Subscribe to RSS

DOI: 10.26790/BJO20181448A172
Tratamento fisioterapêutico no trismo radioinduzido após câncer de cabeça e pescoço: relato de caso
Physiotherapeutic treatment in radioinduced trismus after head and neck cancer: case reportRESUMO
Trismo é um dos efeitos colaterais mais comuns da radioterapia em regiäo de cabeça e pescoço e pode ser caracterizado por uma mobilidade reduzida da mandíbula, decorrente de fibrose na musculatura mastigatória. O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos do tratamento fisioterapêutico em um paciente com trismo radioinduzido. Foram realizadas 10 sessões de fisioterapia, sendo que o paciente foi avaliado antes e após a intervenção fisioterapêutica em relação às variàveis dor, amplitude de abertura bucal e qualidade de vida. O tratamento baseou-se em alongamentos, massoterapia, exercícios mandibulares ativos e ativo assistidos com auxílio de dispositivos terapêuticos, além da simulação do movimento de mascar goma. Após a intervenção notou-se uma melhora em relação à abertura bucal, dor e consequentemente da qualidade de vida do paciente. Os resultados encontrados nesta pesquisa sugerem a efetividade da fisioterapia no tratamento do trismo radioinduzido.
#
ABSTRACT
Trismus is one of the most common collateral effects of radiotherapy in the head and neck region and can be characterized by reduced mobility of the mandible due to fibrosis in the masticatory musculature. The objective of the present study was to verify the effects of the physiotherapeutic treatment in a patient with radio induced trismus. Ten sessions of physiotherapy were performed, and the patient was evaluated before and after the physiotherapeutic intervention in relation to pain variables, range of mouth opening and quality of life. The treatment was based on stretching, massage therapy, active and active mandibular exercises assisted with the aid of therapeutic devices, in addition to the simulation of chewing bubble gum movement. After the intervention, it was noticed an improvement in relation to the mouth opening, pain and consequently the quality of life of the patient. The results found in this research suggest the effectiveness of the physiotherapeutic treatment in the treatment of radioinduced trismus.
#
Descritores:
Neoplasias de cabeça e pescoço/radioterapia - Trismo - Fisioterapia - Qualidade de vidaKeywords:
Head and neck neoplasms/radiotherapy - Trismus - Physical therapy Modalities - Quality of lifeINTRODUÇÃO
O câncer de cabeça e pescoço (CCeP) compreende os tumores malignos que se manifestam na cavidade oral (lábios, língua, assoalho bucal e palato duro), faringe (orofaringe, hipofaringe e nasofaringe), laringe, porção cervical do esôfago, seios paranasais, glândulas salivares, tireoide, paratireoide e pele. Em relação às areas acometidas, 40% ocorrem na cavidade oral, 15% na faringe, 25% na laringe e o restante nas demais éreas.[(1)] A maioria dos casos de CCeP são do tipo carcinoma epidermoide.[(2)]
A nível mundial, o CCeP é considerado um problema de saúde pública[1],[3]. Além de representar altas taxas de incidência e prevalência, também é responsável por baixos indices de sobrevida.([3],[4])
O desenvolvimento do CCeP resulta de fatores ambientais e genéticos, tendo como principais fatores de risco o tabagismo, o etilismo e o papilomavirus humano (HPV). Além disso, é mais predominante no sexo masculino e na populaçâo idosa.[(2)]
Em função da sua localização anatômica, as neoplasias de cabeça e pescoço podem desencadear alterações importantes em relação à alimentação, comunicação e convívio social dos pacientes e consequentemente transtornos psicológicos e alterações nas atividades diarias e qualidade de vida.([1],[3],[4])
Embora existam progressos nas terapias oncoló-gicas, o tratamento para neoplasias ainda é fundamentado em cirurgia (CR), radioterapia (RT) e quimioterapia (QT), podendo estas serem utilizadas de forma associada ou isoladamente.([1],[3],[5])
A RT, por sua vez, prejudica o sistema estomatog-nático de maneira bastante significativa. Os danos dos raios ionizantes acometem a mucosa oral, as glândulas salivares, os ossos maxilares, a articulação temporomandibular (ATM), a dentiçâo e a musculatura mastigatöria e acessória da cabeça e pescoço. ([3]) Além disso, a RT pode causar efeitos adversos como a dermatite, mucosite, disgeusia, xerostomia, osteorradionecrose, caries de radiaçâo e trismo.[(5)]
