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DOI: 10.1055/s-0041-1731657
Tromboembolismo na artroplastia: Adesão à profilaxia[*]
Article in several languages: português | English- Resumo
- Introdução
- Métodos
- Coleta dos dados
- Relação das variáveis com a adesão
- Aspectos éticos
- Resultados
- Discussão
- Conclusão
- Referências
Resumo
Objetivo Identificar o perfil de adesão à profilaxia medicamentosa de tromboembolismo em pacientes submetidos a cirurgias ortopédicas de artroplastia de joelho ou de quadril em hospital público.
Métodos Estudo de coorte prospectivo, realizado no período de agosto de 2017 a setembro de 2018, com pacientes adultos que foram acompanhados desde a internação até o pós-operatório. Para medir a adesão, aplicou-se a Escala de Adesão Terapêutica de Morisky de oito itens. A quantificação do grau de adesão foi determinada segundo o resultado da soma de todas as respostas corretas: alta adesão (8 pontos), média adesão (6 a < 8 pontos), e baixa adesão (< 6 pontos). No presente estudo, foram divididos em altamente aderentes aqueles que tiveram alta adesão e parcialmente aderentes os pacientes que tiveram média ou baixa adesão.
Resultados A análise da adesão mostrou que 73,0% dos pacientes foram altamente aderentes, enquanto 27,0% foram parcialmente aderentes à tromboprofilaxia. O anticoagulante prescrito na alta hospitalar foi o rivaroxabana, inibidor direto do fator Xa. Obtiveram maior adesão os pacientes que não necessitaram de reforço na orientação sobre a profilaxia durante o acompanhamento e, por conseguinte, relataram boa e ótima aceitação à profilaxia, embora estivessem polimedicados durante a alta hospitalar.
Conclusão A análise dos dados obtidos permitiu concluir que os fatores que mais influenciaram na adesão foram os níveis de compreensão e aceitação dos pacientes quanto à profilaxia, a quantidade de medicamentos usada por dia pelo paciente, o custo do anticoagulante e o seu potencial em desenvolver reações adversas.
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Palavras-chave
aderência ao tratamento - anticoagulantes - artroplastia - profilaxia - tromboembolismoIntrodução
O tromboembolismo venoso (TEV) é o termo comumente empregado para designar a trombose venosa profunda (TVP) e o tromboembolismo pulmonar (TEP). Esses fenômenos estão relacionados com a tríade de Virchow: estase venosa, lesão endotelial e hipercoagulabilidade.[1]
A cirurgia ortopédica de artroplastia de quadril ou de joelho é considerada fator de risco muito alto para o desenvolvimento de TEV; como profilaxia, as Diretrizes Clínicas Baseadas em Evidência do American College of Chest Physicians (ACCP, na sigla em inglês) recomendam a utilização de métodos mecânicos associados aos farmacológicos.[2] [3] [4]
No entanto, para que a profilaxia de eventos tromboembólicos seja efetiva, torna-se essencial a adesão do paciente que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), corresponde ao grau em que o comportamento de uma pessoa se ajusta às recomendações acordadas com um profissional de saúde.[5] [6]
Os fatores que podem influenciar a adesão farmacológica estão agrupados em cinco categorias, a saber: relacionados ao paciente, ao sistema de saúde, à condição de saúde, à terapia e a fatores socioeconômicos. A influência variável e mesclada desses grupos exige abordagens diferenciadas a fim de garantir a adequação do paciente ao tratamento.[7] [8]
Desta forma, o presente estudo tem como objetivo identificar o perfil e os fatores relacionados à adesão da profilaxia medicamentosa de TEV por pacientes adultos após cirurgias eletivas de artroplastia de quadril ou joelho.
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Métodos
Critérios de inclusão
Pacientes com idade ≥ 18 anos que realizaram cirurgia de artroplastia de quadril ou de joelho e que tinham indicação para profilaxia farmacológica de TEV.
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Critérios de não inclusão
Pacientes nos quais foram observados desorientação ou dificuldade na compreensão dos objetivos do estudo, ou ainda, aqueles que não aceitaram participar da pesquisa.
