calcium, iron and zinc), cholesterol and dietary fiber.
Results: The percentage of malnutrition ranged from 48% to 72% among the anthropometric indicators. There was an important inadequacy in the dietary intake of these patientes, especially calcium (98%), zinc (78%) and vitamin C (70%). In a logistic regression model, dynamometry showed that, at every 1 kgf preserved, there was a reduction of 11% in the chance of developing malnutrition, even when adjusted for sex and food consumption.
Conclusion: Oncological patients had a high frequency of malnutrition (48 to 72%) and several inadequacies in food consumption. In addition, the preserved functional capacity assessed by palmar grip strength was associated with a reduction of 11% in malnutrition at each 1kgf unit. The present study suggests that nutritional assessment should be performed early in order to identify the need for nutritional therapy and reduce the negative impact of malnutrition on the patient’s quality of life.
Descritores:
Avaliação nutricional - Desnutrição - Neoplasias - Consumo de alimentos - Força compressivaKeywords:
Nutritional assessment - Malnutrition - Neoplasmas - Food consumption - Compressive strengthINTRODUÇÃO
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) cons-tituem as principais causas de morte no mundo, dentre elas ressalta-se o câncer que se estabeleceu como um problema de saúde pública mundial, sen-do considerado como segunda principal causa de óbitos no mundo([1]) Contínuas transições demográ-ficas e epidemiológicas globais sinalizam uma cres-cente incidência do câncer nas próximas décadas, sobretudo entre os países em desenvolvimento.([2])
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), espera-se que o impacto do câncer na po-pulação mundial corresponda a mais de 20 milhões de casos novos estimados para o ano de 2025. A estimativa para o Brasil, biênio 2016-2017, aponta a ocorrência de aproximadamente 600 mil casos no-vos de câncer.([3])
O câncer, assim como outras doenças graves, pode acarretar uma série de alterações metabólicas ge-rando impacto significativo na qualidade de vida. Uma das alterações mais frequentes é a desnutrição, cuja prevalência relatada na literatura é de aproxi-madamente 75% em pacientes oncológicos durante o diagnóstico.([4]) De etiologia multifatorial, associa-se à evolução tumoral e aos impactos colaterais obser-vados nos tratamentos.([5])
A desnutrição compromete o tratamento, além de influenciar na evolução negativa dos sintomas, uma vez que produz respostas metabólicas graves, carac-terizadas sobretudo pelo hipermetabolismo e hiper-catabolismo.(6) Pacientes desnutridos apresentam risco aumentado em relação às dificuldades de cica-trização no período pós-operatório, sepse e forma-ção de abscessos1. Esta condição correlaciona-se di-retamente com o risco aumentado de complicações cirúrgicas, menores taxas de sobrevida e redução da capacidade funcional, propiciando maior tempo de internação e custo hospitalar.([6])
A avaliação antropométrica constitui um dos parâ-metros para avaliação nutricional deste paciente, uma vez que possibilita identificar o risco nutricional do mesmo.([7]) Ressalta-se também a importância da relação entre a alimentação e o câncer no estado nu-tricional, haja visto que este pode sofrer mudanças decorrente da própria doença, do aumento das ne-cessidades nutricionais, além dos efeitos colaterais advindos do tratamento oncológico, contribuindo assim para o desenvolvimento da desnutrição.([8])
Sendo assim, diante do exposto, considera-se fundamental realizar a avaliação nutricional dos pacien-tes oncológicos, a fim de identificar precocemente o estado nutricional dos mesmos, e promover as intervenções nutricionais adequadas objetivando melhora do prognóstico. O objetivo do trabalho foi avaliar o perfil antropométrico, consumo alimentar e capacidade funcional de pacientes internados em um hospital oncológico do município de Uberlândia, Minas Gerais.
MÉTODOS
Trata-se de um estudo transversal, realizado em um hospital oncológico do município de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
A população de estudo foi composta por todos os pacientes internados na enfermaria do setor de on-cologia do hospital no período de abril a agosto de 2015, totalizando 50 indivíduos.
Foram incluídos no estudo os pacientes com idade igual ou superior a 18 anos e que assinaram o Ter-mo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e excluídos aqueles que apresentaram avaliações an-tropométricas incompletas, devido a necessidade do paciente em ausentar-se para realização de outros procedimentos.
