Resumo
Objetivo Determinar se o parâmetro radiográfico na região do tubérculo epifisário (sinal de lucência peritubercular) no lado não acometido pode prever o escorregamento epifisário da cabeça do fêmur (EECF).
Métodos Revisamos retrospectivamente pacientes com diagnóstico inicial de EECF unilateral entre 1995 e 2020 em um hospital pediátrico de uma capital brasileira. Os pacientes foram monitorados por pelo menos 18 meses. Dois revisores avaliaram as radiografias de forma independente e cega quanto à presença ou ausência do sinal. As divergências foram resolvidas por um terceiro revisor sênior.
Resultados Dos 115 casos revisados, o sinal de radiotransparência peritubercular foi observado em 21 dos 30 pacientes que desenvolveram a doença no quadril contralateral. O sinal foi observado em média 21 dias após o diagnóstico no primeiro lado e aproximadamente 301 dias antes do acometimento do quadril contralateral. Esteve presente, em 95% e 85% dos casos nas incidências em perfil (perna de rã) e anteroposterior (AP), respectivamente. A confiabilidade interobservador foi medida pelo teste Kappa (k = 0,0801). Houve relação significativa entre a presença do sinal e o EECF (p < 0,001).
Conclusão Propomos que o sinal de lucência peritubercular seja utilizado como ferramenta complementar no diagnóstico precoce de epifisiólise do fêmur proximal, pois é benéfico no planejamento terapêutico.
Nível De Evidência Nível III – Estudo De Pacientes Não Consecutivos (Sem Um “Padrão-Ouro” Aplicado Consistentemente Como Referência).
Palavras-chave diagnóstico precoce - escorregamento das epífises proximais do fêmur - quadril - radiografia