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Critérios de exclusão
Pacientes que não compareceram às consultas de retorno no pós-operatório ou aqueles que necessitaram prolongar a internação e, consequentemente, fizeram a profilaxia estendida no hospital.
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Tipo de estudo e amostra
Realizou-se um estudo de coorte prospectivo no período de agosto de 2017 a setembro de 2018.
A amostra corresponde ao total de pacientes que fizeram cirurgia de artroplastia de quadril ou de joelho durante o período do estudo, totalizando 112 pacientes. No entanto, 15,2% (17) não participaram por atenderem aos critérios de não inclusão e 22,3% (25) foram excluídos. Portanto, foi acompanhado um total de 70 pacientes ([Figura 1]).
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Local
O estudo foi realizado em um hospital público federal de ensino. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do local onde foi realizada a pesquisa é de ∼ 1.014.837 habitantes (censo de 2010). É um município cuja renda per capita de 38,8% da população é de até ½ salário mínimo, enquanto o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,768.[9]
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Coleta dos dados
A abordagem ao paciente foi iniciada durante a internação e continuou no ambulatório de ortopedia até a conclusão da profilaxia. Foi feita a triagem diária de todos os internados para cirurgia de artroplastia de quadril ou de joelho através do relatório diário de cirurgias.
Ao primeiro contato, foram explicados os objetivos do estudo, o significado do TEV e seus riscos, além da importância da profilaxia no pós-operatório. Na alta hospitalar, os participantes receberam orientações sobre o uso dos medicamentos prescritos e seu primeiro retorno ao ambulatório, quando seria feita a entrevista. Esta, por sua vez, deu-se em um período de 15 dias após a alta, tempo médio 17.9 dias (desvio padrão [DP] = 5,8 dias).
Assim, foram coletados os seguintes dados:
-
a) Dados sócio-demográfico-econômicos: idade, gênero, cor da pele (autodeclarada), renda familiar, meio de deslocamento (transporte coletivo ou próprio), ocupação, estado civil, nível de escolaridade e composição familiar.
-
b) Dados clínicos: tipo de cirurgia (artroplastia de joelho ou quadril), complicações pós-operatórias, existência ou não de doenças crônicas e uso ou não de medicamentos de uso contínuo.
-
c) Dados sobre a adesão medicamentosa: foi utilizado um método indireto para medir a adesão, através da aplicação da Escala de Morisky de oito itens em uma versão em português da Morisky Medication Adherence Scale (MMAS – 8, na sigla em inglês), que foi traduzida e validada em um estudo brasileiro para avaliação da adesão ao uso de anti-hipertensivos.[10]
A Escala de Morisky é um questionário de autorrelato com oito perguntas de respostas fechadas de caráter dicotômico sim/não, das quais sete devem ser respondidas negativamente e apenas uma positivamente, com a última questão sendo respondida segundo uma escala de 5 opções.[11] A escala foi aplicada em dois momentos: no primeiro retorno ambulatorial após a alta hospitalar e poucos dias antes de finalizar o período previsto da profilaxia. No segundo momento, o questionário foi aplicado por telefone.
A quantificação do grau de adesão foi determinada segundo o resultado da soma de todas as respostas corretas: alta adesão (8 pontos), média adesão (6 a < 8 pontos) e baixa adesão (< 6 pontos).[11] No presente estudo, os pacientes foram divididos em altamente aderentes, aqueles que tiveram alta adesão, e parcialmente aderentes, os pacientes que tiveram média ou baixa adesão.