O instrumento de coleta de dados foi aplicado pelo próprio pesquisador. Foram incluídas variáveis de-mográficas e socioeconômicas (idade, sexo, nível de escolaridade), clínicas (tipo de câncer), antropomé-tricas (peso, altura, circunferência de braço e prega cutânea tricipital), dinamometria, Avaliação Global Subjetiva (AGS) e de consumo alimentar.
Para avaliar o estado nutricional estimou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) por meio da fórmula: [peso aferido (kg) / altura aferido m2] a partir do peso e a estatura aferidos no momento da coleta. Classifi-cou-se os pacientes adultos seguindo os parâmetros pré-estabelecidos pela World Health Organization(9) (1995) e para idosos segundo Lipschitz.([10]) (1994).
O peso foi aferido de acordo com os parâmetros es-tabelecidos pelo Ministério da Saúde.([11]) em balança eletrônica digital com precisão de 0.1 kg (Welmy®) e a altura em estadiômetro vertical (Sanny®) (divi-são em 0,5 cm e comprimento de 2 m). Para aqueles pacientes impossibilitados de executar atividades simples para medição convencional destas variáveis, foram utilizadas as fórmulas de Chumlea,([12]) a partir das seguintes variáveis antropométricas, altura do joelho (AJ), circunferência de panturrilha (CP) e prega cutânea subescapular (PCSE).
Aferiu-se a prega cutânea tricipital (PCT) através do adipômetro científico (Lange®) de precisão de (0,1 mm) e a circunferência do braço (CB) com fita antro-pométrica inelástica de 2 m de comprimento. Para as adequações da circunferência muscular do bra-ço (CMB), área muscular do braço corrigida (AMBc) e PCT foram utilizados os percentis propostos por Frisancho.([13])
Para realização da dinamometria (DN), utilizou-se dinamômetro hidráulico de mão (Jamar®), lado di-reito, por três vezes, sendo que o avaliador escolheu a medida de maior registro. Entre cada aferição, pa-dronizou-se um período de 20 segundos, a fim de evitar os efeitos advindos da fadiga muscular.([14])
Além da avaliação nutricional por meio da antro-pometria, foi aplicada a Avaliação Global Subjetiva (AGS), padronizada por Detsky e colaboradores, no ato da entrevista com o paciente.([15])
Para avaliar o consumo alimentar destes pacientes, foi utilizado o método Recordatório 24 horas (R24h), em dois dias não consecutivos, a fim de calcular a variância intrapessoal da ingestão de nutrientes.
O recordatório foi aplicado segundo o método pas-so-a-passo estruturado em cinco etapas: 1) o quick list ou listagem rápida, na qual o entrevistado lista os alimentos e bebidas consumidos de forma inin-terrupta; 2) forgotten list ou listagem de alimentos esquecidos, que questiona o indivíduo sobre o con-sumo de alimentos comumente esquecidos, como doces, cafés e refrigerantes; 3) os horários e locais de consumo dos alimentos e bebidas; 4) o ciclo de detalhamento, no qual são descritos o modo de pre-paro e as quantidades consumidas dos alimentos; 5) a revisão final, que verifica se houve algum alimento consumido ao longo do dia que não tinha sido re-latado anteriormente. Esse método contribuiu para que o indivíduo recordasse dos alimentos e bebidas consumidos no dia anterior à entrevista e os relatasse de modo detalhado, reduzindo os erros na medi-da dietética.([16])
Os alimentos foram anotados na forma de medidas caseiras e as informações contidas em cada R24h fo-ram checadas a fim de monitorar a qualidade das entrevistas. As quantidades dos alimentos consumi-dos foram estabelecidas de acordo com a padroniza-ção do setor de Nutrição e Dietética do hospital. Os cálculos referentes à ingestão de energia, macronu-trientes, micronutrientes (vitamina C, cálcio, ferro e zinco), colesterol e fibras alimentares foram realiza-dos através do programa Diet Pro 5.5i.
