Resumo
Objetivo Avaliar a acurácia das regras do tornozelo de Ottawa (RTOs) aplicadas em prontuários de um hospital de alta complexidade e em uma clínica privada, assim como sua utilidade clínica em indivíduos com idade menor ou igual a 16 anos.
Métodos Trata-se de estudo observacional analítico transversal, com coleta de dados secundários de um departamento de emergência ortopédica e clínica ortopédica privada. A amostra foi representada por 144 pacientes, incluindo todos os pacientes com episódio torcional de tornozelo submetidos a radiografias de tornozelo e/ou pé quando da admissão. As RTOs foram adotadas como teste diagnóstico para o cálculo da sensibilidade, da especificidade, do valor preditivo positivo (VPP), do valor preditivo negativo (VPN) e das razões de verossimilhança positivas e negativas, e o resultado do exame radiográfico foi considerado o pardão-ouro.
Resultados Foram selecionados 191 pacientes, 144 dos quais foram incluídos após a aplicação dos critérios de inclusão. A sensibilidade e o VPN das RTOs na identificação de fraturas foram de 100%, sendo que o teste mais sensível e com o maior VPN foi a incapacidade de caminhar quatro passos. Identificou-se um potencial de redução de 43,8% no número total de radiografias solicitadas, caso apenas os pacientes com RTOs positivas fossem radiografados.
Conclusões As RTOs parecem ser um instrumento clínico confiável no manejo das entorses de tornozelo, e são um protocolo clínico útil na exclusão de fraturas em pacientes pediátricos. A utilização das regras evidenciou a sua capacidade de diminuir as solicitações desnecessárias de radiografias, o que minimiza a exposição à radiação e reduz os custos para o sistema de saúde.
Palavras-chave
entorses e distensões - ferimentos e lesões - pé - pediatria - radiografia - tornozelo
Bibliographical Record
Murilo Oliveira de Carvalho, Henrique de Medeiros Marcolino, Marcelo Romancini Daleffe. Regras do tornozelo de Ottawa: Um instrumento clínico confiável na detecção de fraturas na população infantojuvenil. Rev Bras Ortop (Sao Paulo) 2025; 60: s00441800938.
DOI: 10.1055/s-0044-1800938