O termo trismo é geralmente descrito como uma contração dos músculos mastigatórios, que incluem masseter, temporal ou pterigoideos que tem por consequência uma diminuição da abertura bucal.[(3)] O trismo radioinduzido, é proveniente da fibrose dos músculos mastigatórios, quando estes estão inclusos na área irradiada e sua incidência varia entre 38% e 42%.[(6)] Pacientes com câncer de nasofaringe representam o maior nümero de casos devido à região irradiada. O surgimento de trismo esta asso-ciado ao campo irradiado e a dose de RT aplicada. Além disso, condições como irradiação prévia e traumas articulares anteriores também são consideraveis. Surge de maneira lenta e insidiosa, sendo que os sintomas podem se manifestar durante o tratamento radioterápico, ou mais comumente após, podendo persistir por toda a vida.[(3)] A ocorrência deste sintoma prejudica significativamente a qualidade de vida do paciente, influenciando de maneira negativa nas suas atividades de vida diarias como morder, mastigar, falar e rir.[(6)]
O tratamento do trismo decorrente de condições oncológicas é mais complexo, apresentando uma eficácia menor do que em pacientes que possuem trismo por outras circunstâncias. Por conta disto, é fundamental o tratamento precoce, visando melhores resultados.[(3)] Frequentemente são prescritas terapias de exercicios que podem ter carater tanto curativo, quanto preventivo. Em casos resistentes ao tratamento conservador, podem ser realizados procedimentos cirúrgicos que diminuem a altura da mandíbula, visando uma maior abertura bucal.[(6)]
O papel da fisioterapia nas disfunções causadas pelo CCeP é evitar a perda da funcionalidade, diminuir a dor oncolögica, minimizando assim possíveis deformidades e motivando o paciente a continuar com o tratamento.[(1)] Em relação ao trismo, a fisioterapia exerce uma função essencial atuando através de técnicas de cinesioterapia, com o intuito de promover a funcionalidade e a coordenação articular através de movimentos ativos e passivos, alongamentos, fortalecimento e propriocepção; de massoterapia, visando a liberação de fibras musculares e pontos de tensão, diminuindo a dor e proporcionando melhora da circulação sanguínea com movimentos lentos de toque, deslizamento e rotação; e da eletrotermofototerapia, a fim de promover uma melhora do relaxamento muscular e da circulação sanguínea, redução da rigidez articular e analgesia.[(3)]
O trismo decorrente de tratamentos oncológicos em pacientes com CCeP necessita de uma maior abordagem metodológica.[(3)] Diante do exposto, faz-se importante a pesquisa acerca do tema, principalmente no que diz respeito à população oncológica, que compreende caracteristicas peculiares à doença. O objetivo do presente estudo é verificar os efeitos do tratamento fisioterapêutico em um paciente com trismo radioinduzido. O estudo é do tipo relato de caso devido à dificuldade de se obter um numero amostral maior que se enquadrasse nos critérios solicitados.
#
DESCRICÃO DO CASO
O paciente foi rastreado através do sistema do Instituto do Căncer (INCAN) do Hospital Pompéia e após foi contatado e convidado, via telefone, a participar de uma avaliação fisioterapêutica (APÊNDICE A). O sujeito foi informado sobre os objetivos do estudo e assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), concordando em fazer parte da pesquisa.
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves conforme o parecer número 2.233.251 e pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Pompéia, conforme parecer número 2.289.524.
Paciente, sexo masculino, 64 anos de idade, ex-ta-bagista e ex-etilista, aposentado, institucionalizado, com diagnóstico de carcinoma epidermóide de base de lingua. Em relação ao estadiamento do tumor do sistema de Classificação de Tumores Malignos (TNM), classifica-se como T3N2bM0, onde T3 = tumor com mais de 4 cm em sua maior dimensão; N2b = metástase em linfonodos homolaterais múltiplos, nenhum deles com mais de 6 cm em sua maior dimensão; M0 = ausência de metástase à distância. Realizou CR de pelviglossomandibulectomia em outubro de 2016, onde fez uso de sonda nasogâstrica (SNG) por um dia e sonda nasoenteral (SNE) por 21 dias. Como forma de tratamento, realizou RT por um período de 1 mês e 16 dias, totalizando 33 frações, com dose de 66 Gray (Gy), modalidade teleterapia 3D, em campo de regiâo cervical. Como complicações do tratamento radioterapêutico apresentou xerostomia, mucosite grau II, dermatite grau I, hipogeusia, fibrose e trismo.
Para a avaliação, foram coletados dados do prontuário do paciente, bem como entrevista com o mesmo. A avaliação foi realizada 6 meses após o término da RT. O paciente foi avaliado em relação às variáveis dor, através da Escala Visual Analógica (EVA), qualidade de vida através do Questionério de Qualidade de Vida da Universidade de Washington[(7)] (Anexo 1) e medida de abertura bucal méxima através de um paquímetro analógico da marca Mister®. Para avaliação da abertura bucal foi solicitado ao paciente que se posicionasse sentado, com os ombros relaxados e a cabeça na linha média, e realizasse a abertura máxima da boca, repetindo o processo por três vezes para que fosse calculada a média de amplitude de movimento final. O paquímetro foi posicionado no incisivo central inferior esquerdo e no rebordo gengival superior, considerando que o paciente possuía o arco superior edêntulo.