A partir dos valores obtidos de cada R24h, realizou--se a análise de deatenuação utilizando o programa PC-SIDE (Department of Statistics, Iowa State University, Iowa, EUA) que segue a metodologia de Nusser et al.([17]) Posteriormente, foi realizado, o ajuste pela energia usando o método residual, corrigindo as estimativas de nutrientes pela energia total.([18]) Para verificar a prevalência de inadequação foi calculado e classificado o valor de Z (Z = (EAR - Média de inges-tão)/desvio padrão) a partir da tabela de Z na distri-buição normal reduzida.([19])
Para a análise da distribuição relativa dos macro-nutrientes em relação ao valor energético total da dieta (VET) utilizou-se como referência os valores de variação aceitável da distribuição de macronutrien-tes (Acceptable Macronutrients Distribuition Range - AMDR).([20]) Em relação a análise da adequação de vitaminas e minerais foram seguidas as recomenda-ções das Dietary Reference Intakes (DRI).
Para análise do consumo foi avaliada a compara-ção com os valores da Necessidade Média Estimada (Estimated Average Requirement – EAR), sendo que, para os valores que não há EAR, foi utilizada Inges-tão Adequada (Adequate Intake – AI). Para avaliar se o consumo não ultrapassou o nível mais alto de in-gestão habitual do nutriente, foi avaliado o Nível Superior Tolerável de Ingestão (Tolerable Upper Intake Level – UL).([20])
Realizou-se análise descritiva dos dados a fim de verificar frequências, bem como médias, mediana, desvios-padrão e percentuais. Utilizou-se o Teste de Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade das variáveis. As comparações entre as médias fo-ram realizadas pelo teste t de student para compa-ração de dois grupos ou ANOVA para a comparação de mais grupos. Foi realizada análise de regressão logística multivariada entre a variável exposição força de preensão palmar (dinamometria) e desnutri-ção avaliada pela Avaliação Subjetiva Global, e então ajustou-se a análise por variáveis sociodemográficas (sexo e idade) e de consumo alimentar. Os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS) versão 17, sendo fixado um nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95%.
O presente projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia (Número do CAAE: 35967214.0.0000.5152).
RESULTADOS
A amostra foi composta por 50 pacientes, sendo 62% (n=31) do sexo masculino e 38% (n=19) do sexo feminino. A idade variou entre 18 a 78 anos (50,5 ± 15,65). Em relação ao IMC, 46% apresentam-se eu-tróficos (n=23), sendo que a média para este parâ-metro foi de 23,32 kg/m2, não havendo diferenças significativas entre homens e mulheres. A [Tabela 1] dispõe de dados como faixa etária, escolaridade e tipos de câncer, sendo que os mais comuns foram, leucemia, linfoma, pele e àqueles que acometem o trato gastrointestinal.
As médias e desvios padrão das variáveis antropométricas, segundo sexo, estão dispostas na [Tabela 2].
Variáveis |
Média ± DP |
Valor de p[#] |
||
---|---|---|---|---|
Feminino |
Masculino |
Total |
||
Peso (kg) |
59,1 ± 10,3 |
68,5 ± 16,0 |
65,0 ± 14,7 |
0,027 |
Altura (m) |
1,61 ± 0,07 |
1,70 ± 0,06 |
1,66 ± 0,08 |
<0,001 |
IMC (kg/m2) |
22,9 ± 4,2 |
23,5 ± 5,4 |
23,3 ± 5,0 |
0,652 |
CB (cm) |
26,8 ± 4,4 |
26,6 ± 4,4 |
26,7 ± 4,4 |
0,907 |
CMB (cm) |
20,5 ± 3,0 |
22,5 ± 3,2 |
21,7 ± 3,2 |
0,036 |
AMBc (cm2) |
33,8 ± 10,1 |
40,3 ± 11,6 |
37,8 ± 11,4 |
0,052 |
PCT (mm) |
19,8 ± 7,1 |
13,1 ± 9,1 |
15,6 ± 9,0 |
0,008 |
DN (Kgf) |
19,2 ± 6,1 |
30,9 ± 11,3 |
26,5 ± 11,1 |
<0,001 |
|
|
|
|
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Após os dados expostos acima, observa-se que os homens apresentam valores médios maiores, se comparado com as mulheres, no que diz respeito aos indicadores de massa magra; as mulheres apresentaram maiores valores de peso, altura e indicadores relacionados à massa gorda, conforme esperado.
