Resumo
Objetivo Analisar a incidência da necrose avascular da epífise no tratamento do escorregamento
da epífise proximal do fêmur pela técnica de Dunn modificada, correlacionando-a com
outras variáveis. Como objetivo secundário, descrevemos outras complicações encontradas.
Métodos Estudo retrospectivo com 20 pacientes tratados entre 2009 e 2019, com seguimento
de 2 a 12 anos, tratados pela mesma equipe cirúrgica. A análise incluiu características
gerais, tempo entre apresentação e procedimento cirúrgico, classificação, presença
de perfusão sanguínea intraoperatória da epífise, avaliação das complicações e seus
respectivos tratamentos.
Resultados Todos os casos eram graves, 65% crônicos agudizados e 55% dos escorregamentos eram
instáveis. Nossa taxa de complicações foi de 45%, sendo 5 casos de necrose avascular,
2 de infecção profunda, uma falha do material e uma instabilidade articular. Pacientes
operados com maior tempo após a internação e os sem perfusão intraoperatória da epífise
tiveram maior risco de necrose na análise estatística. Considerando o tempo do estudo,
tivemos 4 casos de necrose nos primeiros 5 anos e 1 caso nos últimos 5 anos.
Conclusão Nosso estudo demonstrou que a necrose foi a complicação mais comum e que o atraso
para a realização da cirurgia e a ausência de perfusão da epífise no intraoperatório
podem predispor à necrose avascular. Embora não estatisticamente significante, a instabilidade
coxofemoral foi observada na forma de apresentação crônica e a fixação cirúrgica com
fios rosqueados se mostrou menos eficaz que a fixação com parafuso canulado.
Este procedimento deve ser reservado para casos graves nos quais outras técnicas não
sejam possíveis e realizado por equipe experiente, treinada e capacitada.
Palavras-chave
escorregamento das epífises proximais do fêmur/complicações - necrose da cabeça do
fêmur - osteotomia