Os atendimentos foram realizados na instituição de longa permanência em que o sujeito reside, devido a indisponibilidade de deslocamento até o Instituto do Câncer (INCAN) do Hospital Pompéia, com duração de 50 minutos, totalizando 10 sessões, no período de setembro e outubro de 2017.
O tratamento fisioterapêutico baseou-se em alongamentos passivos dos musculos esternocleidomastoideo, trapézio superior, extensores suboccipitais, escalenos anterior, médio e posteriores, masseteres, pterogoideos laterais e mediais, digástricos e parte superior dos músculos temporais, técnicas de massoterapia, exercícios mandibulares ativos de abertura e fechamento, lateralização direita e esquerda e protrusão e retração, e ativo assistidos com o auxílio de depressores de língua ([Figura 1]) e Pat-Bite ([Figuras 2] e [3]). Além disso, foi indicado ao paciente que simulasse o movimento de mascar goma por 15 minutos diariamente, uma vez que o mesmo não possuia os dentes superiores, impossibilitando a mastigação da mesma.






Na avaliação pré-intervenção o paciente apresentou como queixa principal dor para mastigar alimentos sólidos e limitação de ADM para bocejar. Em relação a EVA, o paciente apresentou dor grau 4, referindo como local o lado direito do pescoço. Sobre a qualidade de vida, manifestou inicialmente uma pontuação de 75 pontos no quesito dor e classificou sua qualidade de vida geral nos últimos sete dias como média, conforme o Questionário da Universidade de Washington. No tocante a amplitude de abertura bucal, apresentou na primeira avaliação uma média de 30,06 milímetros (mm). No que se refere a introdução de depressores de língua, no primeiro atendimento o paciente suportou a introdução de 15 palitos.
Ja na avaliação pós-intervenção, o paciente ainda apresentava como queixa principal a dor para mastigar alimentos sölidos e passou para dor grau 0 em relação a EVA ([Figura 4]). No questionario de qualidade de vida, aumentou a pontuação para 100 no quesito dor e classificou sua qualidade de vida geral nos últimos sete dias como boa ([Figura 5]). No que se refere a amplitude de abertura bucal, apresentou na reavaliação uma média de 40,16mm ([Figura 6]), além de aumentar o numero de depressores de língua para 19 palitos. Os resultados relacionados a abertura bucal, dor e qualidade de vida são apresentados na [tabela 1].






Para as análises foram consideradas as avaliações iniciais e finais, bem como o percentual de melhora nas variáveis avaliadas. Por se tratar de um relato de caso, a analise dos dados foi descritiva, tendo em vista a impossibilidade de se realizarem análises estatísticas.
#
DISCUSSÃO
Em relação às variáveis sócio demográficas, os resultados do presente estudo vão ao encontro da literatura já existente, que descreve uma maior incidência de CCeP entre o sexo masculino, com predominância em indivíduos entre a sexta e sétima década de vida.[(8)] Hábitos sociais como consumo de álcool e tabagismo também foram encontrados nesta pesquisa. O paciente do estudo declarou-se como ex-etilista e ex-tabagista, entretanto, foi tabagista e etilista por 34 anos, o que intensifica o fumo e o álcool como um importante fator de risco para CCeP, já evidenciado na literatura.[(9)]
No que se refere ao tipo de tumor, a literatura[9] traz que o tipo histológico mais comum é o carcinoma de células escamosas, o mesmo tipo de câncer do paciente em estudo. Além disso, num estudo realizado por Caetano et al.[(8)], com 32 pacientes, onde 7 apresentaram trismo, a localização mais afetada pelos tumores foi a língua, o que também se iguala ao caso do paciente em pauta.
Um estudo de Bragante et al.,[(10)] demonstrou não haver diferenças estatisticamente significativas entre a variação da medida de abertura bucal e os estádios do tumor. Esse dado entra em conflito com os achados de Gonçalves [(11)], que encontrou diferenças estatisticamente significativas sobre a associação do estadiamento tumoral e da abertura bucal, mostrando que pacientes com tumores em estádios avançados (T3/T4) apresentaram maiores índices de trismo. O paciente em estudo apresentou estádio T3 em relação à dimensão tumoral, o que corrobora com o estudo de Gonçalves.[(11)]
O tratamento radioterapêutico é considerado uma das terapêuticas com melhor êxito na recuperação do CCeP, onde muitos pacientes são expostos a altas doses de RT. Deve ser realizada em um intervalo de tempo que possibilite a restauração dos tecidos entre uma sessão e outra, o que possibilita a recessão das células para as fases radiossensíveis do ciclo celular e que promova a reoxigenação das células tumorais que persistem durante o tratamento. A RT deve ser empregada durante um curto período de tempo, de forma a evitar metástases tumorais.[(12)]
A grande maioria dos pacientes submetidos à RT curativa de CCeP recebe uma dose total entre 50 e 70 Gy.([10],[11]) De acordo com Nagaraja et al.[(13)], uma dose maior que 55 Gy para os músculos da mastigação está relacionada com uma incidência de trismo de 47%. O tratamento radioterapêutico realizado pelo sujeito da pesquisa está em conformidade com os estudos, uma vez que foi realizado em um período curto de tempo, totalizando 33 frações, com uma dose total de 66 Gy.