Os dados da [figura 1] evidenciam o diagnóstico nutricional a partir das variáveis antropométricas. A desnutrição variou de 48 a 72% entre os indicadores avaliados, sendo que a AMBc, seguida da AGS foram as que detectaram maior frequência da desnutrição em comparação a dinamometria e PCT.


Em relação ao consumo alimentar, observou-se que o percentual relativo aos macronutrientes encontrava-se dentro dos parâmetros de recomendação propostos pela IOM([20]) (1997-2010). A média de consumo para carboidratos foi de 55,8% (±12,5) sendo a mediana de 53,5%.
O consumo de proteína alcançou a média de 22,7% (±7,6), cuja mediana foi de 23,2%. Para lipídeos, a média encontrada foi de 32,1% (±14,7) e a mediana de 29,1%.
A [tabela 3] evidencia a média dos valores brutos, deatenuados e ajustados por energia, bem como os valores de mediana, mínimo e máximo dos valores finais, além da prevalência de inadequação do consumo. Esta análise identificou alta inadequação para cálcio (98%) e zinco (78%).
Por fim, foi realizada a análise de regressão logística multivariada e foi constatada que a força de preensão manual associou-se significativamente à desnutrição avaliada por meio da Avaliação Global Subjetiva demonstrando que a cada 1 kgf preservado há redução de 11% no risco de desenvolvimento de desnutrição nos pacientes avaliados, mesmo quando ajustado por idade, sexo e consumo alimentar podendo ser observado na [Tabela 4].
DISCUSSÃO
A desnutrição habitualmente observada em pacientes oncológicos correlaciona-se diretamente com aumento do risco de complicações cirúrgicas, redução da capacidade funcional, menor tolerância e resposta ao tratamento antineoplásico, pior prognóstico e diminuição da sobrevida.([6]) É de suma relevância ressaltar que, para firmar o diagnóstico nutricional, considera-se a importância em utilizar-se diferentes métodos que avaliem a condição nutricional conjuntamente, a fim de aumentar a especificidade e a sensibilidade da avaliação do risco nutricional, e diminuir possíveis inadequações ao fazer o uso de qualquer método ou ferramenta isoladamente.([21])
No presente estudo, ao analisar separadamente o IMC, observou-se que a maioria dos pacientes encontrava-se eutrófica (46%). Bites et al.([22]), encontraram valores semelhantes, sendo que 56,67% de sua amostra também se apresentava eutrófica, segundo o IMC. Em um estudo semelhante, Tartari et al.([23]) observaram que 44% dos indivíduos eram eutróficos. Azevedo et al.([24]) encontraram poucos pacientes com o IMC diminuído e sugeriram que por apresentar aumento dos mediadores inflamatórios, como as citocinas, pacientes com câncer podem ter diminuição da massa celular corporal e expansão de outros compartimentos, como o líquido extracelular.
Aproximadamente 62% dos pacientes apresentavam algum grau de desnutrição de acordo com a circunferência do braço, 64% de acordo com a circunferência muscular do braço e 72% segundo a área muscular do braço. Estudo realizado no sudoeste da Bahia por Brito et al.([25]) encontrou valores semelhantes ao do presente estudo, sendo que 67,3% e 63,3% apresentavam-se desnutridos segundo CMB e AMBc, respectivamente. Oliveira et al.([26]) encontraram 44,8% de desnutridos de acordo com a CMB e a AMBc. Esses resultados sugerem que apesar do IMC eutrófico, boa parte dos pacientes apresenta perda muscular.
