CC BY-NC-ND 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2021; 56(05): 647-655
DOI: 10.1055/s-0041-1731657
Artigo de Atualização
Quadril

Tromboembolismo na artroplastia: Adesão à profilaxia[*]

Article in several languages: português | English
1   Setor de Farmácia, Unidade de Farmácia Clínica, Hospital Universitário, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil
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1   Setor de Farmácia, Unidade de Farmácia Clínica, Hospital Universitário, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil
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2   Disciplinas de Farmácia Hospitalar e Farmacologia Clínica, Departamento de Farmácia, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil
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3   Programa de Pós-graduação em Ciências Médicas, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
› Author Affiliations

Resumo

Objetivo Identificar o perfil de adesão à profilaxia medicamentosa de tromboembolismo em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas de artroplastia de joelho ou de quadril em hospital público.

Métodos Estudo de coorte prospectivo, realizado no período de agosto de 2017 a setembro de 2018, com pacientes adultos que foram acompanhados desde a internação até o pós-operatório. Para medir a adesão, aplicou-se a Escala de Adesão Terapêutica de Morisky de oito itens. A quantificação do grau de adesão foi determinada segundo o resultado da soma de todas as respostas corretas: alta adesão (8 pontos), média adesão (6 a < 8 pontos), e baixa adesão (< 6 pontos). No presente estudo, foram divididos em altamente aderentes aqueles que tiveram alta adesão e parcialmente aderentes os pacientes que tiveram média ou baixa adesão.

Resultados A análise da adesão mostrou que 73,0% dos pacientes foram altamente aderentes, enquanto 27,0% foram parcialmente aderentes à tromboprofilaxia. O anticoagulante prescrito na alta hospitalar foi o rivaroxabana, inibidor direto do fator Xa. Obtiveram maior adesão os pacientes que não necessitaram de reforço na orientação sobre a profilaxia durante o acompanhamento e, por conseguinte, relataram boa e ótima aceitação à profilaxia, embora estivessem polimedicados durante a alta hospitalar.

Conclusão A análise dos dados obtidos permitiu concluir que os fatores que mais influenciaram na adesão foram os níveis de compreensão e aceitação dos pacientes quanto à profilaxia, a quantidade de medicamentos usada por dia pelo paciente, o custo do anticoagulante e o seu potencial em desenvolver reações adversas.

Suporte Financeiro

Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.


* Trabalho desenvolvido no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil




Publication History

Received: 10 March 2020

Accepted: 11 February 2021

Article published online:
20 September 2021

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