As diretrizes recomendam a administração da profilaxia farmacológica por um período mínimo de 10 a 14 dias para artroplastia total de joelho e artroplastia total de quadril, porém sugerem a continuação por até 35 dias após a cirurgia de quadril.[4] [12] [13]
Diferentemente da análise de adesão nas doenças crônicas, na qual o paciente é considerado aderente mesmo usando o medicamento 80% do tempo, os estudos de adesão à tromboprofilaxia em pós-cirurgia de artroplastia de quadril ou de joelho ratificam que o paciente é considerado não aderente quando deixa de usar o medicamento em pelo menos um dia durante o período da profilaxia.[5] [14]
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Relação das variáveis com a adesão
De acordo com os cinco grupos de fatores que podem influenciar a adesão,[6] a presente pesquisa relacionou variáveis inseridas nos seguintes conjuntos de fatores: socioeconômicos, condição de saúde e paciente.
Análise estatística
Os dados foram avaliados pelo programa NCSS 11 (v.2017, SGM Analysis, Kaysville, Utah, USA). As variáveis qualitativas foram apresentadas em tabelas com frequências absoluta e relativa, e as quantitativas em média e DP. A normalidade dos dados foi testada usando o teste de D'Agostinho-Pearson. Posteriormente, para se avaliar a associação das variáveis classificatórias com os dois níveis de adesão (altamente aderentes e parcialmente aderentes), fez-se o teste não paramétrico de qui-quadrado de independência (χ2). Para avaliar a correlação linear entre as variáveis numéricas, foi utilizada a Correlação não-paramétrica de Spearman. O nível de significância para se rejeitar a hipótese de nulidade foi de 5%, ou seja, considerou-se como estatisticamente significante um valor de p < 0,05.
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Aspectos éticos
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da instituição sob o número de aprovação 2.206.256.
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Resultados
O perfil dos pacientes quanto às variáveis sócio-demográfico-econômicas mostrou um predomínio do sexo feminino, da faixa etária > 60 anos, com idade média de 60,5 anos (DP = 16 anos), de uma renda média de 2 a 3 salários mínimos, de até 4 anos de estudo e aposentados ([Tabela 1]).
Variáveis |
Total |
Adesão |
valor-p |
||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
n = 70 |
Parcialmente Aderentes |
Altamente Aderentes |
|||||
n |
% |
n |
% |
n |
% |
||
Faixa etária (anos) |
|||||||
18 a 40 |
10 |
14,3 |
1 |
5,3 |
9 |
17,6 |
0,391 |
41 a 60 |
18 |
25,7 |
6 |
31,6 |
12 |
23,5 |
|
> 60 |
42 |
60,0 |
12 |
63,2 |
30 |
58,8 |
|
Gênero |
|||||||
Masculino |
23 |
32,9 |
3 |
15,8 |
20 |
39,2 |
0,063 |
Feminino |
47 |
67,1 |
16 |
84,2 |
31 |
60,8 |
|
Anos de estudo |
|||||||
0 a 4 |
31 |
44,3 |
10 |
52,6 |
21 |
41,2 |
0,627 |
5 a 8 |
19 |
27,1 |
5 |
26,3 |
14 |
27,5 |
|
> 8 |
20 |
28,6 |
4 |
21,1 |
16 |
31,4 |
|
Cor da pele (autodeclarada) |
|||||||
Branca |
13 |
18,6 |