Em relação à prega cutânea tricipital, pelo menos 52% apresentavam-se desnutridos. Hortegal et al.(8) encontraram em sua amostra 73,3% com algum grau de desnutrição. Estudo realizado por Bites et al.(22) verificou que 33,33% dos pacientes avaliados apresentavam desnutrição grave, segundo a PCT. A avaliação antropométrica permitiu identificar percentuais elevados em relação às análises da CB, CMB, AMBc e PCT. Esses dados corroboram com o fato de, ao menos, um em cada cinco pacientes encontram-se desnutridos no ato do diagnóstico da doença.([25])
Em relação à dinamometria, também conhecida como força de preensão manual (FPM), a mesma atingiu média de 26,5±11,1 Kgf. Os homens apresentaram maior força muscular em relação as mulheres (30,9±11,3Kgf versus 19,2±6,1Kgf, respectivamente, p<0,001). Estudo realizado na Holanda por van der Meij([27]) encontrou valores semelhantes ao do presente estudo, sendo 31,1±9,8 Kgf no grupo intervenção e 26,1±7,8 Kgf no grupo controle. Pastore et al.([28]) encontraram média de 25,7±10,1 Kgf, sendo 30,7±8,7 Kgf para homens e 19,1±7,8 Kgf para mulheres. Esse método de avaliação é preconizado pelo Consenso Nacional de Nutrição Oncológica, do INCA([29]) (2015), embora não haja na literatura valores de referência em relação a FPM para pacientes oncológicos.
No presente estudo, realizou-se a análise de regressão logística multivariada, sendo encontrada associação significativa entre a força de preensão manual e à desnutrição, avaliada por meio da AGS. A cada 1 kgf preservado, há redução de 11% no risco de desenvolvimento de desnutrição nos pacientes avaliados. O mesmo pode ser observado no estudo de Limberger et al.,([30]) em que houve correlação significativa entre a FPM (mão dominante e não dominante) com a pontuação da AGS-Produzida Pelo Paciente (AGS-PPP), evidenciando que o aumento da pontuação leva ao declínio da FPM.
Silva et al.([31]), ao realizarem a comparação entre os métodos de AGS-PPP e dinamometria, não encontraram resultados estatisticamente significativos; no entanto, relataram haver uma tendência para diminuição da força muscular de acordo com o agravamento do estado nutricional. Torna-se de fundamental importância ressaltar que muitos estudos não utilizam a análise de regressão ajustada para identificar a capacidade funcional através da FPM.
Em relação a Avaliação Global Subjetiva, no presente estudo, 70% da amostra apresentaram algum grau de desnutrição, sendo aproximadamente 24% com desnutrição grave. Pastore et al.([28]), em estudo realizado em Pelotas/RS com 77 pacientes com câncer de trato gastrointestinal e de pulmão, encontraram níveis semelhantes de desnutrição, com 87% de sua amostra com algum grau de desnutrição e 21% com desnutrição grave. Outro estudo, realizado na Malásia com 61 pacientes oncológicos, a AGS encontrou 32,8% da amostra desnutrida grave e apenas 14% bem nutrida.([32])
A AGS constitui-se como um método importante para avaliação do estado nutricional, uma vez que avalia conjuntamente parâmetros como perda de peso recente, alterações na ingestão alimentar, capacidade funcional do paciente, estresse metabólico, exame físico e sintomas gastrointestinais recentes. Trata-se de uma técnica capaz de predizer complicações, mortalidade e tempo de internação. No entanto, para que os dados obtidos a partir da AGS sejam confiáveis é necessário que os entrevistadores estejam bem treinados.([33])
Em relação ao consumo alimentar, foi observado que quando avaliada a média do percentual do consumo dos macronutrientes, todas estavam adequadas segundo as recomendações propostas pela IOM20. Zanchim et al.([34]) encontraram valores distintos do presente estudo, sendo que o percentual de carboidrato foi superior (56,4%), ao passo que o percentual de proteína e lipídeo se apresentaram inferior, 14,3% e 27,3%, respectivamente. Um estudo semelhante realizado em Vitória/ES encontrou o percentual de 65,09% para carboidratos, 19,37% para proteína e 26,65% para lipídeos, sendo também valores distintos do atual estudo.([35])
Na avaliação do consumo de micronutrientes, foi possível observar elevada prevalência de inadequação em nutrientes importantes como cálcio, zinco e vitamina C. Ao contrário, em um estudo semelhante realizado por Cattafesta et al.([35]) apenas o cálcio e a vitamina E apresentaram inadequações. Zanchim et al.([34]) encontraram valores semelhantes aos apresentados no presente estudo, sendo que todos os nutrientes por eles analisados, encontravam-se abaixo das recomendações das DRI’s.