O avanço tecnológico no tratamento radioterapêutico tem aumentado a sobrevida dos pacientes com tumores, evidenciando a importância de se levar em consideração o impacto da RT sobre aspectos funcionais e estéticos. Entre os sintomas estão a mucosite, dermatite, xerostomia, hipogeusia, osteorradionecrose, fibrose e trismo.[(10)]
O paciente em questão, comprova os efeitos da RT supracitados, tendo em vista que desenvolveu todos os estes sintomas após o tratamento, exceto a osteorradionecrose.
O termo trismo é definido por uma limitação dos movimentos mandibulares, causada por fibrose nos músculos temporais, masseter e pterigoideo medial, quando estes estão no campo de radiação.[(13)] Os valores de referência utilizados para determinar a presença de trismo são contraditórios na literatura. Alguns estudos([11],[13],[14]) consideram como trismo valores de abertura bucal <35mm. Já Bragante[(15)] refere que valores de abertura bucal <40-45mm independente da condição dentária também são aceitáveis.
O critério para presença de trismo considerado nesta pesquisa não ponderou diferenças entre pacientes dentados e não dentados, usando como parâmetro valores <35mm para determinação do sintoma.
O paciente estudado, apresentou na primeira avaliação uma média de abertura bucal de 30,06mm, aumentando este valor para 40,16mm na avaliação pós-intervenção fisioterapêutica. Para a mensuração da amplitude de abertura bucal, o paquímetro foi posicionado no incisivo central inferior esquerdo e no rebordo gengival superior, conforme estudo já realizado.[(8)] Considerando os valores descritos na literatura,([11],[13],[14]) pode-se dizer que o paciente atingiu valores de normalidade para abertura bucal.
Para Bragante et al.[(10)] existem divergências aceitáveis em relação ao tempo de surgimento do trismo, sugerindo que o sintoma pode manifestar-se durante o tratamento radioterapêutico, sendo os pacientes submetidos a baixas ou altas doses de irradiação ou meses após o término da terapia. Em pesquisa realizada por Pauli et al.,[(14)] verificou-se que a incidência mais alta de trismo foi encontrada seis meses após o tratamento.
Apesar de pouco evidenciada na literatura, a fisioterapia é considerada a base para o tratamento e prevenção do trismo radioinduzido, incluindo técnicas de massoterapia, alongamentos ativos e passivos, além do uso de dispositivos terapêuticos, atuando na liberação de aderências, recuperando os movimentos por meio de uma maior abertura bucal. A fisioterapia atua com o propósito de prevenir e restaurar contraturas musculares, restaurar a mobilidade e a coordenação e recompor a ADM de mandíbula, pescoço e cintura escapular.[(15)]
Quando não relacionado à oncologia, o trismo é tratado através de técnicas que incluem movimentos ativos, alongamentos passivos, contração e relaxamento, distração temporomandibular, massagem intra e extra oral, eletroterapia e termoterapia. Entretanto, ao se tratar de pacientes oncológicos, alguns destes recursos não são cabíveis ao tratamento. A eletroterapia e o calor superficial, por exemplo, são recursos contraindicados em tecidos com sensibilidade e suplemento sanguíneo inapropriados, como os tecidos irradiados, visto que podem causar isquemia e necrose[15]. Em contrapartida, Dias et al.,[(12)] afirma que a aplicação de Estimulação
Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) pode ser utilizada com o intuito de aliviar a dor. Segundo este mesmo autor, para redução de quadro álgico, o TENS deve ser aplicado em baixa frequência, sendo capaz de liberar endorfinas e atuar no sistema da via dolorosa, permitindo desta forma que o paciente tenha mais facilidade na execução dos movimentos.
