CC BY 4.0 · Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2024; 59(05): e797-e800
DOI: 10.1055/s-0041-1739402
Relato de Caso
Ortopedia Pediátrica

Doença de Van Neck-Odelberg — Entidade rara ou subdiagnosticada?

Article in several languages: português | English
1   Serviço de Pediatria e Neonatologia, Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Penafiel, Portugal
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Resumo

A doença de Van Neck-Odelberg (VNO) é uma osteocondrose rara, que acomete a sincondrose isquiopúbica (SIP). Esta entidade deve ser incluída no diagnóstico diferencial de crianças com claudicação na marcha, dor inguinal e limitação funcional do quadril. Imagiologicamente é caracterizada por hipertrofia assimétrica da SIP. Apresentamos o caso clínico de uma criança de 4 anos, previamente saudável, atendida no serviço de emergência devido a dor inguinal no lado esquerdo e claudicação na marcha com início no mesmo dia. Não havia história prévia de trauma ou alteração dos parâmetros inflamatórios. Foi realizada uma radiografia da bacia e ressonância magnética nuclear (RMN) que evidenciou imagem radiopaca de contornos bem definidos no ramo isquiopúbico esquerdo e edema na SIP. Com diagnóstico provável de doença de VNO, o paciente foi medicado sintomaticamente, com resolução completa ao fim de 10 dias. A claudicação na marcha é um motivo frequente de avaliação médica na população pediátrica. Até os 5 anos de idade, as causas mais comuns são sinovite transitória do quadril, artrite séptica e Doença de Legg-Calvé-Perthes. Na ausência de história de trauma ou clínica sugestiva de infeção deverá ser equacionada a hipótese de doença de VNO. Para o seu diagnóstico, é fundamental a realização de radiografia da bacia, cujo achado mais comum é uma opacificação fusiforme unilateral, no nível do ísquion, podendo ser necessária a realização de RMN. O tratamento recomendado é conservador, com recuperação sintomática em 2 semanas. O conhecimento e o diagnóstico desta entidade permitem uma abordagem direcionada e sem a carga emocional para o paciente e seus familiares que outras patologias poderiam transmitir.

Suporte Financeiro

Os autores declaram que não houve suporte financeiro de fontes públicas, comerciais, ou sem fins lucrativos.


Trabalho desenvolvido no Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, Penafiel, Portugal.




Publication History

Received: 14 December 2020

Accepted: 11 February 2021

Article published online:
20 January 2022

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