Os pacientes oncológicos podem apresentar habitualmente deficiências de micronutrientes, considerando o aumento das necessidades e de perdas associadas à diminuição da ingestão alimentar.([29]). Além disso, considera-se que os efeitos colaterais advindos do tratamento oncológico, estão associados com algum grau de disfunção gastrointestinal. Sintomas como, incidência de vômitos, náuseas, mucosite, diarreia, constipação, disgeusia, disosmia, entre outros, são comumente observados nestes pacientes.([36])
A inadequação do consumo de cálcio pelos pacientes foi de 98%. Sabe-se que a inadequação no consumo deste micronutriente é comum na população brasileira. Segundo dados da pesquisa Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS), realizada em 2007, revelou que 90% dos entrevistados ingeriam um terço (400mg) da DRI de cálcio. Adequar esse mineral é de suma importância, uma vez que está associado à prevenção de doenças, incluindo o câncer.([37])
Outro mineral que apresentou alta taxa de inadequação foi o zinco, com 78%. Alguns estudos relatam que à deficiência de zinco pode provocar modificações e danos à nível de DNA, ocasionando maior predisposição ao risco de câncer.([38])
No presente estudo houve também uma elevada inadequação do consumo de vitamina C (70%). Sabe-se, que a adequação de tal vitamina mostra-se como fator importante no cuidado nutricional, haja visto que atua como um antioxidante, sendo capaz de inibir a formação de radicais livres hidroxilo e proteção da peroxidação dos lipídios, evitando a formação de potenciais carcinógenos por mecanismos de alteração na estrutura, prevenção ao tecido alvo e pela inibição competitiva.([39])
Entre as principais limitações do estudo encontram-se a não consideração de aspectos clínicos, que podem interferir no estado nutricional dos pacientes, como estadiamento da doença, tempo de diagnóstico e a qual tipo de tratamento oncológico o indivíduo esteve ou está submetido, o que potencialmente aumenta a variabilidade dos dados de consumo e pode interferir na análise de regressão multivariada. Além disso, por se tratar de uma amostra de conveniência com número reduzido de pacientes, pode intensificar a variabilidade dos dados encontrada.
Em relação às vantagens demonstradas pelo estudo, o mesmo possibilitou confirmar a prevalência elevada de desnutrição entre pacientes oncológicos além de diversas inadequações no consumo alimentar e demonstrar a associação da menor força de preensão palmar com a desnutrição quando ajustada por variáveis sociodemográficas e consumo alimentar, uma vez que este parâmetro tem seu uso preconizado pelo INCA e os estudos ainda são escassos em relação ao mesmo.
Portanto, frequência da desnutrição e inadequações no consumo alimentar, especialmente de micronutrientes como cálcio, zinco e vitamina C, foram elevadas na população avaliada. Além disso, a preservação da capacidade funcional por meio da força de preensão palmar associou-se à redução de 11% na desnutrição.
Sendo assim a avaliação nutricional deve ser realizada o mais precocemente possível com a finalidade de determinar o diagnóstico nutricional e avaliada a capacidade funcional por meio da dinamometria a fim de identificar a necessidade de terapia nutricional visto o impacto negativo da desnutrição sobre a qualidade de vida e na resposta ao tratamento do paciente oncológico. Ressalta-se ainda, a importância do uso de diferentes variáveis para firmar o diagnóstico nutricional de pacientes oncológicos, visando a avaliação conjunta daqueles e não parâmetros isolados que podem demonstrar resultados não condizentes com a realidade.
Conflitos de interesse:
Auxílios recebidos sob forma de bolsas de estudos: Bolsista do CNPQ (134792/2015-7).
não há
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REFERÊNCIAS
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Autor correspondente:
Publication History
Received: 03 April 2017
Accepted: 07 June 2017
Article published online:
07 March 2025
© 2017. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
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Rita Gonçalves de Souza, Tássia do Vale Cardoso Lopes, Solange Silveira Pereira, Luana Pádua Soares, Geórgia das Graças Pena. Avaliação do estado nutricional, consumo alimentar e capacidade funcional em pacientes oncológicos. Brazilian Journal of Oncology 2017; 13: e-1792185.
DOI: 10.1055/s-0044-1792185
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