O tratamento do presente estudo, baseou-se em técnicas já prescritas anteriormente na literatura,([12],[15]) sendo realizados alongamentos passivos e exercícios mandibulares ativos. Além disso, foram utilizados dispositivos terapêuticos como os depressores de língua e o Pat-Bite, que estão entre as ferramentas terapêuticas mais citadas na literatura.[(15)] A escolha de não utilizar o recurso da eletroterapia no paciente em relato, baseou-se nas considerações feitas no estudo de Bragante.[(15)]
Outros recursos ainda podem ser utilizados concomitantes ao tratamento fisioterapêutico, como o uso de goma de mascar e cones de borracha.[(15)] Por se tratar de um paciente não dentado, impossibilitando o uso da goma de mascar, o presente tratamento optou por realizar a simulação dos movimentos de mascar goma durante 15 minutos diariamente.
Sobre o uso de depressores de língua para tratamento do trismo, o paciente em estudo suportou a introdução de 4 unidades entre o início e o término do tratamento, totalizando 19 palitos, evidenciando uma melhora em sua abertura bucal. O mesmo fato ocorreu em estudo feito por Dias et al.,[(12)] que em seu relato de caso, apresentou um aumento de 3 unidades entre a primeira e a décima sessão de tratamento, concluindo com 8 palitos. A diferença entre o número de depressores é devido à gravidade dos casos.
Pacientes oncológicos desenvolvem constantemente significativa dor durante o curso da doença. Desta forma é relevante avaliar e mensurar esta condição. A EVA é uma escala unidimensional que avalia a intensidade dolorosa através de uma linha reta na qual o ponto inicial significa ausência de dor e o ponto final, dor máxima.[(11)] Na presente pesquisa, o paciente apresentou inicialmente dor grau 4, relatando a lateral direita do pescoço como local. Após intervenção fisioterapêutica, reduziu este grau para 0. Estes resultados diferem dos encontrados no relato de caso de Dias et al.,[(12)] onde a paciente apresentava grau 0 de dor na avaliação pré-intervenção, porém sua dor aumentava para 8 durante a execução dos exercícios fisioterapêuticos, reduzindo para 4 após o uso do TENS.
O paciente de que se fala, apresentou dor moderada conforme a classificação da EVA, o que reforça os resultados encontrados por Gonçalves,[(11)] onde a maioria dos pacientes estudados apresentaram dor com a mesma classificação.
A restrição de abertura bucal dificulta atividades de vida diária como higiene oral, fala, mastigação e digestão dos alimentos, além de mudar a aparência facial e induzir a depressão e ansiedade, afetando consideravelmente a qualidade de vida do paciente.[(14)] Uma forma de avaliar este impacto é através do questionário da Universidade de Washington,[(7)] que é considerado um dos questionários mais sucintos, de fácil compreensão e rápida aplicação.[(11)] No presente estudo, o paciente apresentou uma melhora na pontuação do questionário, especificamente na categoria dor, além de modificar a classificação de qualidade de vida geral de média para boa. Entretanto, no estudo de Gonçalves,[(11)] os pacientes apresentaram melhora nos escores de diversas categorias, e não somente no critério dor.
Através do tratamento fisioterapêutico proposto percebe-se na prática do atendimento ao paciente com trismo radioinduzido, ainda que em forma de relato de caso, um importante ganho de mobilidade mandibular, diminuição de dor e melhora da qualidade de vida. Apesar dos benefícios expostos nesta pesquisa, faz-se necessário novas estudos com amostragens maiores.
#
Questionário de Qualidade de Vida da Universidade de Washington
Este questionário pergunta sobre sua saúde e qualidade de vida durante os últimos sete dias. Por favor, responda a todas as questões marcando uma alternativa para cada questão.