3 |
15,8 |
10 |
19,6 |
0,862 |
Preta |
8 |
11,4 |
3 |
15,8 |
5 |
9,8 |
|
Parda |
47 |
67,1 |
13 |
68,4 |
34 |
66,7 |
|
Amarela |
1 |
1,4 |
0 |
0,0 |
1 |
2,0 |
|
Não soube informar |
1 |
1,4 |
0 |
0,0 |
1 |
2,0 |
|
Renda (salário mínimo) |
|||||||
até 1 |
30 |
42,9 |
8 |
42,1 |
22 |
43,1 |
0,981 |
2 a 3 |
32 |
45,7 |
9 |
47,4 |
23 |
45,1 |
|
> 3 |
8 |
11,4 |
2 |
10,5 |
6 |
11,8 |
|
Meio de transporte |
|||||||
Próprio |
26 |
37,1 |
7 |
36,8 |
19 |
37,3 |
0,820 |
Coletivo |
38 |
54,3 |
11 |
57,9 |
27 |
52,9 |
|
Outros |
6 |
8,6 |
1 |
5,3 |
5 |
9,8 |
|
Ocupação |
|||||||
Aposentada |
45 |
64,3 |
12 |
63,2 |
33 |
64,7 |
0,759 |
Exerce Ativ. Remunerada |
17 |
24,3 |
4 |
21,1 |
13 |
25,5 |
|
Exerce Ativ. Não Remunerada |
8 |
11,4 |
3 |
15,8 |
5 |
9,8 |
|
Situação conjugal |
|||||||
Vive com companheiro |
29 |
41,4 |
8 |
42,1 |
21 |
41,2 |
0,944 |
Vive sem companheiro |
41 |
58,6 |
11 |
57,9 |
30 |
58,8 |
|
Procedência |
|||||||
São Luís |
40 |
57,1 |
8 |
42,1 |
32 |
62,7 |
0,272 |
Interior |
28 |
40,0 |
10 |
52,6 |
18 |
35,3 |
|
Outro Estado |
2 |
2,9 |
1 |
5,3 |
1 |
2,0 |
|
Composição familiar |
|||||||
1 a 3 pessoas |
35 |
50,0 |
6 |
31,6 |
29 |
56,9 |
0,095 |
4 a 5 pessoas |
25 |
35,7 |
8 |
42,1 |
17 |
33,3 |
|
> 5 pessoas |
10 |
14,3 |
5 |
26,3 |
5 |
9,8 |
Houve predomínio de artroplastia de quadril (85,7%) e de pacientes que declararam serem portadores de algum tipo de comorbidade (65,7%). Entre as doenças crônicas relatadas, a hipertensão foi a mais citada (52,9%), seguida de diabetes e artrite (ambas as condições com 11,4%). Consequentemente, 70% dos pacientes faziam uso de ≥ 5 comprimidos por dia durante a alta ([Tabela 2]).
Variáveis |
Total |
Adesão |
valor-p |
||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
n = 70 |
Parcialmente Aderentes |
Altamente Aderentes |
|||||
n |
% |
n |
% |
n |
% |
||
Tipo de cirurgia |
|||||||
Artroplastia de quadril |
60 |
85,7 |
17 |
89,5 |
43 |
84,3 |
0,583 |
Artroplastia de joelho |
10 |
14,3 |
2 |
10,5 |
8 |
15,7 |
|
Complicações pós-operatórias |
|||||||
Não |
62 |
88,6 |
14 |
82,4 |
46 |
90,2 |
0,385 |
Sim |
8 |
11,4 |
3 |
17,6 |
5 |
9,8 |
|
Comorbidades (autodeclaradas) |
|||||||
Não |
24 |
34,3 |
9 |
47,4 |
15 |
29,4 |
0,159 |
Sim |
46 |
65,7 |
10 |
52,6 |
36 |
70,6 |
|
Quantidade de medicamentos usados por dia durante a alta |
|||||||
1 a 4 |
20 |
28,6 |
9 |
50,0 |
11 |
21,6 |
0,022[*] |
≥ 5 |
49 |
70,0 |
9 |
50,0 |
40 |
78,4 |
O anticoagulante prescrito para todos os pacientes na alta hospitalar foi o inibidor do fator Xa, rivaroxabana, o qual fora adquirido através das redes particulares de farmácia. Durante a internação, os pacientes receberam heparina não fracionada (84,3%), rivaroxabana (10%) e heparina de baixo peso molecular (HBPM) (5,7%).
De acordo com a Escala de Morisky aplicada, 73% (51) dos pacientes foram altamente aderentes à profilaxia (totalizando 8 pontos). Os pacientes classificados como parcialmente aderentes atingiram um nível de 27% (19) ([Tabela 3]).