1. Dor (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Eu não tenho dor
75[ ] Há dor leve não necessitando de medicação
50[ ] Eu tenho dor moderada, requerendo uso de medicação regularmente
25[ ] Eu tenho dor severa controlada somente com medicamentos controlados 0[ ] Eu tenho dor severa, não controlada por medicação
2. Aparência (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Não há mudança na minha aparência
75[ ] A mudança na minha aparência é mínima
50[ ] Minha aparência me incomoda, mas eu permaneço ativo
25[ ] Eu me sinto desfigurado significativamente e limito minhas atividades devido a minha aparência
0[ ] Eu não posso estar com outras pessoas devido a minha aparência
3. Atividade (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Eu estou tão ativo quanto sempre estive
75[ ] Existem vezes em que não posso manter meu ritmo antigo, mas não frequentemente
50[ ] Eu estou frequentemente cansado e tenho diminuído minhas atividades embora eu ainda saia de casa
25[ ] Eu não saio de casa porque eu não tenho força
0[ ] Eu geralmente fico na cama ou na cadeira e não saio de casa
4. Recreação (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Não há limitações para recreação em casa ou fora de casa
75[ ] Há poucas coisas que eu não posso fazer, mas eu ainda saio de casa para me divertir
50[ ] Há muitas vezes que eu gostaria de sair de casa, mas eu não estou bem para isso
25[ ] Há limitação severa para o que eu posso fazer, geralmente eu fico em casa e assisto TV
0[ ] Eu não posso fazer nada agradável
5. Deglutição (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Eu posso engolir tão bem como sempre
67[ ] Eu não posso engolir algumas comidas sólidas
33[ ] Eu posso engolir somente comidas líquidas
0[ ] Eu não posso engolir porque desce errado e me sufoca
6. Mastigação (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Eu posso mastigar tão bem como sempre
50[ ] Eu posso comer alimentos sólidos leves mas não consigo mastigar algumas comidas
0[ ] Eu não posso mastigar nem mesmo alimentos leves
7. Fala (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Minha fala é a mesma de sempre
67[ ] Eu tenho dificuldade para dizer algumas palavras mas eu posso ser entendimento mesmo ao telefone
33[ ] Somente minha família e amigos podem me entender
0[ ] Eu não sou entendido pelos outros
8. Ombro (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Eu não tenho problemas com meu ombro
67[ ] Meu ombro é endurecido, mas isto não afeta minha atividade ou força
33[ ] Dor ou fraqueza em meu ombro me fizeram mudar meu trabalho
0[ ] Eu não posso trabalhar devido problemas com meu ombro
9. Paladar (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Eu sinto sabor da comida normalmente
67[ ] Eu sinto o sabor da maioria das comidas normalmente
33[ ] Eu posso sentir o sabor de algumas comidas
0[ ] Eu não sinto o sabor de nenhuma comida
10. Saliva (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Minha saliva é de consistência normal
67[ ] Eu tenho menos saliva do que o normal, mas ainda é o suficiente
33[ ] Eu tenho muito pouca saliva
0[ ] Eu não tenho saliva
11. Humor (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Meu humor é excelente e não foi afetado por causa do meu câncer
75[ ] Meu humor é geralmente bom e é somente afetado por causa do meu câncer ocasionalmente
50[ ] Eu não estou nem com bom humor nem deprimido por causa do meu câncer
25[ ] Eu estou um pouco deprimido por causa do meu câncer
0[ ] Eu estou extremamente deprimido por causa do meu câncer
12. Ansiedade (marque uma alternativa [ ])
100[ ] Eu não estou ansioso por causa do meu câncer
67[ ] Eu estou um pouco ansioso por causa do meu câncer
33[ ] Eu estou ansioso por causa do meu câncer
0[ ] Eu estou muito ansioso por causa do meu câncer
Quais problemas tem sido os mais importantes para você durante os últimos 7 dias? Marque [ ] em até 3 alternativas
[ ] Dor |
[ ] Deglutição |
[ ] Paladar |
[ ] Aparência |
[ ] Mastigação |
[ ] Saliva |
[ ] Atividade |
[ ] Fala |
[ ] Humor |
[ ] Recreação |
[ ] Ombro |
[ ] Ansiedade |
Questões Gerais
Comparando com o mês antes de você desenvolver o câncer, como você classificaria sua qualidade de vida relacionada à saúde: (marque uma alternativa: [ ])
[ ] Muito melhor
[ ] Um pouco melhor
[ ] Mais ou menos o mesmo
[ ] Um pouco pior
[ ] Muito pior
Em geral, você poderia dizer que sua qualidade de vida relacionada à saúde nos últimos 7 dias tem sido: (marque uma alternativa: [ ])
[ ] Excelente
[ ] Muito boa
[ ] Boa
[ ] Média
[ ] Ruim
[ ] Muito ruim
De um modo geral a qualidade de vida inclui não somente saúde física e mental, mas também muitos outros fatores, tais como família, amigos, espiritualidade, atividades de lazer pessoal que são importantes para sua satisfação com a vida. Considerando tudo em sua vida que contribui para seu bem-estar pessoal, classifique a sua qualidade de vida em geral durante os últimos 7 dias. (marque uma alternativa: [ ])
[ ] Excelente
[ ] Muito boa
[ ] Boa
[ ] Média
[ ] Ruim
[ ] Muito ruim
Por favor, descreva quaisquer outros problemas (médicos ou não médicos) que são importantes para a sua qualidade de vida e que não tenham sido adequadamente mencionado pelas nossas perguntas:
Instruções para o uso da versão validade em Português do Questionário de qualidade de vida da Universidade de Washington: - Preferencialmente, o questionário deve ser preenchido pelo paciente, na eventualidade do paciente não ser capaz de responder (nível sócio cultural), um profissional da saúde treinado pode aplicar o questionário. Não é aconselhável que um médico aplique o mesmo no paciente. - O questionário entregue ao paciente não devem constar os números referentes ao escore, somente o espaço para assinalar a resposta do paciente. O escore total de qualidade de vida é obtido pela soma de todos os valores correspondentes à resposta do paciente.