Morisky |
n |
% |
---|---|---|
Você às vezes esquece de tomar seu medicamento? |
||
Não |
66 |
94,0 |
Sim |
4 |
6,0 |
Durante as últimas duas semanas, houve algum dia em que você não tomou seu medicamento? |
||
Não |
54 |
77,0 |
Sim |
16 |
23,0 |
Você já parou de tomar seu medicamento ou diminuiu a dose sem avisar seu médico porque se sentiu pior quando tomava? |
||
Não |
65 |
93,0 |
Sim |
5 |
7,0 |
Quando você viaja ou sai de casa, às vezes se esquece de levar seu medicamento? |
||
Não |
67 |
96,0 |
Sim |
3 |
4,0 |
Você tomou seu medicamento ontem? |
||
Não |
6 |
9,0 |
Sim |
64 |
91,0 |
Quando se sente bem, você às vezes para de tomar seu medicamento? |
||
Não |
68 |
97,0 |
Sim |
2 |
3,0 |
Você já se sentiu incomodado por seguir corretamente seu tratamento? |
||
Não |
68 |
97,0 |
Sim |
2 |
3,0 |
Com que frequência você tem dificuldades para se lembrar de tomar seus medicamentos? |
||
Nunca |
59 |
84,0 |
Quase nunca |
6 |
9,0 |
Às vezes |
5 |
7,0 |
Frequentemente |
0 |
0 |
Sempre |
0 |
0 |
Total de pontos |
||
8 (alta adesão) |
51 |
73,0 |
6 a < 8 (média adesão) |
10 |
14,0 |
< 6 (baixa adesão) |
9 |
13,0 |
TOTAL |
70 |
100,0 |
O tempo médio de internação dos pacientes foi de 5,6 dias (DP = 3,7). Quanto ao tempo da profilaxia estendida, o estudo demonstrou que o grupo parcialmente aderente teve um tempo médio de 27 dias (variação de 8 a 35 dias), enquanto no altamente aderente a média foi de 33 dias (variação de 15 a 38 dias). Essa diferença no tempo entre os 2 grupos foi estatisticamente significativa (p < 0,05).
Quando questionados sobre as razões da não adesão, os motivos mais relatados foram o abandono ou a interrupção do tratamento por suspeita de reação adversa ao anticoagulante e por falta de recursos financeiros para aquisição do mesmo ([Tabela 4]).
Motivos para a não adesão |
n |
% |
---|---|---|
Abandono ou interrupção do tratamento por suspeita de reação adversa ao anticoagulante |
6 |
8,6 |
Abandono ou interrupção do tratamento por falta de condições financeiras |
6 |
8,6 |
Interrupção do tratamento por problemas relacionados a esquecimento |
4 |
5,7 |
Intercorrência clínica com reinternação |
1 |
1,4 |
Problemas de comunicação |
1 |
1,4 |
Abandono do tratamento por decisão própria |
1 |
1,4 |
TOTAL |
19 |
27,1 |
Apenas uma complicação relacionada ao TEV e uma à plaquetopenia induzida por heparina foram registradas no pós-operatório. No entanto, não foram documentadas as complicações dos pacientes que foram excluídos do estudo.
A maioria dos pacientes não relatou reações adversas relacionadas ao uso do rivaroxabana (70%) após a alta hospitalar. As mais relatadas foram constipação e dores abdominais ([Figura 2]).
A maioria dos pacientes acompanhados sabia da finalidade do uso do anticoagulante (82,9%), conhecia a forma de usá-lo (92,9%) e relatou boa e ótima aceitação quanto à profilaxia. Como resultado, houve pouca necessidade de reforçar orientações (74,3%) quanto à profilaxia e a posologia do anticoagulante ([Tabela 5]).
Variáveis |
Total |
Adesão |
valor-p |
||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
n = 70 |
Parcialmente aderentes |
Altamente aderentes |
|||||
n |
% |
n |
% |
n |
% |
||
Conhecimento da finalidade do tratamento |
|||||||
Sim |
58 |
82,9 |
15 |
78,9 |
43 |
84,3 |
0,596 |
Não |
12 |
17,1 |
4 |
21,1 |
8 |
15,7 |
|
Conhecimento da forma de uso do anticoagulante |
|||||||
Desconhece total |
3 |
4,3 |
1 |
5,3 |
2 |
3,9 |
0,059 |
Conhece pouco |
2 |
2,9 |
2 |
10,5 |
0 |
0 |
|
Conhece bem |
65 |
92,9 |
16 |
84,2 |
49 |
96,1 |
|
Relato da aceitação ao tratamento |
|||||||
Ótima |
27 |
38,6 |
4 |
21,1 |
23 |
45,1 |
0,010[*] |
Boa |
38 |
54,3 |
11 |
57,9 |
27 |
52,9 |
|
Ruim |
5 |
7,1 |
4 |
21,1 |
1 |
2 |
|
Necessidade de orientação |
|||||||
Sim |
18 |
25,7 |
11 |
57,9 |
7 |
13,7 |
0,000[*] |
Não |
52 |
74,3 |
8 |
42,1 |
44 |
86,3 |
Fatores sócio-demográfico-econômicos versus adesão
Na [Tabela 1], os dados mostram que não há relação entre as variáveis sociais e econômicas com a adesão.
#
Fatores relacionados à condição de saúde versus adesão
A [Tabela 2] relaciona as variáveis clínicas com o nível de adesão, na qual se observa que a quantidade de medicamentos usada por dia no momento da alta hospitalar teve relação com a adesão.
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Fatores relacionados ao paciente versus adesão
A [Tabela 5] mostra que o grau de aceitação à profilaxia e a necessidade de orientação dos pacientes tiveram relação com a adesão. Logo, pacientes que relataram ótima e boa aceitação ao tratamento e aqueles que não precisaram de orientação no decorrer do acompanhamento tiveram maior percentual como altamente aderentes à profilaxia.
#
#
Discussão
O presente estudo demonstrou que na tromboprofilaxia ambulatorial, após cirurgias de artroplastia de quadril ou de joelho, não houve alta adesão em todos os pacientes, com 27% de adesão parcial (média ou baixa adesão). Este resultado coincide com aqueles observados em uma metanálise que demonstrou uma faixa percentual de não adesão à tromboprofilaxia entre 13 e 37%.[14]
A duração da profilaxia estendida não foi adequada e houve interrupções durante o período de uso do anticoagulante no grupo parcialmente aderente. Estes resultados assemelham-se aos mostrados em um estudo no qual os dados analisados mostraram que houve uma variação de entre 10 a 21 dias no período de tromboprofilaxia.[14]
A taxa de eventos tromboembólico e hemorrágico observada é semelhante à demonstrada na literatura, a qual mostra que um regime anticoagulante preventivo de 35 a 40 dias reduz o risco de trombose de 3,3 para 1,3%. O risco de acidente hemorrágico maior é de 0,7 a 0,9%.[15]
Os agentes antitrombóticos incluem agentes antiplaquetários e anticoagulantes. Estes são encontrados em grande variedade no mercado farmacêutico, com atuação em uma ou mais etapas na cascata de coagulação, através de mecanismos de ação que incluem a inibição enzimática direta, a inibição indireta pela ligação à antitrombina e o antagonismo dos fatores dependentes da vitamina K.[16]
Os inibidores diretos do fator Xa representam os anticoagulantes mais recentes introduzidos no mercado e estão sendo cada vez mais usados pelos clínicos, pois além de terem um perfil farmacocinético mais favorável, estudos sugerem que a segurança e a eficácia para a prevenção de TEV são similares à terapia padrão com HBPM.[11] [17] Como representante deste grupo, tem-se a rivaroxabana.
Na alta hospitalar, todos os pacientes receberam prescrição de rivaroxabana 10 mg, um anticoagulante que apresenta esquema posológico simples (um comprimido por dia), porém apresenta também um custo elevado para o perfil socioeconômico dos pacientes estudados, uma vez que não era dispensado na alta hospitalar.