#
Conflict of Interests
não há
-
REFERÊNCIAS
- 1 Shimoya-Bittencourt W, da Silva AE, Alencar DD, De Arruda TR, Leite CA, Salício MA. Alterações funcionais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e a atuação da fisioterapia nestas disfunções: estudo de revisão. Alterações funcionais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e a atuação da fisioterapia nestas disfunções: estudo de revisão 2016; 18 (02) 129-33
- 2 Gonçalves AN. A eficácia multidimensional da reabilitação vocal em pacientes tratados com radioterapia devido ao câncer avançado de cabeça e pescoço [Internet]. São Paulo: Fundação Antônio Prudente; 2014. [citado 2017 Junho 10], Disponível em http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-756696
- 3 Melo AU, Ribeiro CF, Sobrinho JR, Calasans FJ, Nascimento MJ, Carvalho FL. Trismo decorrente da radioterapia em cabeça e pescoço - abordagem fisioterápica. Trismo decorrente da radioterapia em cabeça e pescoço - abordagem fisioterápica 2015; 7 (01) 37-44
- 4 Boing AF, Antunes JL. Condições socioeconômicas e câncer de cabeça e pescoço: uma revisão sistemática da literatura. Condições socioeconômicas e câncer de cabeça e pescoço: uma revisão sistemática da literatura 2011; 16 (02) 615-22
- 5 Sari J, Nasiloski KS, Gomes AP. Oral complications in patients receiving head and neck radiation therapy: a literature review. Oral complications in patients receiving head and neck radiation therapy: a literature review 2014; 62 (04) 395-400
- 6 Kamstra JI, van Leeuwen M, Roodenburg JL, Dijkstra PU. Exercise therapy for trismus secondary to head and neck cancer: A sistematic review. Exercise therapy for trismus secondary to head and neck cancer: A sistematic review 2017; 39 (01) 160-9
- 7 Vartanian JG, Carvalho AL, Yueh B, Furia CLB, Toyota J, McDowell JA. et al. Brazilian-Portuguese validation of the University of Washington Quality of Life Questionnaire for patients with head and neck cancer. Head Neck 2006; 28 (12) 1115-21
- 8 Caetano RD, Castro PG, Castro PH, Borba AM, Borges AH, Volpato LE. Limitation of mouth opening after radiotherapy for head and neck. Limitation of mouth opening after radiotherapy for head and neck 2016; 64 (01) 24-9
- 9 Bragante KC, Wienandts P, Mozzini C, Pinto R, Motta ND, Jotz G. Jaw mobility changes in patients with upper aerodigestive tract cancer undergoing radition therapy. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2015; 20 (06) e693-8
- 10 Bragante KC, Nascimento DM, Motta NW. Avaliação dos efeitos agudos da radioterapia sobre os movimentos mandibulares de pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Avaliação dos efeitos agudos da radioterapia sobre os movimentos mandibulares de pacientes com câncer de cabeça e pescoço 2011; 16 (02) 141-7
- 11 Gonçalves M. Prevalência e caracterização do trismo em pacientes tratados por câncer de cabeça e pescoço [Internet]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2014. [citado 2017 Jun 10]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-08122014-152458/pt-br.php
- 12 Dias M, Souza SG, Justina LB. Tratamento fisioterapêutico em paciente com trismo pós-radioterapia. Tratamento fisioterapêutico em paciente com trismo pós-radioterapia 2015; 7 (02) 6-10
- 13 Nagaraja S, Kadam AS, Selvaraj K, Ahmed I, Javarappa R. Trismus in head and neck cancer patients treated by telecobalt and effect of early rehabilitation measures. Trismus in head and neck cancer patients treated by telecobalt and effect of early rehabilitation measures 2016; 12 (02) 685-8
- 14 Pauli N, Johnson J, Finizia C, Andréll P. The incidence of trismus and long-therm impacto on health-related quality of life in patients with head and neck cancer. The incidence of trismus and long-therm impacto on health-related quality of life in patients with head and neck cancer 2013; 52 (06) 1137-45
- 15 Bragante KC. Fisioterapia profilática ao desenvolvimento do trismo radioinduzido em pacientes com câncer de cabeça e pescoço [Internet]. Porto Alegre: Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; 2015. [citado 2017 Jun 10]. Disponível em: https://repositorio.ufcspa.edu.br/jspui/handle/123456789/160
Correspondence author:
Publication History
Received: 13 December 2017
Accepted: 26 March 2018
Article published online:
07 March 2025
© 2018. The Author(s). This is an open access article published by Thieme under the terms of the Creative Commons Attribution 4.0 International License, permitting copying and reproduction so long as the original work is given appropriate credit (https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)
Thieme Revinter Publicações Ltda.