Portanto, uma questão relevante a ser levantada para a adesão medicamentosa é o custo do produto, motivo pelo qual alguns pacientes interromperam a profilaxia (8,6%) na presente pesquisa. Segundo autores, este fato seria um dos fatores preditores da má adesão.[18]
Em países como o Brasil, a acessibilidade aos medicamentos é um fator crucial ao se analisar a adesão medicamentosa, principalmente em estados cujo IDH é baixo, como na região onde foi realizado o presente estudo.[9] O acesso do paciente ao medicamento seria a primeira condição necessária para aderir ou não ao tratamento.[19]
Considerando os grupos de fatores com potencial de influenciar a adesão, segundo Sabaté,[6] os resultados apresentados no presente estudo mostraram que os dados sócio-demográfico-econômicos não tiveram relação com os níveis de adesão, como já demonstrado por outros autores.[7] [18]
No entanto, acredita-se que fatores sociais e econômicos em países como o Brasil possam exercer influência sobre a adesão, uma vez que podem impor ao paciente uma condição de escolha entre prioridades.[20]
Observou-se também que, na amostra estudada, houve o predomínio de pacientes idosos, com comorbidades e polimedicados. Esta última condição é definida como o uso simultâneo de ≥ 5 princípios ativos[21] e teve relação com a adesão (p < 0,05).
Este resultado difere do de outro estudo cujos autores mostraram a polimedicação como fator que reduz ou não exerce nenhuma influência sobre a adesão.[7] No entanto, evidências sugerem que pacientes com maior número de medicamentos de forma contínua são mais propensos a seguir as medidas necessárias para manter ou corrigir sua saúde.[22]
A análise dos resultados do estudo também mostrou que pacientes que não necessitaram de reforço na orientação sobre a profilaxia ao longo do acompanhamento tiveram maior percentual de alta adesão, mostrando que a compreensão das informações influenciou a adesão, diferentemente do grau de escolaridade dos pacientes.
Dados semelhantes foram encontrados em uma revisão sistemática que demonstrou que o maior grau de conhecimento da doença e percepção do seu risco sugeriram maior relação à adesão. A mesma revisão também mostrou que o nível de educação do paciente desempenha um papel relevante na adesão; porém, a compreensão das instruções e a importância do tratamento, provavelmente, são mais importantes do que o nível de escolaridade do paciente.[7]
Outra variável que teve relação com a adesão (p < 0,05) foi o grau de aceitação da profilaxia. Este resultado assemelha-se também a outro que mostra que quando o paciente sente satisfação e acredita no tratamento, há maior relação com a adesão.[7]
Houve prevalência de pacientes que não relataram suspeita de reações adversas com o uso do anticoagulante; no entanto, entre aqueles que relataram, 8,6% (6) interromperam ou abandonaram o tratamento. Este dado reforça a teoria de que os eventos adversos são considerados fatores influenciadores da adesão medicamentosa.[6]
Uma limitação do presente estudo foi a utilização do método indireto de autorrelato para medir a adesão medicamentosa, o qual não garante haver correspondência fidedigna entre o comportamento real e o verbalizado, podendo levar a imprecisões na interpretação de altamente aderentes/parcialmente aderentes. O presente estudo também utilizou apenas um indicador para medir a adesão, que foi a Escala de Morisky. Acredita-se que novos estudos precisam ser realizados com o uso de métodos que utilizem mais de um indicador para medir a adesão, multicêntricos, que permitam detalhar melhor os fatores preditivos da não adesão já levantados pelas pesquisas atuais.
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Conclusão
A análise dos dados obtidos permitiu concluir que não houve alta adesão em todos os pacientes à tromboprofilaxia estendida após cirurgias de artroplastia de quadril ou de joelho. Os fatores que mais influenciaram na adesão foram os níveis de compreensão e aceitação dos pacientes quanto à profilaxia, a quantidade de medicamentos usada por dia pelo paciente, o custo do anticoagulante e o seu potencial em desenvolver reações adversas.
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Agradecimento
Agradecemos o apoio da equipe do Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil, e à Gerência de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), MA, Brasil.
Suporte Financeiro
Não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.
* Trabalho desenvolvido no Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, São Luís, MA, Brasil
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Referências
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Endereço para correspondência
Publication History
Received: 10 March 2020
Accepted: 11 February 2021
Article published online:
20 September 2021
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