Rua do Matoso 170, Rio de Janeiro, RJ, CEP 20270-135, Brazil
Tatiana Henz, Maristela Zavaris, Stefânia Broilo Búrigo, Vanessa Ribas Massia Ferranti. Tratamento fisioterapêutico no trismo radioinduzido após câncer de cabeça e pescoço: relato de caso. Brazilian Journal of Oncology 2018; 14: e-20181448A172.
DOI: 10.26790/BJO20181448A172
-
REFERÊNCIAS
- 1 Shimoya-Bittencourt W, da Silva AE, Alencar DD, De Arruda TR, Leite CA, Salício MA. Alterações funcionais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e a atuação da fisioterapia nestas disfunções: estudo de revisão. Alterações funcionais em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e a atuação da fisioterapia nestas disfunções: estudo de revisão 2016; 18 (02) 129-33
- 2 Gonçalves AN. A eficácia multidimensional da reabilitação vocal em pacientes tratados com radioterapia devido ao câncer avançado de cabeça e pescoço [Internet]. São Paulo: Fundação Antônio Prudente; 2014. [citado 2017 Junho 10], Disponível em http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-756696
- 3 Melo AU, Ribeiro CF, Sobrinho JR, Calasans FJ, Nascimento MJ, Carvalho FL. Trismo decorrente da radioterapia em cabeça e pescoço - abordagem fisioterápica. Trismo decorrente da radioterapia em cabeça e pescoço - abordagem fisioterápica 2015; 7 (01) 37-44
- 4 Boing AF, Antunes JL. Condições socioeconômicas e câncer de cabeça e pescoço: uma revisão sistemática da literatura. Condições socioeconômicas e câncer de cabeça e pescoço: uma revisão sistemática da literatura 2011; 16 (02) 615-22
- 5 Sari J, Nasiloski KS, Gomes AP. Oral complications in patients receiving head and neck radiation therapy: a literature review. Oral complications in patients receiving head and neck radiation therapy: a literature review 2014; 62 (04) 395-400
- 6 Kamstra JI, van Leeuwen M, Roodenburg JL, Dijkstra PU. Exercise therapy for trismus secondary to head and neck cancer: A sistematic review. Exercise therapy for trismus secondary to head and neck cancer: A sistematic review 2017; 39 (01) 160-9
- 7 Vartanian JG, Carvalho AL, Yueh B, Furia CLB, Toyota J, McDowell JA. et al. Brazilian-Portuguese validation of the University of Washington Quality of Life Questionnaire for patients with head and neck cancer. Head Neck 2006; 28 (12) 1115-21
- 8 Caetano RD, Castro PG, Castro PH, Borba AM, Borges AH, Volpato LE. Limitation of mouth opening after radiotherapy for head and neck. Limitation of mouth opening after radiotherapy for head and neck 2016; 64 (01) 24-9
- 9 Bragante KC, Wienandts P, Mozzini C, Pinto R, Motta ND, Jotz G. Jaw mobility changes in patients with upper aerodigestive tract cancer undergoing radition therapy. Med Oral Patol Oral Cir Bucal 2015; 20 (06) e693-8
- 10 Bragante KC, Nascimento DM, Motta NW. Avaliação dos efeitos agudos da radioterapia sobre os movimentos mandibulares de pacientes com câncer de cabeça e pescoço. Avaliação dos efeitos agudos da radioterapia sobre os movimentos mandibulares de pacientes com câncer de cabeça e pescoço 2011; 16 (02) 141-7
- 11 Gonçalves M. Prevalência e caracterização do trismo em pacientes tratados por câncer de cabeça e pescoço [Internet]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 2014. [citado 2017 Jun 10]. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-08122014-152458/pt-br.php
- 12 Dias M, Souza SG, Justina LB. Tratamento fisioterapêutico em paciente com trismo pós-radioterapia. Tratamento fisioterapêutico em paciente com trismo pós-radioterapia 2015; 7 (02) 6-10
- 13 Nagaraja S, Kadam AS, Selvaraj K, Ahmed I, Javarappa R. Trismus in head and neck cancer patients treated by telecobalt and effect of early rehabilitation measures. Trismus in head and neck cancer patients treated by telecobalt and effect of early rehabilitation measures 2016; 12 (02) 685-8
- 14 Pauli N, Johnson J, Finizia C, Andréll P. The incidence of trismus and long-therm impacto on health-related quality of life in patients with head and neck cancer. The incidence of trismus and long-therm impacto on health-related quality of life in patients with head and neck cancer 2013; 52 (06) 1137-45
- 15 Bragante KC. Fisioterapia profilática ao desenvolvimento do trismo radioinduzido em pacientes com câncer de cabeça e pescoço [Internet]. Porto Alegre: Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre; 2015. [citado 2017 Jun 10]. Disponível em: https://repositorio.ufcspa.edu.br/jspui/handle/123456789/160

















